SOCIAL MEDIA

Mostrando postagens com marcador verus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador verus. Mostrar todas as postagens

20 de julho de 2021

A Garota Que Não Se Calou | Abi Daré

Adunni é uma garota de 14 anos que possui apenas um sonho: estudar. Mas a realidade é completamente diferente na aldeia onde mora: mesmo com a pouca idade, foi vendida pelo pai para ser a terceira esposa de um homem bem mais velho cujo principal desejo era ter um filho homem. Longe dos irmãos e do pai, Adunni não vê outra alternativa se não a de se adaptar. E ela consegue, até o momento em que se envolve numa situação extremamente perigosa que a obriga a fugir e a romper seus laços com a cidade em que cresceu. 

Nesse meio tempo, Adunni é levada para trabalhar como empregada doméstica em Lagos, a maior cidade da Nigéria. Em um primeiro momento, o emprego supostamente lhe daria inúmeras oportunidades e, principalmente, dinheiro para seguir sua vida. Porém, não demorou muito tempo para a protagonista perceber que foi enganada, que ela era, na verdade, uma escrava. E mesmo sofrendo sempre em situações inimagináveis, Adunni não perdeu a esperança, não desistiu de estudar, de ser ouvida. Afinal, "amanhã será melhor que hoje".

Fiquei encantada com a escrita de Abi Daré, que conseguiu transmitir exatamente a essência da personagem. É narrado em primeira pessoa, sob o ponto de vista da personagem, uma jovem que teve pouco contato com o estudo. Sendo assim, seus pensamentos, sentimentos, tudo, são transmitidos exatamente da forma como ela fala. Por exemplo: "Tamém tem um ventilador de pé, falta duas pá do ventilador, por isso tá sempre soprano ar que deixa a sala toda quente. O papai gosta de ficar sentado na frente do ventilador de noite, com os pé cruzado e bebeno da garrafa, que virou sua esposa desde que a mamãe morreu" (p. 10).

Acredito que esse estilo de narrativa pode causar um certo estranhamento em alguns leitores, e confesso que eu mesma me senti um pouco incomodada no início. Mas ao enxergar a realidade de Adunni, pude entender completamente o artifício utilizado pela autora. E é genial, principalmente porque a cada página de um livro que Adunni conseguia ler, cada nova palavra descoberta, cada pequeno minuto que ela conseguia se esconder para estudar, era perceptível a melhora em seu vocabulário. Ao final do livro, a personagem já conversava muito mais corretamente, mostrando a importância do conhecimento.

Além disso, é claro, temos muito contato com a cultura nigeriana, que é muito vasta. Existem vários grupos étnicos diferentes, são faladas diversas línguas. Existem muitas coisas boas, mas é claro que nós enxergamos muitos de seus costumes com maus olhos. Por exemplo, na aldeia de Adunni, meninas de 14 ou 15 anos já estavam prontas para casar. O machismo não está presente apenas nesse ponto na história criada por Daré, é claro. Não importa qual a classe social, uma mulher nunca terá os mesmos direitos que os homens, ainda que seja bem sucedida. Mas convenhamos que isso não é exclusividade dos países africanos, não é mesmo?

A Garota Que Não Se Calou não é uma leitura fácil, no fim das contas. Por mais que a escrita seja singela e simples, os acontecimentos que permeiam a vida de Adunni são brutais, em sua maioria. Ainda assim, é interessante como a autora sempre faz questão de deixar um sopro de esperança em meio ao caos, e por isso traz uma moral bonita. Não sou fã desse lance de "histórias de superação" porque escancaram a desigualdade em que vivemos, mas como não se apaixonar por uma menina humilde que superou todas as expectativas? Que mostrou que sim, a educação tem valor, mais valor que qualquer dinheiro no mundo?

Os questionamentos de Adunni me deixaram cheia de reflexões, o seu olhar sob as coisas me inspirou muito, me encheu de fé. Depois de ter contato com uma personagem tão inabalável, tenho total certeza que sim, amanhã será melhor que hoje.

