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25 de junho de 2018

O Colecionador de Memórias | Cecelia Ahern


Sabrina Boggs é uma mulher de 30 anos cuja rotina já se tornou um tanto monótona. Ela trabalha como salva-vidas em uma casa de repouso e todos os dias por lá são praticamente iguais. Até que ela se distancia por cinco minutos e um quase afogamento acontece. Perplexa com isso, Sabrina tem um ataque nervoso, então seu chefe a manda tirar o dia de folga. Quando chega em casa, recebe um telefonema da casa de repouso em que seu pai está. Ao chegar lá, ela se depara com caixas com antigos pertences de seu pai. Ao abrir uma caixa, se depara com uma imensa coleção de bolinhas de gude e um inventário escrito à mão.

Depois desta descoberta, Sabrina percebe que as bolinhas de gude mais valiosas, de acordo com o inventário do pai, estão desaparecidas, e decide partir em busca delas. A busca de Sabrina começa com o intuito de recuperar as bolinhas perdidas, mas quanto mais ela descobre, mais a aventura toma um outro rumo. Ela percebe que o homem que conheceu era apenas uma face de seu pai e que, aparentemente, há muito mais dele que ela não conhece do que o contrário.

Ocupo a cadeira de salva-vidas cinco dias por semana, das nove da manhã às duas da tarde, e observo, enquanto três pessoas por hora entram na piscina para nadar. É um fluxo constante de monotonia e calma. Nada acontece.

Todos os personagens foram muito bem desenvolvidos e a história nos envolve a cada página. Os capítulos são divididos entre o ponto de vista de Sabrina, no dia em que descobre as caixas de bolinhas de gude e o ponto de vista do pai, Fergus, ao passar dos anos. As histórias de Fergus estão sempre de acordo com alguma coisa que Sabrina descobriu, para que possamos nos situar bem e termos uma visão mais ampla do todo. A riqueza de detalhes nos transporta ao mundo do livro e podemos sentir cada emoção junto aos protagonistas.

Desde o primeiro capítulo, que começa da perspectiva de Fergus, nos envolvemos com a história e entendemos cada decisão tomada pelo menino Fergus e futuramente pelo homem em quem ele se transforma. Com um bom coração, ele foi sempre reprimido, principalmente depois de casado. Sua esposa e filha não faziam ideia do seu outro lado e, a cada vez que ele tentava se mostrar, acabava escapando ou desistindo da ideia. Na cabeça dele, elas não entenderiam este lado dele.

São três horas da manhã e estou na rua como Hamish. Ele sempre vem me buscar à noite, mas, ultimamente, tem sido diferente, nada de cutucões, nem de chutes, nem a mão na minha boca pra eu não gritar de susto, como eu costumava fazer quando ele me acordava no meio da noite. Em vez disso, agora joga pedrinhas na janela pra me acordar. Ele não está morando em casa há alguns meses, desde que a mamãe o pôs pra fora.

É muito interessante perceber como as mentiras dos pais influenciaram Sabrina e a mulher que ela se tornou. Conforme ela vai descobrindo mais segredos, ela percebe como quer ser diferente, como não quer que seu casamento acabe como o dos pais. É possível sentir sua frustração e por vezes raiva ao longo do caminho.

O mistério do que aconteceu com as bolinhas de gude mais valiosas e a curiosidade em descobrir todos os segredos de Fergus nos colam ao livro de forma que não conseguimos parar de ler. A protagonista se coloca em várias situações por vezes engraçadas e outras desastrosas, mas no final entendemos também sua vontade de ir a fundo, de entender quem é o homem com quem ela cresceu.

Como todo livro escrito pela Cecelia Ahern, em minha opinião, O Colecionador de Memórias é de leitura fácil e leve. Não há nada muito pesado na história e é possível ler o livro inteiro de uma vez só.

Título Original: The Marble Collector
Autor: Cecelia Ahern
Páginas: 272
Tradução: Alice Klesck
Editora: Novo Conceito
Livro recebido em parceria com a editora

17 comentários :

  1. Oi, Alê.

    É impressionante como, de forma simples, a autora consegue passar essa reflexão para o leitor. E, em como a partir do passado revelador do Fergus, a Sabrina pôde obter algo.

    Sem dúvidas, é um livro que quero ler, pois estou nessa vibe de ler livros reflexivos.

    O ponto de vista dos dois facilita melhor a compreensão e introdução do leitor na história.

    E, a capa representa bem o livro.

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  2. Só li um livro da Cecelia e gostei muito.
    Gosto de histórias assim quando um fato aparentemente simples e aleatório muda a vida de todos.
    Também gostei pois me lembra o meu filme favorito da vida O Fabuloso Destino de Amelie Poulain que tem uma sinopse que lembra esse livro.

