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15 de abril de 2024

A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig, mostra que independentemente das nossas decisões, viver é sempre um processo muito difícil

Acho que o primeiro contato que tive com uma história com foco em realidades alternativas foi Efeito Borboleta, filme de 2004 protagonizado por Ashton Kutcher. Nele, Evan, o personagem, consegue viajar no tempo e alterar o passado, trazendo consequências não muito boas para o presente. "Efeito borboleta" é uma expressão muito utilizada na Teoria do Caos para explicar uma das características mais marcantes dos sistemas caóticos, isto é, a sensibilidade das condições iniciais. No caso desse filme, ou do livro A Biblioteca da Meia-Noite, até mesmo as menores decisões, aparentemente insignificantes, têm capacidade de gerar mudanças gigantescas ao longo do tempo

Nora Seed é uma mulher que coleciona arrependimentos. Vive uma vida totalmente sem emoção, o que faz com que ela se questione constantemente como estaria e aonde teria chegado se tivesse tomado algumas decisões diferentes no passado. Após ser demitida, seu gato ser atropelado e ser dispensada pelo vizinho idoso da única tarefa que fazia com seus dias tivessem um pouquinho de sentido, Nora sente que sua existência na Terra não é mais necessária, que ninguém mais precisa dela. E é assim que a personagem vai parar na Biblioteca da Meia-Noite. 

A Biblioteca da Meia-Noite é um lugar onde o tempo não passa. Nora não está morta, mas também não está viva. Mas ao chegar nesse lugar, ela recebe a oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido caso tivesse tomado outras decisões. Cada livro da biblioteca é uma vida diferente: o que teria acontecido se Nora não tivesse terminado um relacionamento de anos? Ou fosse viajar com a melhor amiga, ou tivesse seguido carreira musical, ou tivesse se tornado uma nadadora olímpica, ou, ao invés de Filosofia, tivesse cursado Glaciologia na faculdade? A partir dos seus arrependimentos, Nora tem a oportunidade de consertar seu passado e, quem sabe, achar uma vida que realmente faça sentido a ponto de desejar ficar nela. 

Após finalizar essa leitura, entendo o porquê de ela fazer tanto sucesso. Afinal, todos nós temos vontade de mudar uma decisão ruim que tomamos no passado... Mas, assim como Nora, acho que nunca paramos para refletir sobre as reais consequências dessas alterações. Alguns exemplos práticos: eu estaria casada com meu marido mesmo se eu tivesse aceitado aquela primeira solicitação dele no Facebook, que eu recusei por não saber quem ele era direito? Se eu tivesse contrariado a vontade da minha família e tivesse feito Letras na faculdade ao invés de Geologia, eu já estaria terminando o meu doutorado agora, ou sequer estaria fazendo doutorado? A questão é justamente essa: nós nunca saberemos! 

Percebe-se por esse texto que A Biblioteca da Meia-Noite é um livro extremamente melancólico, cheio de gatilhos, do início ao fim. As primeiras tentativas de Nora de encontrar a vida perfeita, por exemplo, são extremamente dolorosas, até um pouco difíceis de digerir. Mas, assim como Nora, queremos saber os rumos que ela poderia ter tomado na vida. E é aqui que admito uma das maiores vitórias de Matt Haig com esse livro: é fácil demais se perder em uma narrativa com multiversos, uma vez que essas muitas vidas podem não agregar muita coisa na história como um todo, e não é isso o que acontece aqui. Cada universo alternativo de Nora causam algum impacto na personagem, na sua versão "definitiva". 

Os capítulos curtos ajudam muito na fluidez da narrativa, mas não deixa de ser um livro muito difícil. À medida que avançamos na leitura, temos a percepção de que a vida perfeita não existe. Coisas boas e ruins vão existir na mesma proporção, não importa a decisão que a gente tome. Acredito que essa é a grande reflexão desse livro, e é por isso que vejo tanta gente dizendo que ele flerta um pouco com o gênero autoajuda: viver não é fácil e, diferentemente de Nora Seed, não temos o privilégio de escolher entre milhares de possibilidades, não temos como voltar atrás. Nos resta, no fim, aproveitarmos as partes boas e aprendermos a lidar com as ruins.