Título Original: The girl with the louding voice ✦ Autora: Abi Daré
Tradução: Nina Rizzi ✦ Páginas: 352 ✦ Editora: TAG Experiências Literárias & Verus

25 de fevereiro de 2021

Meia-noite, Evelyn! | Babi A. Sette


Meia-noite, Evelyn! foi meu terceiro contato com a escrita da Babi A. Sette e o primeiro romance de época escrito pela autora que tive a oportunidade de ler. Ganhei meu exemplar em janeiro, e no mesmo mês terminei a leitura da obra. Apesar de não ter concordado com algumas atitudes de Evelyn e de Harry, os personagens da trama, Meia-noite, Evelyn! foi uma leitura muito proveitosa e deixou meu coração quentinho.

O livro é uma releitura de Cinderella, mas as características entre a história original e o livro escrito pela Babi são poucas. Gostei bastante de como a autora usou e abusou da imaginação para criar uma história tão marcante, intensa e de derreter o coração de qualquer leitor. Durante a leitura conhecemos a história de Evelyn, uma irmã superprotetora que se vê diante de uma situação horrível: está prestes a perder a propriedade onde mora e a chance de acompanhar o crescimento de Violet, sua meia-irmã. Além de estar sendo chantageada pelo irmão de seu padrasto, o conde Derby, Evelyn ainda acaba se envolvendo com mulherengo e misterioso Harry Montfort, filho de seu falecido padrasto. É uma baita história de novela, não é mesmo? E é disso que eu gosto!

Acho interessante citar que, apesar do livro ser um romance de época, os acontecimentos narrados em Meia-Noite tomam rumos totalmente inesperados e pouco vistos nos livros do gênero que estou acostumada a ler. E eu nem preciso dizer que adorei isso, né?! Amo quando livros me surpreendem, e com a obra de Babi isso não foi diferente.

Meia-noite, Evelyn! é uma linda história sobre o amor entre irmãs, e até onde podemos chegar para proteger quem amamos. Gostei muito da ligação entre Evelyn e Violet, que apesar da pouca idade, é responsável por praticamente todas as ações de nossa personagem principal. Também gostei da ligação de Harry com sua irmã, é algo surreal.

Nesse livro temos muitas cenas mais quentes, então a leitura é recomendada para maiores de 18 anos. Inclusive, eu adoro como a Babi introduz esse tipo de cena em suas histórias, deixando a narrativa mais fluida e os acontecimentos com aquele arzinho de “reais”. Além disso, a autora soube trabalhar assuntos mais pesados, por assim dizer. Apesar de ser um romance de época, regado a bailes, temporadas e vestidos luxuosos,  somos apresentados a personagens que sofreram muitos traumas e que tentam colar cada pedacinho do coração.

Durante minha leitura, pude perceber a evolução da escrita da Babi, bem como o amadurecimento em sua carreira enquanto escritora. E isso foi uma característica na obra que me deixou muito feliz, porque acompanho a trajetória dessa autora tão querida desde o lançamento de Entre o Amor e o Silêncio, em 2014. Para quem está em busca de um romance de época que foge um pouco dos padrões e que é capaz de provocar lágrimas nos leitores, Meia-Noite, Evelyn! é a escolha certa!
 
Título Original: Meia-noite, Evelyn! ✦ Autora: Babi A. Sette
Páginas: 458 ✦ Editora: Verus

24 de agosto de 2020

Nascido do Crime | Trevor Noah


Quando soube que o livro de janeiro da TAG Inéditos seria a autobiografia de um comediante, fiquei muito feliz e ansiosa. Mal podia esperar pela caixinha e pela história divertida que ela traria. Afinal, eu já li autobiografias de comediantes antes e me apaixonei. Não digo que estava completamente errada, de fato Trevor traz um tom de humor à sua história. Mas Nascido do Crime é muito mais que uma historinha engraçada sobre a vida de um comediante, pois mesmo quando o autor nos faz rir, nos questionamos se rir é realmente o que deveríamos estar fazendo.

