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4 de fevereiro de 2023

O Que Sobra, de Príncipe Harry: Como quebrar — corajosamente — traumas geracionais

O Que Sobra é a história de Harry, finalmente.

Finalmente porque pra quem o acompanha (tipo eu) sabe que ele sempre criticou duramente a imprensa britânica e deixou claro que odiava ser um membro da realeza por conta deles, afinal, sua mãe morreu por influência de paparazzi. E depois começou a detestar a instituição em si por ser tão conivente com a imprensa.

Havia a mesma sensação de embarcar em uma missão e não saber se eu estava preparado, ao mesmo tempo em que sabia que não havia como voltar atrás. O destino estava na selado.

Em O Que Sobra, Harry esclarece e explica inúmeras histórias falsas sobre si que saíram na imprensa britânica para salvar a pele do herdeiro, ele também justifica (quando necessário) e se responsabiliza da sua parte em diversas "polêmicas" da sua fase "problemática". Harry mostra como ele teoricamente parecia muito bem por fora, mas passou basicamente toda a sua adolescência e juventude com depressão por não saber processar o luto de perder a Diana. Inclusive, não soube processar porque na família real eles fingem que ela nunca existiu. E ele era o reserva, nunca foi cuidado da maneira correta. A falta de amor, afeto, companheirismo, irmandade... Tudo isso afetou e muito o príncipe, principalmente depois da morte da Diana, já que ela era a única que se dedicava a ele. 



Diana falou a famosa frase: "a instituição vai cuidar do herdeiro e eu vou cuidar do reserva." É muito bizarro ler o Harry dizendo que o William simplesmente falou pra ele fingir que eles não se conheciam no internato quando Harry foi pra lá. Com 1 ano da morte da Diana. Tipo, é seu irmão!? E também deixa muito claro que a fanfic que a família real vendeu de que "os meninos da Diana eram super unidos até a Meghan chegar", era só isso mesmo, uma fanfic.

E se eles (Charles e William) não sabiam por que eu saí (dos deveres reais), talvez eles simplesmente não me conhecessem.  De forma alguma.  E talvez eles nunca tenham realmente me conhecido.  E para ser justo, talvez eu também não.  O pensamento me fez sentir frio e terrivelmente sozinho.  Mas também me animou.  Pensei: preciso contar a eles.

Harry relembra seus momentos com Diana — aqueles que ele lembra —, seu tempo no exército, e como viver aquela energia de camaradagem mudou seu ponto de vista, a saída obrigatória do exército porque novamente, a imprensa britânica arruinou sua vida e tantos outros momentos antes de Meghan. E claro, temos uma parte dedicada a esposa inspiradora de todas as outras mulheres da realeza que veio pra iluminar a vida de H. Um presente que parece ter vindo diretamente do céu das mãos de Diana, já que eles se conheceram no que seria o aniversário da princesa. 

O Que Sobra vai além de uma série de memórias, é um relato corajoso de como se quebram maldições geracionais, como você sai de um ambiente tóxico e de um ciclo vicioso de trauma passado de pai pra filho. Harry escolheu romper com isso e o fez direta e sem pestanejar.

Ser um Windsor significava descobrir quais verdades eram atemporais e depois bani-las de sua mente.  Significava absorver os parâmetros básicos da própria identidade, saber por instinto quem você era, o que era para sempre um subproduto de quem você não era.

Já vi falarem por aí que ele se vitimiza na leitura e se tem uma coisa que este homem não fez, foi se vitimizar. Nas vezes que vemos ele como vítima, ele realmente foi uma. Eu não sei vocês, mas se a imprensa dissesse que eu tava indo pra reabilitação por um problema com heroína e na realidade, eu só tava fazendo um compromisso DA REALEZA em uma clínica e minha família não movesse um dedo pra corrigir a história (marcando minha juventude com isso, que já não tava fácil) só pro meu pai que casou com a amante dele sair de bonzão... Não sei o que eu faria...

Ele foi uma vítima da família dele por anos, assim como a Diana e assim como Meghan é. E isso não muda porque você tem uma visão fantasiosa da realeza e manipulada por tablóide (sim, porque o Brasil trabalha no copiar e colar dos britânicos viu).

Papai estava modelando seu próprio pai? Porque ele não conhecia outra maneira de ser pai? Ou era mais subliminar, algum gene recessivo se expressando? Cada geração está condenada a repetir involuntariamente os pecados da anterior? Eu queria saber, e poderia ter perguntado, mas esse não era o tipo de coisa que você poderia questionar com o papai ou o vovô. Então tirei isso da cabeça e tentei me concentrar no bem.

