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6 de julho de 2018

A Escola do Bem e do Mal + Um Mundo Sem Príncipes | Soman Chainani


Quando eu era mais nova, eu amava Contos de Fada, principalmente a história da Branca de Neve. Eu tinha uma fita de vídeo que assistia pelo menos duas vezes na semana. Hoje em dia, apesar de ainda gostar dessas histórias e reconhecer a importância delas, existem várias coisas das quais eu não concordo mais — como, por exemplo, um príncipe beijar uma princesa enquanto ela está dormindo... Para ser sincera, o que chamou minha atenção na série A Escola do Bem e do Mal, em primeiro lugar, foi o fato de ser indicada para o público infanto-juvenil, e eu amo o gênero; mas, além disso, o próprio enredo é de encher os olhos.

No primeiro volume, A Escola do Bem e do Mal, somos apresentados às nossas protagonistas: Sophie, lindíssima e loira, a própria imagem da perfeição, e Agatha, uma garota super mal humorada, com cara de poucos amigos, que só anda de preto. Conhecendo as personagens principais, vem o enredo da história: de quatro em quatro anos duas crianças são sequestradas no povoado de Gavaldon e são levados para A Escola do Bem e do Mal, onde estudam para fazer parte de Contos de Fadas. Obviamente, uma das crianças vai para o Bem, enquanto a outra vai para o Mal.

Desde o início do livro eu tinha certeza que Sophie, a princesinha que acha que é maravilhosa, iria para a Escola do Mal, enquanto Agatha, que todos chamam de bruxa, iria para o lado do Bem. Isso porque, vejam bem que interessante — risos —, a escolha do diretor não é feita pelas aparências e sim pelo que a pessoa é por dentro, e nesse quesito incluem os seus pensamentos. Sophie, por exemplo, é a criatura mais egoísta e mesquinha que existe no Universo, e Agatha é totalmente o oposto do que parece ser: bondosa de verdade, além de uma super amiga — mesmo quando Sophie não merecia essa amizade nem por um segundo. 

Apesar de existir o estereótipo de que meninas têm sempre que se embelezar para os meninos, enquanto os meninos podem fazer coisas super legais — exercícios físicos, matérias super interessantes e terem o poder de escolher ficarem solteiros —, principalmente na Escola do Bem, eu gostei do que o autor fez com esse livro. O foco não é mostrar o que meninos ou meninas podem ou não fazer, mas mostrar o somos de verdade, por dentro. Soman Chainani consegue mostrar de uma forma bem leve que ninguém é 100% bom ou 100% mau, mas que todos temos momentos em que um desses lados se pronuncia mais.

Toda a raiva que eu senti de Sophie pelo seu comportamento acabou diminuindo um pouquinho em Um Mundo Sem Príncipes, por mais que ela continue sendo a vilã. No segundo volume da série, A Escola do Bem e do Mal está de "pernas para o ar". Não existe mais um lado bom e um lado ruim. Aqui, as bruxas se juntaram com as princesas e basicamente dominaram o lugar, encorajadas a viver em um mundo sem homens. Para mim, Um Mundo Sem Príncipes acabou se tornando muito mais interessante que o primeiro livro, claro que boa parte pelo enredo, mas também porque não tinha mais aquela coisa de apresentação de personagens e cenários. 

Eu gostei muito que Soman Chainani mostrou que nenhuma mulher é obrigada a ter um homem ao seu lado para ser feliz, mas se quiser também pode. Ele também mostrou que os príncipes podem ser sensíveis, demonstrar os seus medos e que está tudo bem. Eu amei que o autor escreveu um Conto de Fadas onde meninos e meninas são iguais, e que ambos podem fazer o que quiserem, desde que não invadam o espaço um do outro e que caminhem juntos. E é verdade, pois nenhum gênero é melhor que o outro e temos que cada vez dar o nosso melhor para construir uma sociedade mais digna para todos. 

Gostei bastante dos dois primeiros volumes da série e tudo o que eu tenho vontade é que os direitos dessa história sejam compradas pela Disney, porque daria um filme mágico e super divertido, bem no estilinho Sessão da Tarde que eu adoro: uma escola com alunos bons e maus que na verdade só estão querendo se encontrar, uma amizade que tem de tudo para dar errado — mas mesmo quando dá errado, dá certo —, uma pitadinha de romance juvenil e, claro, um pouquinho de ação que não faz mal para ninguém.