Se eu tivesse me dado ao trabalho de ler a sinopse com mais atenção antes de tirar  minhas conclusões, talvez eu não tivesse pensado que daria gargalhadas do início ao fim. Trevor Noah nasceu na África do Sul, quando ainda existia o apartheid. Ele é filho de mãe negra e pai branco, por isso, para a época, "nascido do crime". Em sua autobiografia, ele nos conta um pouco de como foi nascer em um período ainda conturbado na África do Sul, como ele nunca se sentia parte de nenhum grupo mas, ao mesmo tempo, aprendeu a usar isso a seu favor.

Eu me tornei um camaleão. Minha cor era sempre a mesma, mas eu conseguia mudar a percepção dos outros sobre quem eu era. Se alguém falasse comigo em zulu, eu respondia em zulu. Se alguém falasse comigo em tswana, eu respondia em tswana. Talvez eu não me parecesse com você, mas, se eu falasse como você, éramos iguais.

A narrativa é dividida em três partes, que apesar de não terem títulos e acabarem indo ou voltando no tempo em algum momento, retratam sua infância, adolescência e um pouco da sua vida após o Ensino Médio. Apesar de Trevor ser obviamente o foco do livro, sua mãe foi uma pessoa que me impressionou bastante. Existe um capítulo em que o autor nos conta um pouco da história dela e percebemos claramente que ela era uma mulher a frente do seu tempo.

A relação entre os dois também é impressionante. Trevor diz que desde criança ela sempre o tratou de igual para igual, enquanto outras mães mal conversavam com seus filhos, pois não era assim que as coisas funcionavam. Uma coisa que me fez rir bastante sobre os dois foi um momento em que eles discutiam através de cartas, isso mesmo, cartas. Cada um tinha que escrever uma carta argumentando porque o outro estava errado e as respostas só eram aceitas se fossem escritas também.

— Por que isso tudo? Por que mostrar ao Trevor o mundo se ele nunca vai sair do gueto?
— Porque — respondia ela -, mesmo que ele nunca saia do gueto, ele vai saber que o gueto não é o mundo. Se eu conseguir pelo menos isso, já terei feito o suficiente.

Ao contar sua história, Trevor acaba esbarrando em vários assuntos que ainda hoje são problemáticos e geram discussões. Obviamente discute-se muito o racismo, mas também nos deparamos com problemas relacionados à religião e violência doméstica. Na maior parte do tempo Noah retrata tudo com bom humor e muitas vezes me peguei rindo quando na verdade eu deveria estar chorando.

Já foi anunciado que a obra será adaptada para as telinhas e mal posso esperar para ver como isso será feito! Além disso, em entrevista à TAG, Trevor disse que pretende escrever outro livro (mas sem pressa), então já estou ansiosa esperando pelos próximos capítulos dessa história.

Quando eu recebi esse livro, definitivamente não estava esperando a história que eu li. Nascido do Crime superou expectativas que eu nem sabia que tinha criado e com certeza está na minha lista de livros favoritos da vida.

Título Original: Born a Crime ✦ Autor: Trevor Noah ✦ Páginas: 336 
Tradução: Fernanda de Castro Daniel ✦ Editora: Verus & TAG Experiências Literárias
Assine a TAG aqui e ganhe 30% de desconto na primeira caixinha!

20 de junho de 2020

Red Hill | Jamie McGuire


Indiquei Red Hill da Jamie McGuire para vocês há um tempinho como opção para ler no Kindle Unlimited, então nada mais justo que falar um pouco dele aqui no Roendo Livros. Já começo dizendo que, apesar de ser familiarizada com tramas apocalípticas ― principalmente as que envolvem zumbis ―, fiz essa leitura bem no meio da quarentena, uma escolha não muito inteligente. Não que a gente esteja no meio de um apocalipse, mas foi meio difícil controlar meus pensamentos de doida em relação ao vírus que está assolando o nosso e tantos outros países. Falo isso porque se algum de vocês for sensível a gatilhos, talvez seja melhor dar uma chance para o livro num momento mais calmo, ok?