Título Original: The Midnight Library ✦ Autor: Matt Haig 
Tradução: Adriana Fidalgo ✦ Páginas: 320 ✦ Editora: TAG Experiências Literárias & Bertrand Brasil

18 de março de 2023

A ditadura latino-americana e seus conflitos sob a perspectiva de um emblemático núcleo familiar em A Casa dos Espíritos, aclamada obra de realismo fantástico de Isabel Allende


A Casa dos Espíritos é, provavelmente, a obra mais consagrada de Isabel Allende. A trama acompanha as famílias Del Valle e Trueba por gerações, até que se tornam uma com o casamento entre Clara del Valle e Esteban Trueba. A partir das referências deixadas pela autora, sabe-se que os acontecimentos se passam em um país latino-americano. Acredita-se que esse país seja o Chile, mesmo que isso não seja afirmado em momento algum, tendo em vista o local onde Allende viveu por tantos anos e as alusões que faz à sua própria família. Porém, ao abordar a ditadura, A Casa dos Espíritos acaba sendo um retrato fiel de inúmeros países da América Latina.

Meu primeiro contato com a autora foi com Muito Além do Inverno, livro que gostei bastante por se tratar de um romance com elementeos fantásticos. Dessa forma, A Casa dos Espíritos mantém esse padrão e já começa nos apresentando inúmeros personagens, entre eles Rosa e Clara, filhas da família Del Valle. Esteban, outra figura importante do enredo, acaba se tornando noivo de Rosa, por quem nutria uma fascinação que chegava a ser incômoda. Além disso, esse casamento seria a forma mais simples de atingir seu principal objetivo na vida: se tornar um homem rico. Quando a personagem morre subitamente, entretando, Esteban muda seus planos e vai recuperar as terras de seus antepassados no interior. 

Muitos anos depois e já com uma condição financeira melhor, Esteban retorna para a cidade e decide casar-se com Clara, algo que ela mesma já havia previsto. Clara é uma imagem bastante peculiar, dotada do poder da clarividência e também de habilidades telecinéticas. Suas capacidades estão sempre presentes, principalmente antecipando tragédias, mas acredito que esse livro é muito mais sobre os conflitos políticos e sociais e como eles afetaram esse núcleo familiar. 

Durante a segunda metade do século XX, diversos países como Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Cuba e Brasil, viveram períodos muito sombrios de sua história, uma vez que sofreram com golpes de Estado e a instauração de ditaduras militares logo em sequência. Nesses aspecto, Allende vai construindo, aos poucos, esse ambiente político, passando inclsuive pelo êxodo rural, a formação das perferias, o crescimento da desigualdade e a instituição da mão de obra barata que explorou tantos trabalhadores durante esse período conturbado.

O livro inteiro é narrado por Alba, neta de Clara, e também por Esteban, mas a construção da história seria impossível sem as visões de Clara em seu livro de memórias, onde ela deixa claro o desacordo das três gerações de mulheres — Clara, a avó; Blanca, a filha; Alba, a neta — com o temido patriarca da família. Com o passar dos anos, Esteban se tornava cada vez mais autoritário e conservador, fazendo com que ele fosse incapaz de enxergar a realidade do seu país e a real necessidade da sua família. 

Grande parte da classe média alegrou-se com o golpe militar, porque significava o retorno da ordem, da pureza dos costumes, das saias nas mulheres e do cabelo curto nos homens, mas logo começou a sofrer o tormento dos preços altos e da falta de trabalho. O salário não era suficiente para a alimentação. Em todas as famílias, havia alguém a quem lamentar e já não puderam dizer, como no princípio, que, se estava preso, morto ou exilado, era porque merecia. Também não puderam continuar a negar a tortura — p. 398-399

Além dos protagonistas, todos os outros personagens são bem construídos e essenciais para a história. Nada nessa trama é colocado superficialmente, até os detalhes são muito bem articulados. É claro que, por ser uma obra de realismo fantástico, as situações pouco comuns, um tanto sobrenaturais, se mesclam perfeitamente com os conflitos reais que citei anteriormente, tornando tudo muito mais interessante. Inclusive, é possível traçar facilmente um paralelo com as situações que nós vivemos há pouquíssimo tempo com a ascensão de um governo que flerta com o regime ditatorial.