Apesar de cada livro ter um ensinamento, Chainani ainda deixa claro algo bem maior que é comum nos dois primeiros volumes — e provavelmente nos próximos também: o poder da amizade. É a partir da amizade entre Sophie e Aghata, o Bom e o Mau, que a história se desembola e é essa amizade pode ajeitar de uma vez por todas o mundo dos Contos de Fadas. 

Títulos Originais: The School for Good and Evil e A World Without Princes
Autor: Soman Chainani
Páginas: 352 e 320
Tradução: Alice Klesck
Editora: Gutenberg
Livros recebidos em parceria com a editora

18 comentários :

  1. Sempre amei contos de fadas, mas hoje em dia, sou fã demais deste tipo de releitura. Que acaba entregando apenas a ideia do conto, mas com uma forma totalmente diferente de personagens. Misturando os sentimentos as cascas.
    O bem pode ser negro e o mal aham, pode ser bem rosa!
    Como não li o primeiro livro, preciso começar por ele e com isso, iniciar esta série que não só tem agradado os jovens,mas todo tipo de leitor.
    Beijo

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  2. Oi, Ana.

    Livros assim, que sempre nos passam algo, pra mim, são sempre bem vindos.

    Principalmente quando podem ser recorrentes e aplicados em nossas vidas, em nossa realidade.

    A genialidade do autor é muito evidente no primeiro volume, afinal, o mesmo conseguiu transpor com magnitude e de forma única, diversos conceitos acerca do bem e do mal e como eles nos permeiam.

    O que o autor emite e amplia no segundo volume também não pode ser deixado de lado, visto que tudo parece ter sido bem elaborado, dando ao leitor a concepção sobre a igualdade de gêneros.

    Ainda assim, no momento, não é uma série que eu leria. Talvez futuramente.

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  3. Devo confessar que os contos de fadas ainda aquecem meu coração.
    Já conhecia a série e adorei como o autor conseguiu deixar ainda mais interessante essa história dando aos personagens características inesperadas e que instigam a querer saber o que vai acontecer nos próximos livros

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  4. Ana!
    Não li ainda nenhum dos livros da série, mas gosto muito desse esilo, ainda mais envolvendo adolescentes.
    Fico bem curiosa por saber o que acontece nos livros da Escola do bem e do mal.
    São tantos segredos e reviravoltas que quero acompanhar.
    “Se você realmente quer algo na vida, tem que lutar por isso.” (Homer Simpson)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JULHO - 5 GANHADORES - BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  5. Faz um tempo que quero ler esses livros, também adoro infanto juvenil. Gostei dessa pitada de ação que adoro e por mostrar que todos tem seu lado bom e mau. Ficou uma diferente diferente e que agrada o leitor, mostrando que os gêneros são iguais isso é muito bom.

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  6. Oi mana, eu tenho a maior vontade de ler esse livro e dar ele pra minha irmã ler também e sim eu bati o olho na capa e pensei " essa loira tem cara de que vai ser o problema " e não é que eu estava certa ? Confesso que se pudesse eu pulava o primeiro livro e ai logo pro segundo que parece ao meu ver se bem mais interessante. Vou fazer um esforço e vou atras desse livro pra ler e vou imediatamente depois dar para minha irmão ler. Obrigada pela dica e pela resenha, ela me lembrou como eu estava afim de ler esse livro.

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  7. Olá Ana!
    Sou louca pra ler os livros, como sou fã do gênero já pode imaginar como os enredos me chamam atenção, sem contar as capas que estão um arraso tbm, espero conseguir ler em breve.
    Bjs!

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  8. Adorei essas ideias das histórias porque amo uma releitura de contos de fadas ou coisas inspiradas nisso. Achei legal que cada livro consegue passar uma coisa, tipo o primeiro com isso das aparências, de uma pessoa poder ser má ou boa ou os dois até, de que não existe lado certo e definido com isso; o outro com a coisa de nem toda mulher precisar de um homem e essas questões assim....Parece legal porque brinca com a ideia dos contos de fadas e ainda coloca um tom de realidade nas tramas, uma crítica, uma coisinha pra pensar...ahh gostei. Adoraria ler esses livros. Parece bem interessante.