O enredo é basicamente o que conhecemos de todo apocalipse zumbi: uma epidemia mortal que se espalha muito rápido sem dar pistas de onde começou e porquê ― na realidade, nesse livro em específico a autora nos dá uma pista, mas vou reservar um parágrafo só para falar disso. Basta uma mordida de um ser transformado para contrair a "doença" e se tornar um deles. Nesse plano de fundo acompanhamos personagens principais, Scarlet, Nathan e Miranda, cada um tentando se salvar e salvar os seus da melhor forma possível. 

Scarlet é uma técnica em radiologia que presencia a epidemia chegando em seu auge dentro do hospital em um fim de semana que suas filhas foram ficar com o pai; Miranda é a filha mais velha de um dos médicos que trabalha no mesmo hospital que Scarlet e está indo encontrar o pai no rancho Red Hill quando o caos se instala; a situação de Nathan também não é das melhores, já que foi abandonada pela esposa no meio do apocalipse com uma filha pequena para cuidar. Para quem acha que o mundo é gigante, um apocalipse é a prova viva de que a gente mora em um ovo, pois não existia outra maneira desses três protagonistas e seus acompanhantes se encontrarem a não ser procurando um lugar seguro para evitar os zumbis, o rancho Red Hill. 

O início do livro é bastante frenético e lotadas de cena de ação, já que tudo acontece muito rápido. Na minha opinião, tudo foi descrito muito perfeitamente, porque um apocalipse zumbi é meio que um efeito em cascata, a gente mal pisca e a pessoa que está do nosso lado foi mordida. Então, pelo menos até os personagens chegarem ao destino ― ok, a chegada deles no rancho não é considerada um spoiler, é? ― há uma cena eletrizante atrás da outra. Muitas mortes de pessoas queridas, muitos crânios zumbis sendo explodidos e várias outras coisas mórbidas que retratam o fim do mundo. Aí eles chegam no rancho...

A partir desse ponto da história, a ação diminui um pouco e o foco se torna a relação entre os personagens, e muita coisa acontece. Imaginem como seria estar em uma casa no meio do nada, no meio de um apocalipse zumbi, com várias pessoas que você não conhece. Todos nós sabemos que conviver com pessoas em situações de estresse é um pouco difícil, e a autora retrata isso muito bem. Nervos a flor da pele, hormônios a flor da pele... Então, sim, esperem alguns relacionamentos do tipo "amor à primeira vista". Confesso que esses amor à jato me deixa muito irritada e me deixou irritada aqui também, mas eu entendi. Pensem comigo: estamos no meio do fim do mundo, todos que amamos provavelmente estão mortos, então é natural do ser humano buscar apoio no outro, né? Acho que esse tipo de atração acabaria se tornando inevitável. Mas sim, ainda fiquei um pouco irritada. 

Agora sim preciso falar sobre uma coisa que pode ser um spoiler, mesmo que esteja bem no início do livro. Sendo assim, salte esse parágrafo se não quiser estragar nenhuma surpresa. O que me irritou de verdade foi a tal pista que a autora deu sobre o início do contágio: a vacina contra a gripe. Aparentemente as pessoas vacinadas se transformavam em zumbi mais rápido e tudo indicava que o contágio se deu a partir de uma pessoa que morreu dos efeitos colaterais da vacina; essa pessoa reviveu e começou a espalhar o vírus que sofreu mutação para outras pessoas. Sinceramente? Ridículo! Vacina é solução, não é problema! Senti uma crítica da autora em relação às vacinas, o que é totalmente sem noção porque obviamente o movimento antivacina é uma ameaça para saúde mundial. Pelo amor de Deus, se vacinem e vacinem seus filhos, #paz.

Além disso, achei o final um pouco corrido quando comparado ao resto do desenvolvimento. A neura da Scarlet pelas filhas e suas atitudes egoístas ― lembram que eu falei que elas estavam com o pai? ― acabam colocando muita coisa a perder, o que refletiu negativamente nesse final que deixou a desejar. Muitas pontas ficam soltas, principalmente sobre a morte de alguns personagens e sobre as próprias filhas da Scarlet, mas, de forma geral, Red Hill foi uma leitura muito satisfatória, mesmo me deixado com umas ideias não muito legais sobre o Coronavírus.