Justamente por isso A Casa dos Espíritos foi uma leitura tão marcante pra mim, por me transportar para um período muito triste de nossa história, e por eu ter conseguido encontrar semelhanças dele com o que passamos durante os últimos anos. Indico demais essa leitura não só para as pessoas que têm o pesamento político semelhante ao meu, mas para quem precisa urgentemente de um choque de realidade.

Título Original: La Casa de Los Espíritus ✦ Autora: Isabel Allende
Páginas: 448 ✦ Tradução: Carlos Martins Pereira ✦ Editora: Bertrand Brasil

30 de agosto de 2020

O Dia Depois do Fora | Laura Conrado

 
Acredito que nunca tenha passado por tantas emoções dentro de um livro só, e isso não foi um comentário necessariamente positivo. Sabe aquela historia de se interessar pela capa? Então, foi bem isso. Amei a capa de O Dia Depois do Fora, e a partir daí, expectativas foram criadas. Ao ler a sinopse no verso da capa fiquei mais animada ainda para a começar a leitura. Nas primeiras páginas somos apresentados à Melissa e o seu drama de levar um fora na reta final  da faculdade. Ela vai se tornar uma dentista e está prestes a perceber que tudo que já tinha sonhado para o futuro não sairá como o planejado. 

Mel é uma garota que desde criança deseja ser dentista e vê nessa profissão a sua chance de sair da condição que a família vive e ser feliz longe dali. Estudou bastante e passou na universidade federal e lá conheceu Fred, por quem se apaixonou perdidamente e faz vários planos para o futuro dos dois, juntos. Durante o namoro, Melissa mudou bastante e, por medo de não ser aceita como era por causa da condição em que vivia, criou várias mentiras e assim foi levando o relacionamento. Então, ela se vê perdida ao levar um fora, já que tudo que havia pensado para si envolvia Fred. Se vendo numa situação desesperadora e dessejando que a dor que sente passe logo, Melissa faz um pedido inusitado: "Se houvesse um jeito de amanha não ser amanhã... eu preciso muito de ajuda! Muito!". A partir daí, Melissa passa e reviver esse dia inúmeras vezes.

Ao reviver o terrível dia pela segunda vez, Mel conhece Auxiliadora, a resposta para seu pedido da noite anterior. Em forma de bastante purpurina e uma luz fortíssima, Auxiliadora guia Melissa e a faz abrir sua mente e perceber as coisas a sua volta com outros olhos. Revivendo "o dia depois do fora" várias vezes, Mel se aproxima mais da pessoas realmente importantes e nota as decisões erradas que tomou durante a vida inteira. Com a mente mais aberta para perceber as coisas que faziam mais sentido na vida dela, os dias voltam a passar normalmente e conhecemos uma Melissa bem diferente da apresentada no início, muito mais madura e disposta a mudar e, quem sabe, encontrar um verdadeiro amor.

Surge, lentamente, um pequeno agradecimentos por estar vivendo o presente. Sem me culpar por erros nem me machucar buscando falhas que mataram meu namoro. E sem me desesperar com os dias que virão sem ele, mesmo que ainda goste de Fred. Hoje sou só eu e minhas lágrimas. E amanhã... Bem, eu já aprendi que não sei nada sobre ele.

Apesar do enredo ser bom, me senti perdida inúmeras vezes e até mesmo cansada dessa história de reviver os dias, principalmente no início da narrativa, já que muitos momentos e até mesmo falas eram exatamente iguais. O que me motivou a continuar a leitura foi a forma que a autora conduziu a narrativa, que despertou em mim uma vontade gigantesca de saber o que aconteceria com Melissa e como a história enfim terminaria.

Gostei bastante das personagens femininas, que lutam pelo que querem, fortes e batalhadoras... Melissa está inserida nesse meio, apesar de ter errado no início ao mentir por ter vergonha das suas origens simples. Nesse contexto, uma coisa muito boa que aconteceu foi acompanhar o amadurecimento da protagonista. Gosto de dizer a história da Mel (tirando a doideira de viver o mesmo dia várias vezes, rs), é a história de muitas garotas por aí!

