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17 de março de 2019

Longe de Casa | Malala Yousafzai


Alguns livros são escritos com o propósito de tocar o leitor, fazer com que ele reflita, se emocione e, acima de tudo, aprenda. Viver em uma guerra pode até ser uma realidade distante para nós (ou talvez não), mas é a realidade dolorosa e triste de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Muitos buscam refúgio em outros países, passam por maus bocados para chegar em um local mais seguro. Passam fome, frio, sentem medo, mas acima de tudo, sentem falta de casa. 

A história de Malala — a pessoa mais jovem a ganhar um Nobel da Paz — já é conhecida por muita gente: ela foi obrigada a deixar seu país de origem, o Paquistão, quando foi atacada pelo Talibã. Malala lutava e luta até hoje para que todos, sem exceção, tenham direito e acesso à educação. Em Longe de Casa, Malala deu voz a várias garotas refugiadas de várias partes do globo, que contaram as dificuldades de viver em um país diferente, com culturas diferentes e normalmente cheio de preconceitos. 

Malala e María, uma das garotas a dar seu depoimento: "Não entendia por que não podíamos voltar para casa. Não entendia que não tínhamos mais casa"

Após a leitura desse livro cheguei a uma triste conclusão: a gente pouco sabe o que acontece em outros países. Descobri que existem várias regiões em conflito que eu nem imaginava que pudessem estar. Sei muito pouco sobre a guerra, sobre as chacinas nas fronteiras entre países, sobre deixar toda uma vida para trás — casa, escola, trabalho. Acho que poucas pessoas realmente sabem. Em 2017 68,5 milhões de indivíduos foram obrigados a deixar seus lares, todos vítimas de guerras, violência e perseguições. Desses, pelo menos 52% são menores de idade, muitos são separados dos pais. 

Eis aí a necessidade de livros como Longe de Casa, que abrem nossos olhos, nos mostram a realidade. Os relatos das meninas, apesar de breves, são extremamente emocionantes. Não sou capaz de escolher a que mais me marcou, porque todas o fizeram. Me questiono muito como algumas pessoas têm o disparate de dizer/pensar que direitos humanos e educação não são importantes. A história de todas essas meninas só mostra o quanto são cruciais e o quanto precisamos lutar para que mais pessoas tenham acesso à esses direitos básicos (mas muito difíceis de alcançar). 

Existem várias formas de ajudar, como doar dinheiro ou se tonar voluntário em alguma ONG voltada para refugiados, mas também podemos fazer nossa parte conversando com as pessoas para alertá-las sobre a gravidade desse problema; podemos demonstrar respeito e acolher uma pessoa refugiada, pois ainda existe muita xenofobia em nossa sociedade. Além disso, podemos ajudar comprando esse livro: todas as meninas ganham comissão por contar sua história e toda a renda adicional será revertida pelo Malala Fund para educação de meninas. Juntem-se à força!

Título Original: We Are Displaced: My Journey and Stories From Refugee Girls Around the World
Autora: Malala Yousafzai
Páginas: 184
Tradução: Lígia Azevedo
Editora: Seguinte
Livro recebido em parceria com a editora

13 comentários :

  1. Infelizmente é verdade Ana: não sabemos o que acontece nos outros países. Apenas quando histórias como a de Malala ganham repercussão mundial é que percebemos como há guerra, genocídio e crueldade do outro lado do mundo.
    É emocionante e devastador conhecer a história dessas meninas. E transformador pois além de ficarmos gratas pelo que temos não só o material mas a liberdade, a leitura do livro nos faz sair do sofá e tentar fazer algo para ajudar.

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  2. Malala é uma lutadora. Uma sobrevivente. Acredito que todos nós, pudemos acompanhar um pouco do que houve com ela.
    Tinha visto algo bem por cima deste novo trabalho, deste alerta e se por um lado fiquei feliz em saber que há histórias reais, alertas reais que não somente abrem nossos olhos ao mínimo do horror que acontece lá fora,também deixará em nós, um grito silencioso de compaixão e solidariedade em relação a tantos sobreviventes em tantas guerras!
    Quero muito poder conferir e sim, entender mais do que se passa lá fora.
    Beijo

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  3. Primeiro de tudo acho que o título em português tirou muito da força do título original.
    Malala é uma menina excepcional. Lutadora e sobrevivente. Uma inspiração e modelo para garotas que vivem o que ela viveu.
    Acho muito importante contar essas histórias de luta e perseverança. Isso nos faz ver quanto a vida pode ser realmente difícil.