Título Original: Red Hill ✦ Autora: Jamie McGuire ✦ Páginas: 350
Tradução: Ana Death Duarte ✦ Editora: Verus

13 de abril de 2020

Amor Sob Encomenda | Carina Rissi


Confesso que, quando peguei o livro para ler, grandes expectativas foram criadas: a sinopse me agradou mesmo acreditando que seria mais um romance previsível e clichê. Enorme foi a surpresa durante a leitura, porque de clichê esse livro não tem nada. Superando e indo muito além das minhas expectativas, a trama se desenvolve de um jeito tão natural e que é impossível não se surpreender.

Em Amor Sob Encomenda conhecemos Melissa Gouvêa, uma produtora de eventos que se entrega totalmente ao trabalho, sendo uma das mais importantes do ramo. Porém, sua chefe — que por sinal é terrível e de difícil convivência — não lhe da o devido valor. Estando em um relacionamento meia boca, Mel se vê em um impasse ao descobrir que o seu namorado foi visto comprando um anel. Só que, ao encontra-lo, descobre que o anel não era pra ela e sim para a sua namorada de colegial e que, na verdade, durante todo o tempo que estavam juntos, ela se enquadrava no papel de amante.

A história complica mais quando a noiva dos seus sonhos, a it girl Camila Bueno, lhe telefona a convidando para ser sua cerimonialista. Mel esperou um tempão para que essa oportunidade chegasse e vê ali a oportunidade de ser promovida na Allure, empresa onde trabalha. O que não contava era que o noivo de Camila é seu ex-namorado. Sendo a responsável pelo sustento da família, Mel se vê sem escolha, tem que organizar o casamento. Como se as coisas estivessem fáceis para ela, Fabíola, a amiga com quem Mel divide apartamento, traz o noivo para morar com elas. Ao percebe que está atrapalhando a intimidade do casal, Mel decide se mudar e a única opção que o destino lhe reserva é ir morar junto com Nicolas Cassani, um cara cínico e mulherengo, que usa essa fachada pra esconder traumas.

Me apaixonei por Amor Sob Encomenda desde a primeira pagina lida e daí por diante fui me encantando cada vez mais. É uma trama muito bem escrita e cheia de reviravoltas. Uma história com uma complexidade de detalhes e tão bem trabalhada que é impossível parar no meio da leitura.

Primeiro falando de Melissa é impossível não sentir simpatia por ela. Uma mulher tão guerreira, tão forte, muito cabeça dura, mas principalmente real. Com uma vida cheia de altos e baixos, Melissa se trancou em um mundinho só dela e tem grande dificuldade de se abrir com as pessoas. Carina descreve a personagem lindamente e é muito fácil se identificar com ela. Foi muito difícil não me ver no lugar dela, não compreender as suas atitudes, apesar de às vezes dar aquela leve vontade de bater nela. Ver o tanto que ela amadureceu e se abriu para a vida no decorrer da trama me fascinou e me deixou imensamente feliz.

Ao contrário de Mel, Fabíola não me agradou muito, apesar das suas loucuras e das várias risadas que dei com algumas conversas dela com a amiga. Mesmo estando sempre por perto da amiga para tudo que ela precisava, achei a personagem muito cruel em alguns comentários e a partir desse momento o ranço foi instalado e não teve volta. Agora, o Nicolas me arrancou grandes suspiros. Além de um homem maravilhoso fisicamente, com o passar das paginas foi se mostrando um verdadeiro cavalheiro, o sonho de qualquer mulher.

Torcer para que Nicolas e Mel fiquem juntos foi inevitável. Foi lindo ver como cada um foi se abrindo para outro e juntos conseguiram vencer os traumas e principalmente quebrarem a barreira criada por Mel entre os dois. Confesso também que as atitudes dos vilões e principalmente quem eram esses vilões me surpreendeu profundamente. Apesar de ter amado muito o enredo e o desenrolar da história, em certos momentos senti falta de saber o que se passava pela cabeça de Nicolas. Acho que alguns capítulos contando o seu ponto de vista teria trazido mais um charme para a história. Saber o que se passou na cabeça dele no bangalô ou a caminho do aeroporto, principalmente, traria mais riqueza e com certeza mais suspiros.