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  9. Gosto de contos de fadas, amo quando fazem releituras, mas concordo que houve algumas falhas e hoje em dia estão criando princesas mais fortes.
    Não sou mais fã de infanto juvenil, e apesar de no primeiro momento a história chamar atenção, ela no geral não me conquista.
    Mas eu leria se tivesse a chance.

    Beijos

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  10. Oi Ana,
    Não sabia que seria uma releitura de conto de fadas, eu gostei, e mais ainda porque ouvi dizer que as escolas lembram bem "X-man" que é um desenho que adoro! Não gosto muito desse estereótipo criado, acho isso bem sem graça, principalmente em uma fantasia, maaas, nem tudo são pontos positivos não é? Gostei de mostrar a real personalidade das protagonistas!
    Beijos

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  11. Oi Ana,
    Por mais que eu ache os títulos e as capas desses livros tentadores, nunca tive interesse em lê-los. Também sempre gostei de contos de fadas e seu eu tivesse tirado um tempo para saber mais sobre A Escola do Bem e do Mal eu teria percebido o quanto o enredo é interessante. Sophie e Agatha não poderiam ser mais opostas, o que prova que uma amizade não é feita só de aparências, mas sim de você assumir quem é sem medo de julgamento do seu amigo. O plot do segundo livro é ainda mais interessante, pois abordar a questão de que as mulheres não precisam de príncipes é muito importante, principalmente para a atual e futura geração. Ainda não sei se lerei os livros, mas deixarei anotados para algum momento no futuro.

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  12. A série além de educativa e criativa também tem o gráfico da animação (de acordo com as capas) muito lindo. Fiquei curiosas sobre as atitudes da Sophie com relação à Agatha. Achei bem legal a história mostrar que entre o bem e o mal não são impostos a ninguém, e sim escolhidos; dependente de fatores externos e internos. Outro ponto que tbm é ser infanto-juvenil, uma boa escolha para eu fazer minha irmã caçula ler. A resenha deixou com muitas expectativas.

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  13. Parece ser aqueles livros de fantasia bem encantador, com todo aquele clichê bem x mal que conquista essa geração de jovens leitores.
    Não faz muito meu estilo de leitura, mas acho que daria uma chance pois parece cativar o leitor.

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  14. A trama parece fascinante e fiquei mega curioso para saber como as meninas se saem. O bom desenvolvimento das cenas e a evolução dos personagens reforçam minha vontade de ler. A edição está maravilhosa! Espero ter o próximo livro logo para lê-lo. Imaginaaa adaptado pela Disney? Que sonho!!!

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  15. Assim como você, quando eu era criança eu adorava Contos de Fadas, eu assisti muito a Branca de Neve também. Tenho o VHS até hoje. Gosto bastante de livros juvenis, acho que são divertidos, que trazem ensinamentos, geralmente são mais leves, porém não deixando nem um pouco de debater assuntos importantes. Percebo isso cada vez mais. Admito que achava o livro interessante, porém tinha algumas ressalvas. Não sou muito de ler fantasia, os nomes confusos, os lugares estranhos, acho bem chatinho na verdade e apenas de pensar fico meio com sono. Só que A Escola do Bem e do Mal parece ter um diferencial bem bacana. A premissa é interessante. Ver essa diferença entre as duas personagens e ainda assim a amizade entre elas, as escolas, deve ser super divertido. Pretendo dar uma chance para essa série um dia. E esses filmes da Disney bem Sessão da Tarde? Adoro!

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  16. Oi Ana,
    gostei muito da sua resenha.
    Eu comecei a ler o primeiro livro da série, mas tô no comecinho ainda, e agora deu pra entender mais como será o desenvolvimento e surpresas que me aguardam!
    Esse negócio de cada princesa pode ser o que quer também achei bem legal quebrou muitos esteriótipos né?!
    bjs

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  17. Oi, Ana!!
    Adorei conhecer essa história, sempre gostei de contos de fadas e acho legal também as releituras que estão surgindo. Gostei da indicação é importante notar que aparência não é tudo e que um rosto bonito pode ter uma alma negra.
    Bjos

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  18. Olá, Ana
    Ainda não li essa série, estou acompanhando pelas resenhas.
    Gostei muito do segundo livro acrescentou um tema diferente que mulheres se quiser podem viver sem homens.
    Estou muito curiosa para ler essa série .
    Beijos

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