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  4. É, tem muita coisa que a gente não faz nem ideia e toma como direito e o obvio. Vai ver em outros países e o óbvio é privilegio pra muita gente. Isso é horrível. A história dela é conhecida mesmo e não tem como não se emocionar com a força da luta dela e com tudo que essas pessoas passam e a gente mal tem ideia. Legal ter esses relatos por isso, por abrir os olhos pro tanto de crueldade que existe por aí. Fazer a gente refletir, ter vontade de ajudar. Ajudar como pode, até lendo um livro. Isso é algo forte. Essa união que uma coisa tão simples pode proporcionar. Bem legal a iniciativa da compra do livro.

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  5. Ana!
    Já tive oportunidade de ler um outro livro da Malala e é fascinante toda sua luta e por tudo que passou, nem tenho como imaginar.
    Infelizmente sabemos apenas o que a mídia quer passar e por um motivo ou outro, não nos aprofundamos em conhecer essa realidade tão distante da nossa.
    Acho importante também ter livros reais como esse dela.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Nossa, parece uma leitura incrível!
    Ainda não li nada referente a Malala, mas acho que é uma jovem admirável.
    Recentemente li um livro sobre a guerra na Síria e percebi o quanto sei pouco sobre a barbaridade que acontece por lá.

    Beijos

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  7. Melhor resenha que já li até hoje. Não devido ao modelo de escrever, e sim pelo o conteúdo do livro resenhado.
    Emocionante.
    Só de ler a resenha já fiquei comovida e impressionada com o pouco que soube sobre o que passam essas pessoas que precisam abandonar seu país, sua família, para fugir da guerra.
    É triste saber que existem lugares assim.
    Que o mundo inteiro possa ler esse livro. Que toda a guerra acabe. E que as pessoas possam voltar para o seus lares.

    Bjos

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    1. Obrigada, fico feliz que tenha gostado da resenha!
      É realmente um livro comovente, muito diferente da nossa realidade. Também tenho esse desejo, de que mais pessoas tenham acesso a livros como esse.

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  8. Oi Ana,
    Conheço muito pouco da história de Malala, fato que pretendo mudar, pois o pouco que sei é tão interessante e de uma importância tão grande que é difícil não ficar curiosa para saber tudo a seu respeito. Eu também sei pouco sobre a guerra e vergonhosamente assumo que não procuro saber muito, pois acho muito triste ter que ver o que as outras pessoas passam e não poder fazer nada para acabar de vez com os conflitos. Uma coisa é ler um livro que fala de guerra quando este nos trás personagens fictícios, outra coisa bem diferente (e muito mais tocante) é termos essas histórias narradas por pessoas que, realmente, vivenciaram/vivenciam os horrores da guerra. Longe de casa é uma forma de mostrar ao mundo uma realidade ainda tão presente e que está longe de chegar ao fim. A ideia de Malala para essa obra é sensacional, pois assim como foi e ainda é importante conhecer sua história, muitas outras existem pelo mundo esperando que alguém as conte e além de, claro, poder ajudar milhares de crianças que tudo que querem é ter a oportunidade de estudar.

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    1. Também não conheço a fundo (não cheguei a ler o outro livro dela, tampouco), mas existem várias referências dela por aí. Esse sentimento de não poder fazer muito ou mesmo nada acaba com a gente mesmo. Mas acho que nos informar é o primeiro degrau pra gente conseguir mudar as coisas.

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  9. Olá, Ana
    Ainda não tive oportunidade de ler os livros de Malala, mas quero muito ler. Que bom que o dinheiro das vendas será revertido para ajudar os refugiados.
    Malala é digna de admiração e exemplo para todos, ir contra o próprio país para ter direito a educação e mesmo longe de sua terra natal continua lutando e ajudando muits pessoas.
    Infelizmente só ficamos sabendo de algumas coisas, o tamanho da guerra e as proporções nunca vamos nem imaginar o que acontece, por muitas privações que as pessoas passam.
    Quando puder vou comprar o livro, beijos!

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  10. Oi, Ana!!
    Estou para ler tem um tempinho Eu sou Malala, mas até o momento não consegui... mas quero muito fazer a leitura Eu sou Malala e Longe de casa e com a sua resenha dar perceber que não conhecemos tanto assim outros países, principalmente aqueles que vivem em constante guerra.
    Bjos

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  11. Quero muito ler os livros da Malala,
    parece ser incríveis. Apesar de dolorosos.
    Aqui no Brasil recebemos poucas informações sobre outros países e quando nos deparamos com essa realidade é muito chocante e me dá muita vontade de ajudar, de alguma forma.
    bjs

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