Sendo o primeiro livro que li da autora, fiquei impressionada e doida para ler e conhecer mais das obras da Carina, visto que durante a leitura percebi a presença de vários personagens, que posteriormente descobri que são dos seus outros livros, o que despertou mais o meu interesse. A escrita de autora ocorre de maneira tão natural e tão coesa que as mais de 540 paginas foram lidas rapidamente e sem dificuldade nenhuma. Realmente fiquei apaixonada pelo livro e sem dúvida entrou para o meu TOP5 queridinhos.

Título Original: Amor Sob Encomenda ✦ Autora: Carina Rissi
 Páginas: 546 Editora: Verus
Livro recebido em parceria com a editora 
Texto por Raíssa Gasquel

26 de março de 2020

Uma Surpresa na Primavera | Carrie Elks


Uma Surpresa na Primavera é oficialmente o terceiro livro da série das Irmãs Shakespeare. Por algum motivo que eu não consegui compreender, a sinopse da edição brasileira diz que ele é o último, o não é verdade, já ainda tem mais uma irmã, cuja história será contada em Uma Luz no Outono!

Esse volume traz a história de Lucy, a irmã mais velha das Shakespeare. Ela vive em Edimburgo, é uma advogada workaholic que acredita que tem o dever de cuidar de tudo e todos. Isso vem do fato de ter perdido a mãe cedo e pairar um sentimento de culpa sob ela. Ela acaba cuidando de todas as irmãs, ou seja, sua vida pessoal não existe.

Porém há uma reviravolta em sua vida causada pelo caso de Lachlan MacLeish. Ele precisa defender sua herança de terras escocesas de um pai distante pra evitar continuar sendo tratado como filho ilegítimo, mesmo sendo tão bem sucedido quando o meio irmão Duncan. Em Glencarraig suas memórias da infância são felizes e ele não vai desistir do lugar tão fácil. Só que obviamente a atração que Lucy e Lachlan sentem um pelo outro vão aumentar — e muito — por conta do clima frio da Escócia né.

A minha lista de preferência dos três livros da série que li é:
1. Uma Surpresa na Primavera
3. Um Verão na Itália
O quarto e último volume, Uma Luz no Outono, acabou de ser lançado no Brasil pela editora Verus.

Gostei muito de Kitty e Adam, mas Lucy e Lachlan conseguiram tomar o lugar de casal preferido. Acho que o pano de fundo dos personagens me conquistou mais. Ambos tiveram infâncias complicadas, mas isso não os impediu de serem bem sucedidos e pessoas boas. Lachlan é podre de rico, mas, mesmo assim, não se mostrou arrogante em momento nenhum da história, o que me surpreendeu, porque a maioria dos personagens homens ricos são uns playboyzinhos metidos a besta que tem sua redenção com a garotinha pelos quais se apaixonam. Aqui a gente tem um personagem homem, que apesar de rico, sempre foi legal e cuidadoso.

Lucy, por sua vez, passou por um trauma bem grande com a mãe, mas mesmo assim a autora não usou isso para ela sair "de boa" da situação. E ela é tão dona de si… Eu amei porque também foge desse tipo que tem em 400 histórias por aí que encontraram um cara rico arrogante e são reabilitação para eles.

Mais uma vez eu repito que os livros das Irmãs Shakespeare são dignos de filme da Sessão da Tarde. O romance é automático apesar de alguns impedimentos, que só são pensados depois de os personagens já se envolverem; isso pode frustrar pessoas que não gostam desse tipo de relacionamento. Mas eu sou arriada por histórias assim, porque de vida amorosa difícil e enrolada já basta a minha sabe?! Hahahahaha.

A narrativa da história é feita na terceira pessoa, mas mostra claramente em qual dos dois protagonistas vai focar em cada momento. Aqui vemos os laços entre as irmãs ficarem mais firmes, principalmente por conta de um segredo que Lucy guarda. A leitura é muito fluida e a escrita de Carrie Elks continua sendo bem gostosa de acompanhar.