A escritora desenvolve o enredo de uma maneira fluida e fácil de ser entendida. Em vários momentos é póssivel se identificar com a protagonista e sentir na pele os dilemas que ela vive. O livro é uma lição de vida, cheio de ensinamentos sobre se aceitar como é verdadeiramente, sobre amar e, acima de tudo, amor a si mesmo. Apesar da minha dificuldade com as partes repetitivas, gostei de O Dia Depois do Fora, leitura leve que me fez questionar muitas coisas sobre a vida.

Título Original: O Dia Depois do Fora ✦ Autora: Laura Conrado
Páginas: 266 ✦ Editora: Bertrand Brasil
Livro recebido em parceria com a editora
Texto por Raíssa Gasquel 
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3 de dezembro de 2019

Algo Maravilhoso | Judith McNaught


Em meados de junho desse ano resenhei o primeiro volume da série Sequels, Agora e Sempre. Comentei com vocês que eu acabei gostando da história, mesmo passando raiva com várias coisas. A realidade é que a escrita da Judith McNaught é tão gostosinha que a gente até consegue relevar uma cena machista aqui e outra ali, mas sempre deixando claro que algumas coisas eu nunca relevo, leiam a primeira resenha. A questão é: resolvi continuar lendo a série porque queria saber se alguns absurdos do primeiro livro se repetiria, então estou aqui para falar sobre Algo Maravilhoso.

Essa série segue aquele estilo que conhecemos de outras autoras de romances de época, onde cada livro conta a história de uma personagem diferente. Aqui, conhecemos Alexandra Lawrence, uma jovem cheia de vida, que consegue ser doce e corajosa na mesma proporção. E foi justamente essa coragem que a colocou em uma enrascada daquelas, já que não pensou duas vezes antes de salvar Jordan Townsende, o duque de Hawthorne, de levar um tiro. Depois de um monte de confusões, que são clássicas desse gênero, Jordan se vê obrigado a casar com Alex para não acabar com a reputação dela. 

Depois dessa leitura posso dizer que McNaught é realmente mestre em fazer protagonistas apaixonantes. Alex é muito perfeita! Além de ser super determinada, amável e fiel a si mesma, ela é louca por livros, e eu amo personagens que possuem essa característica. Em compensação, o par romântico de Alex é um lixo, exatamente igual ao personagem com o mesmo papel no livro anterior: prepotente, cínico, rude, mulherengo e, para variar, violento. Sério, eu não consigo entender qual a tara dessa autora em fazer "mocinhos" com esse tipo de personalidade. 

Falando sobre o casal, eu fico com um pouco de raiva, do fundo do meu coração. Porque assim, tudo o que Alex não merece é um homem igual ao Jordan, simplesmente porque não acho nem um pouco aceitável a forma com que ele a trata. Mesmo se tratando de uma história que se passa em uma sociedade 100% machista, é complicado suspirar por um romance onde o cara vive ameaçando agredir a mulher, né? Acho que eu fico mais abismada ainda porque a maioria dos leitores não se incomoda com esse tipo de coisa... Mas enfim, é uma pena, porque a narrativa da Judith McNaught é realmente muito fluida.

Alex amadurece em certos pontos, mas em outros... Fico irritada também com essas coisas... O cara fazendo o que dá na telha, age como se estivesse solteiro e depois basta um "nossa, realmente, errei rude, me perdoa, eu te amo" pras coisas se resolverem. Não é assim não, gente! Porém, como eu disse no comecinho desse texto, a gente releva algumas coisas, né? Nesse caso porque esse tipo de comportamento é comum em romances de época e, convenhamos, até em outros tipos de romance que temos acesso — vai me dizer que vocês não são apaixonados pela Colleen Hoover, por exemplo, rs.

Então, o meu veredito é que Algo Maravilhoso realmente segue a mesma fórmula de Agora e Sempre: protagonista cheia de potencial que se vê obrigada a casar com um cara machista, frio e mal educado, mas no final se apaixona por ele e dá tudo certo. Absurdos permanecem, mas a maioria é compensando pela fluidez da escrita. Como puderam perceber, estou cheia de sentimentos conflitantes, então não sei bem dizer se eu gostei ou odiei. Leiam e venham conversar comigo, é isto.

