Christopher Pike é na verdade o pseudônimo de Kevin Christopher McFadden. Por muito tempo ele escrevia romances adultos que não tinham tanto sucesso, mas seguindo o conselho de seu editor e seus amigos, ele transformou uma dessas histórias em um romance adolescente. É assim que O Clube da Meia-Noite surgiu e se tornou um sucesso.
A série da Netflix é de terror, mas o livro não. E essa foi a primeira coisa que se destacou para mim. Eu já sabia que uma coisa não seria igual a outra e na verdade fico bem feliz por isso. O livro é um drama, daqueles bem tristes e bonitos que fazem a gente pensar por horas.
Nós acompanhamos a vida (ou o fim dela) de adolescentes que se mudam para a Rotterham Home, uma casa muito bonita e bem cuidada, que trata paliativamente pacientes jovens com doenças terminais. Lá Ilonka, a protagonista, faz amigos e cria laços profundos. Conforme essas amizades foram criadas, nasceu também o clube da meia-noite, onde Ilonka, Kevin, Spence, Sandra e Anya se revezavam contando histórias uns aos outros. Não só de terror, mas qualquer tipo de histórias que eles conseguissem pensar. Verdadeiras ou inventadas, não importa — desde que eles se reúnam todos os dias que lhes resta.
Uma noite, no meio de uma história, Spence sugere que o primeiro a morrer faça esforços para contatar os outros, para saber que a pessoa ainda estava bem. E quando um deles morre, a busca pelos sinais do outro lado começam.
— É uma pena que o primeiro de nós a ir não possa voltar e nos contar como é.Sandra fez uma careta.— Essa é uma ideia horrível.
Como eu disse, essa é uma história triste e bonita. Você sabe que os personagens apresentados vão morrer, mas se apega à eles e pensa com positividade para que nada de ruim aconteça. Isso acontece também com Ilonka, que continua com esperança de que seus amigos se curem e que ela mesma possa sair dali e viver plenamente. Ela nunca beijou alguém, nunca fez amor com alguém. Não viveu uma porção de coisas que gostaria e isso aflige muito tanto ela, quanto o leitor. Ao mesmo tempo que vemos a perseverança de Ilonka, vemos o quanto sua saúde piora e como não tem escapatória. Um por um eles se vão e um pedacinho do nosso coração se vai também
— Sei que o Kevin está em cada uma das suas histórias sobre vidas passadas. Acho que ele também sabe [...] Bons sonhos minha querida — Anya disse suavemente.
Recomendo muito a leitura desse livro. É uma leitura que te faz refletir bastante sobre muitos assuntos profundos ou até mesmo superficiais, que te faz apreciar um pouquinho mais o dia a dia. Eu também vou recomendar a série que é excelente, mas já aviso que tem muitos sustos (e mesmo assim é maravilhosa). Se vocês quiserem posso voltar aqui e explicar algumas das maiores diferenças entre os dois, nunca vou me cansar de revisitar essa(s) história(s).
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