Eu gostei muito do jeito que a história é finalizada, porque a verdade é que quase nada fica decidido, a gente tem uma certeza, mas o resto fica "a combinar". Ah, é importante ler os livros na ordem: Verão na Itália, Um Amor de Inverno e Uma Surpresa na Primavera, porque se não você pega pequenos spoilers do que rola na vida da outra irmã. Se você não se importar com isso, leia do jeito que quiser. Inclusive estou bastante ansiosa pro livro da Juliet!

Título Original: Absent in the Spring ✦ Autora: Carrie Elks 
 Páginas: 308Tradução: Andréia Barboza Editora: Verus
Livro recebido em parceria com a editora 

3 de novembro de 2019

As Dez-Vantagens de Morrer Depois de Você | Fernanda de Castro Lima


Gabriela e Júlia são amigas inseparáveis. Elas fazem tudo juntas, são o mundo uma da outra. Em um dia aleatório Júlia tem a ideia de inventar dez desafios cada uma para cumprirem caso ― ou quando ― a outra morresse. O que era uma brincadeira super engraçada se tornou um pesadelo: pouco tempo depois, Júlia morre em um acidente de carro e, para tentar manter a memória da amiga, Gabriela resolve cumprir os desafios da lista. 

19 de setembro de 2019

Ofélia | Lisa Klein


A primeira coisa que vocês precisam saber antes de ler essa resenha é que eu simplesmente odeio Shakespeare. Assim, eu acho as ideias dele geniais, de forma geral, enredos muito legais, mas extremamente mal colocados em sua voz. Por favor, não me julguem. Então, eu comecei a ler Hamlet uma vez e perdi totalmente a paciência com os floreios de Shakespeare, inclusive com o "ser ou não ser, eis a questão". Aí vocês devem estar pensando: "Ana, por que cargas d'água então você resolveu ler esse livro, que é uma releitura de Hamlet?". E a resposta é óbvia. É uma releitura, portanto, é diferente. 

9 de junho de 2019

Um Amor de Inverno | Carrie Elks



Um Amor de Inverno é o segundo livro da série Irmãs Shakespeare. O primeiro volume é Um Verão na Itália e você pode conferir a resenha aqui. Os livros podem ser lidos fora da ordem, mas como elas são irmãs, uma aparece na história da outra e pode rolar o famoso spoiler.

16 de maio de 2019

Vem Comigo | Karma Brown


Não sei vocês, mas eu olho para a capa de Vem Comigo e logo me vem na cabeça um enredo estilo Sessão da Tarde, com um romance bem água com açúcar numa colônia de férias — exatamente o que eu estava procurando para ler nesses últimos dias. Obviamente fui feita de trouxa, porque o livro de estreia da Karma Brown não é nada leve: a carga de drama aqui é tão grande que, em alguns momentos, tive vontade de abandonar a leitura. Vou explicar melhor.

24 de fevereiro de 2019

Todas as Pequenas Luzes | Jamie McGuire


Conheci a escrita de Jamie McGuire quando eu tinha uns 17 anos e li Belo Desastre. Na época eu me apaixonei pela história, mas sei que hoje eu apontaria várias coisas erradas no relacionamento tóxico de Abby e Travis, mas essa reflexão fica para outro dia. Enfim, fiz essa introdução só para dizer que eu esperava de Todas as Pequenas Luzes um desses romances adolescentes problemáticos, mas McGuire tenta fazer uma coisa um pouco diferente aqui e, em partes, consegue chegar a algum lugar.

3 de fevereiro de 2019

O Milagre | Emma Donoghue


Quarto foi o primeiro livro que recebi em parceria com a editora Record e tenho várias boas lembranças de tal leitura, muitas delas bastante nostálgicas. Eu tenho certeza que decidi ler O Milagre porque é da mesma autora de uma obra que eu amei tanto, que mexeu tanto comigo, mas infelizmente não me afeiçoei nem um pouquinho à nova história de Emma Donoghue. 