O livro contém gatilhos de depressão, luto, ideação suicida e tem muito relato de guerra dos períodos que o Harry serviu no Afeganistão. A leitura é pesada na questão psicológica (porque a vida dele foi uma série de traumas), mas ele e o seu ghostwritter conseguem trazer isso de uma forma mais sutil, então você consegue ler "rápido". 

Príncipe Harry sempre foi o mais popular depois da rainha Elizabeth, o mais querido, o príncipe do povo, carregando título e legado da sua mãe, Diana, e nessa leitura isso se confirma ainda mais. Que homem. E se passaram 30 e tantos anos contando história falsa sobre ele, fazendo dinheiro com ele com o aval da realeza, eles (imprensa e família real) não deveriam estar reclamando né?! Com 38 anos o Harry pôde contar seu lado. Depois de anos da gente vendo só o lado de lá.

Se a história do Harry mancha uma suposta boa reputação de fulano e ciclana, talvez eles devessem procurar ser pessoas melhores.

Enquanto isso, em meio a tudo isso, Meg conseguiu manter a calma.  Apesar do que certas pessoas diziam sobre ela, nunca a ouvi falar mal de ninguém, ou para ninguém.  Pelo contrário, observei-a redobrar seus esforços para ajudar, para espalhar bondade.  Ela enviou notas de agradecimento manuscritas, checou os funcionários que estavam doentes, enviou cestas de comida, flores ou guloseimas para qualquer um que estivesse lutando, deprimido ou doente (...) Ela sempre dava um jeito de enxergar o melhor nas pessoas.

E não silenciar e descredibilizar o meu querido príncipe Henry. Dizer sua verdade é um ato de coragem, ser sincero sobre si mesmo como Harry foi, principalmente na posição que ele tem, é ajudar outras pessoas a serem fiéis consigo mesmas.

H, você é um orgulho. Um homem de valor, honra e serviço. 

Também é preciso um tipo de amor próprio, disse Nige, e isso se manifesta como confiança.  Confiança, Tenente Wales.  Acredite em si mesmo - isso é tudo.  Eu vi a verdade em suas palavras, mas não conseguia me imaginar colocando essa verdade em prática.  O fato é que eu não acreditava em mim mesmo, não acreditava em quase nada, muito menos em mim.  Sempre que eu cometia um erro, o que era frequente, eu era bastante dura com Harry.

Viva ao major Wales!

Título Original: Spare  ✦ Autor: Príncipe Harry ✦ Páginas: 512 
Tradução: Cássio de Arantes Leite, Débora Landsberg, Denise Bottmann & Renato Marques 
Editora: Objetiva
Livro recebido em parceria com a editora

29 de junho de 2020

Antifrágil | Nassim Nicholas Taleb


No best-seller A Lógica do Cisne Negro, Nassim Taleb propõe diversos desafios a serem vencidos nos próximos anos. Alguns anos depois, continuamos a história da humanidade e aqui estamos: apelando para diversas forças para manter firmes nossa economia, política e vencer nossas batalhas pessoais. Pensando nisso, Antifrágil ensina novos caminhos para, como enuncia seu subtítulo, beneficiar-se do caos. E apesar do título sensacionalista, garanto a qualidade impecável do previsor da crise de 2008 que devastou a economia mundial por anos. 

Mas o que é ser antifrágil? É tudo aquilo oposto ao frágil, portanto, tenaz, resiliente, mutável e que melhora após cada queda ao invés de quebrar-se. E partindo desse belíssimo conceito, Nassim traz este compilado de análises filosóficas de maneiras aplicáveis na vida de um poderoso executivo, Madre Tereza e o mais importante: na vida de qualquer um que esteja atento a absorver seus posicionamentos. 

A experiência lecionando e lidando com ameaças de investimentos permite ao autor explicar com classe qual a melhor forma de se fortalecer com os riscos e sua importância na nossa vida. Ensinando a como devemos ser como ímãs atraídos pelas situações imprevisíveis e assimetricamente favoráveis. O que no livro significa ganharmos mais que perdermos, evitando a prevalência de desvantagens. 

Fazendo parte de um compilado de ensaios filosóficos e com suas mais de 700 páginas, não é um livro de leitura fácil, um tanto cansativo e é preciso estar visando alguma aplicação prática imediata para alcançar a leitura até o final. Se deseja superar um status quo ruim, ser promovido, tornar-se político ou alguma outra ambição prática e relevante, a leitura será fácil e proveitosa, caso contrário, pode tornar-se um fardo. 
 