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  3. ALÊ!
    Primeira resenha que leio desse livro e estava ansiosa por saber do que se tratava, já que li vários livros da autora e gosto muito, inclusive a forma como escreve, de fácil entendimento, porém sempre trazendo algo inovador.
    Mesmo o final não sendo estarrecedor, sempre traz boas mensagens.
    Boa semana!
    “.Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte! “ (Clarice Lispector)
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Gosto demais do trabalho da autora e admiro a forma leve e bem simples com que ela conduz seus enredos. E pelo que li acima, mesmo que este livro traga assuntos mais fortes,como lembranças, passado, mentiras e claro, o aceitar todas as mudanças que virão após estas descobertas, a autora conseguiu mais uma vez,criar um universo maravilhoso.
    O livro já está na lista de desejados e espero poder conferir ele em breve.
    Creio que todos nós, tenhamos algumas bolinhas de gude escondidas em nossas almas.
    Beijo

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  5. Adoro os livros dessa autora. Ela sempre faz umas coisas bem realistas quanto aos personagens, você consegue ver aquelas pessoas existindo, se identificar, solidarizar e etc. Gosto disso. E de novo parece ter esse detalhe na história daqui. Gostei do mistério e das revelações pelo caminho, de como mostra essa coisa da evolução dos personagens, das decisões, de como chegou onde tá e tal. Parece uma leitura leve mas interessante, que a gente fica curioso pra acabar e ver como fica essa história. Gostei e quero ler.

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  6. Oi Alê,
    Geralmente não me vejo interessada nas premissas dos livros da Cecelia Ahern, pois não são o tipo de trama que gosto de acompanhar. Claro que todo o autor tem sempre um livro que se destaca para cada leitor e, neste caso, o O Colecionador de Memórias foi o que mais me chamou atenção dos já publicados da autora. Um drama que tem muito a oferecer e relata um amor entre pai e filha é, no mínimo, emocionante e a autora escolheu caminhos bem diferentes para contar essa história. As bolinhas de gude representam muito mais do que aparentam, são o elo entre Fergus e Sabrina e excelente analogia sobre, realmente, se conhecer uma pessoa.

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  7. Faz tempo que não leio nada da Cecelia, e espero mudar isso com esse livro.
    Sua resenha aumentou minha vontade de ler; acho interessante histórias de pais e filhos.
    E me parece que tem reflexões, gosto disso.

    Beijos

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  8. Parece ser uma leitura gostosa de acompanhar, ainda mais com esse mistério das bolinhas, fiquei intrigada com o que aconteceu com elas. A personagem passa por uma busca e descobre coisas dos pais, com isso ela vai descobrindo coisas que não quer para si, isso deve ter deixado a leitura bem envolvente.

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  9. Oi Alê,
    Tenho um livro dessa autora aqui em casa, mas nunca tive coragem nem vontade de ler :/ Apesar de muita gente ter falado super bem.

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  10. Agora eu entendi o porquê dessa capa cheia de bolinhas. Eu nunca tinha lido resenha ou até sinopse do livro, mas agora fiquei bem curiosa para ler o livro e saber como que essa desenrolar depois da descoberta das bolinhas de gude vão acontecer!

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  11. No começo eu fiquei pensando, o que tem haver as bolinhas de gube, mas depois entendi bem. Eu adoro livros que tenham uns mistérios que vão sendo revelados ao longo do livro, ainda mais quando envolve família.

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  12. Acho que esse foi o livro da autora que menos me cativou em lê-lo não sei se foi a sinopse que realmente não foi muito Atrativa para mim o realmente foi a falta de interesse desmotivado. Eu pretendo sim ler esse livro da autora porque eu já li todos os outros livros dela porém não estou tão empolgada nessa leitura

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  13. Achei bem legal, essa questão das bolinhas perdidas mais as memórias do pai e toda essa reflexão que traz para a Sabrina.
    Pareceu-me ser envolvente e cheio de emoção como o P.S. Eu te amo, primeiro livro que li da autora e um dos meus preferidos da vida.
    vou querer ler!
    bjs

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  14. Oi, Alê
    Este livro esta na minha lista de desejos.
    Quero muito ler e saber o que o pai de Sabrina esconde.
    Como ela vai em busca das bolinhas será que ela muda no decorrer do livro.
    Beijos

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  15. Oi, Alê!!
    Gostei da resenha e achei a história bem interessante fiquei bem curiosa para descobrir sobre essa misteriosa coleção de bolinhas de gude que pertencia ao pai da protagonista, e por que as bolinhas de gude mais valiosas sumiram.
    Bjos

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  16. Confesso que senti um pouco de conexão com o livro, embora ainda não tenha lido. Conexão a exemplo de fosse eu no lugar da Sabrina... Sei la. As descobertas sobre o pai que ela descobre e vê que não o conhecia de verdade embora estivesse com ela. Quero muito ler! Creio que vou gostar muito.

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  17. Li outros livros da autora e me surpreendi muito com as histórias, muito bem elaboradas. Por ja conheçer a autora, com certeza quero ler esse livro que sem sombra de dúvidas é muito bom.

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