16 de janeiro de 2019

Moxie | Jennifer Mathieu


Quando eu era adolescente, não existia tanta informação sobre o feminismo por aí — ou, se existia, poucas meninas tinham acesso. Eu fico muito, muito feliz quando leio livros sobre o assunto que têm como público alvo os adolescentes. É o caso de Moxie, uma história sobre resistência feminina em um ambiente escolar machista e misógino. O mais legal de tudo é que a trama de Jennifer Mathieu é exatamente o que acontece em diversos lugares, e a forma simples como ela usa os termos só deixa o acesso ao tema mais fácil. 

31 de dezembro de 2018

your name. | Makoto Shinkai


Eu assisto vários animes e leio vários mangás, principalmente porque as histórias orientais são bastante diferentes das histórias ocidentais – e geralmente muito mais tocantes e bonitas. Não imaginava que um dia teria a chance de ler uma obra escrita por um japonês em um formato tão conhecido por mim, um romance, que foi escrito pelo diretor do filme your name.. Muitas pessoas acham que o livro é baseado no filme, mas o autor deixa claro que é muito difícil saber qual é a obra original, visto que o livro foi publicado antes de o filme ser exibido no Japão.

27 de novembro de 2018

International Guy: Paris, Nova York, Copenhague | Audrey Carlan


A nova série da Audrey Carlan, autora de A Garota do Calendário, nos leva para o mundo luxuoso que é a empresa International Guy, criada por três amigos que se conheceram na faculdade: Parker, o mago dos sonhos; Bogart, mago do Amor e Royce, o mago do dinheiro. Eles, com todos seus conhecimentos em suas respectivas áreas, ajudam mulheres que precisam, independente do problema ou circunstância.

3 de outubro de 2018

Ariel | Sylvia Plath


Poesias possuem uma linguagem diferente da linguagem utilizada nos romances. É uma escrita mais intima, introspectiva e, muitas vezes difícil de compreender. Com Ariel não é diferente. Apesar de não ter conseguir absorver tudo o que Plath quis dizer, a gente sente. Suas poesias transbordam para fora das páginas, é pesado, pungente e doloroso.

12 de setembro de 2018

Correndo Descalça | Amy Harmon


Apesar de Beleza Perdida ser o livro mais famoso de Amy Harmon, o meu primeiro contato com a autora foi através do Correndo Descalça, e eu fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de lê-lo. Eu jurava por Deus que esse seria mais um romance erótico que eu seria obrigada a criticar aqui no blog, mas não podia estar mais enganada. Começando pelo gênero, que não era nada do que eu pensava. Tudo o que eu encontrei aqui foi o que eu sonhava em encontrar: um romance bonito, bem construído, onde os personagens se atraem pelo que são e não pela beleza.

17 de setembro de 2017

Inventei Você? | Francesca Zappia


Inventei Você? tem como protagonista a jovem Alex que, após ter sido diagnosticada com esquizofrenia, transtorno psicológico que causa alucinações e delírios, precisa estar sempre atenta a tudo aquilo que vê e ouve, para tentar identificar o que é real e o que é apenas fruto de sua mente.

21 de julho de 2017

A Pequena Livraria dos Corações Solitários | Annie Darling


Um dos clássicos casos em que a capa conquista, mas a boa escrita que mantém o leitor preso ao livro. A Pequena Livraria dos Corações Solitários é um romance britânico cheio de nuances do dia a dia de uma pequena equipe que trabalha em um lugar onde a ficção mistura-se com a realidade e tudo pode acontecer. Com um tom mais adulto, mas com uma narrativa leve e fácil de acompanhar, pode ser classificado como um chick-lit promissor. 

15 de dezembro de 2016

Suzy e as Águas-Vivas | Ali Benjamin


Sabem quando às vezes acontece alguma coisa muito ruim que os adultos não sabem explicar e eles apenas dizem que "algumas coisas simplesmente acontecem"? Pois é justamente isso o que a mãe de Suzy diz para ela para justificar o afogamento de Franny, ex-melhor amiga da menina, em uma praia em Maryland. Além da dor que é comum quando perdemos pessoas próximas, Suzy se sente imensamente culpada porque, antes de Franny morrer, a amizade entre as duas não estava muito boa. Eis que, para amenizar um pouco a situação, Suzy decide descobrir o que aconteceu de verdade com a garota.