Por fim, assim como na última resenha, deixo 3 principais lições do livro e que certamente impactarão sua vida ao lê-lo!
  1. Busque riscos em sua vida, são eles que te tornarão melhor!
  2. “Sem aleatoriedade, sem desordem, sem perigo, sem estresse, sem incerteza, sem instabilidade, não temos como desenvolver o “antifrágil” que está dentro de nós.”
  3. O problema deve ser transformado em motivação.
Título Original: Antifragile ✦ Autore: Nassim Taleb
Páginas: 670 ✦ Tradução: Renato Marques ✦ Editora: Companhia das Letras
Livro recebido em parceria com a editora
Ajude o blog comprando o livro através do nosso link!

20 de maio de 2020

Cinema: Minha História

Título Original: Becoming
Ano: 2020
Direção: Nadia Hallgren
Duração: 90 min
Gênero: Documentário

Minha História é a segunda parceria dos Obamas com a Netflix e acompanha os bastidores da turnê de Michelle para seu livro em 34 cidades diferentes. Destacando o poder da união entre a comunidade  durante os 8 anos de seu mandato e o de seu marido e o poder da conexão quando ouvimos histórias, o longa conta uma parte da jornada da advogada, escritora e ex-primeira-dama dos Estados Unidos.


Michelle Obama foi é a única primeira dama negra da história dos Estados Unidos. E isso é de longe apenas um dos feitos incríveis da vida de uma mulher dona de uma força e talentos arrebatadores. Após anos de Princeton e Harvard, tornou-se uma das advogadas mais renomadas nas firmas estadunidenses, onde conheceu Barack Obama e, bom... Se você conhece um pouco de política internacional sabe que deste ponto até o ponto em que foi mãe na família mais importante do mundo por 8 anos, existe uma trajetória cheia de altos e baixos. E essa é a história incrível contada no livro e documentário homônimo. Chorei, sorri e me inspirei muito. E tem mais sobre minha opinião no vídeo abaixo!


A resenha completa do livro Minha História, autobiografia de Michelle Obama, pode ser lida aqui. O livro fez tanto sucesso que se tornou o mais vendido nos formatos físico e e-book na Amazon, durante 47 dias consecutivos, quebrando o record de Cinquenta Tons de Cinza.

23 de janeiro de 2019

Minha História | Michelle Obama


Já começo essa resenha dizendo que nunca em minha vida achei que teria acesso às memórias de uma mulher tão incrível quanto a Michelle Obama. Ela não é incrível só por ser a primeira mulher negra a ocupar o "cargo" de primeira-dama dos Estados Unidos, mas porque ela é e sempre foi a protagonista da sua própria história. Ela é um ícone mundial, um exemplo para várias mulheres e meninas, uma pessoa maravilhosa e de coração enorme. Conhecer mais sobre Michelle Obama e todos os seus feitos em Minha História com certeza me mudou, de uma forma ou de outra.

9 de dezembro de 2013

Carrie, a Estranha | Stephen King

Título Original: Carrie
Autor: Stephen King
Páginas: 164
Tradutor: Adalgisa Campos da Silva
Editora: Objetiva
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Carrie foi meu primeiro contato com o Stephen King. Tirando isso, já havia assistido ao filme "À Espera de Um Milagre", mas na época não fazia ideia de que o filme fora baseado em um livro do King. O mais engraçado é que eu ainda não li nenhum outro livro dele, apesar de ser bastante curiosa quanto "À Espera de Um Milagre".

O livro narra a história de Carrie, uma garota que é constantemente maltratada não só pelos colegas de escola, mas também pela mãe. A mãe é uma fanática religiosa, daquelas que acham que tudo é pecado, num mundo de pecado e habitado por pecadores. O fanatismo é tanto que ela é capaz de prender a filha em um cubículo super apertado que tem uma imagem de Jesus sendo crucificado, e ela faz isso desde a infância da menina. 

30 de novembro de 2013

Análise de Séries: Fronteiras do Universo

Títulos: A Bússola de Ouro
              A Faca Sutil 
              A Luneta Âmbar
Autor: Philip Pullman
Páginas: Total de 1412 páginas
Tradutoras: Eliana Sabino e Ana Deiró
Editora: Objetiva
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Um mundo paralelo ao nosso e totalmente incrível foi o que me atraiu nessa trilogia. Ursos de armaduras, bruxas e daemons são criaturas que fazem parte da história e estão ao lado de Lyra e Will. Tudo começa com a garota, órfã, que possui duas habilidades e vai usá-las durante a série com o objetivo de salvar seu melhor amigo. Will aparece somente no segundo livro e assim como Lyra ele também tem alguns dons que vão ajuda-lo no decorrer da série. 

Philip Pullman foi bastante corajoso ao criar essa história, uma vez que aborda temas muito fortes do campo religioso e físico. Em certos períodos dos livros a leitura é rápida e fácil de desenrolar, enquanto em outros é possível ficar dias em uma mesma parte por ser incrivelmente monótona, mas apesar disso o autor soube desenvolver muito bem.