Título Original: Something Wonderful ✦ Autora: Judith McNaught ✦ Páginas: 406
Tradução: Carolina Simmer ✦ Editora: Bertrand Brasil
Livro recebido em parceria com a editora
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19 de outubro de 2019

Good Omens | Neil Gaiman & Terry Pratchett


Acredito que você que está aí lendo já tenha ouvido falar do Neil Gaiman ou então de Good Omens, aquela série da Amazon com o Michael Sheen e o David Tennant (um dos atores mais queridos de todos os tempos)... Certo? Mas hoje estou aqui para falar do livro em que a produção foi inspirada

28 de junho de 2019

Agora e Sempre | Judith McNaught


Provavelmente toda vez que sai uma resenha minha sobre algum romance histórico aqui no Roendo Livros vocês já esperam a coisa mais negativa do mundo, né? Não tiro a razão de ninguém, já que tenho um enorme problema com o gênero e não consigo esconder minha indignação com a posição das mulheres na sociedade no século em que as histórias se passam. E não, a impressão que as autoras tentam passar de "mulheres que estão à frente do seu tempo" também não me desce, porque no fim elas estão presas à um casamento e só. Mas por incrível que pareça a crítica de hoje vai ser um pouquinho diferente, já que eu acabei gostando de algumas coisas em Agora e Sempre — mas não se enganem, há várias ressalvas, é claro.

5 de junho de 2019

A Dominação Masculina | Pierre Bourdieu


Em A Dominação Masculina Bordieu discute as origens dos papéis impostos para as mulheres e os homens na sociedade. Para tal, o autor relaciona a cultura ocidental com a cultura do povo Cabila — povo berbere, "homens livres", que habita tradicionalmente a região montanhosa da Cabília, no nordeste da Argélia. Tal povo acredita que as funções dos homens e das mulheres são tradicionalmente opostas e assimétricas, sendo o homem hierarquicamente superior —, tendo em vista principalmente o comportamento masculino. 

21 de janeiro de 2019

Um Dia em Dezembro | Josie Silver


Eu nunca fui de ler livros temáticos. Quando chega Natal e Ano Novo, vejo muitas pessoas lendo histórias sobre o tema, mas nenhuma nunca me chamou atenção. Resolvi ler Um Dia em Dezembro por puro golpe de sorte, só porque recebi em uma das edições da caixinha Very Important Book, do Grupo Editorial Record. É mais um clichê de Sessão da Tarde, mas não daqueles gostosinhos que a gente gosta de ver sempre que passa. "Mais do mesmo" é a expressão perfeita para essa história, mas acrescentando alguns defeitinhos. 

5 de dezembro de 2018

Dando um Tempo | Marian Keyes


Fã confessa de livros com temáticas pesadas, sempre fugi da obra de Marian Keyes, ao mesmo tempo que a curiosidade por uma best-seller invicta me atraía magneticamente. De fato, não foi a melhor leitura da vida, mas me tirou do limbo da dúvida se gostaria ou não. E, como prometido, a escrita da autora é fluida, rápida de ler e incrivelmente bem humorada. Neste novo livro, a abordagem do fim de relacionamento ganhou uma roupagem totalmente inusitada. Confesso que me diverti bastante, mas ainda continuo uma admiradora de leituras mais propositadas e não tão fast-reading. 

3 de setembro de 2018

A Livraria | Penelope Fitzgerald

Foto: Resenhas à La Carte
Florence Green é uma viúva de meia idade que mora em uma pequena cidade da Inglaterra chamada Hardborough. Ela almeja abrir uma livraria em uma das casas mais velhas da cidade, mas os habitantes da mesma estão um tanto resistentes quanto à ideia da mulher. Eles querem que a casa seja um Centro de Artes ao invés de uma livraria e farão de tudo para tirar a Sra. Green de lá.

20 de julho de 2018

Um Segredo Doce e Amargo | Barbara Delinsky

Foto: O Que Tem na Nossa Estante
Charlotte e Nicole se conhecem desde os 8 anos de idade e, apesar de grandes amigas, não poderiam ser mais diferentes. Charlotte é solteira, vem de uma família complicada, cujos pais morreram muito cedo em um acidente de carro por pura imprudência. Apesar de seu histórico familiar, ela se tornou uma mulher bem-sucedida e viaja para todos os cantos do mundo para escrever histórias sobre as coisas mais inusitadas que existem.

27 de maio de 2018

Um Amor Perdido | Alyson Richman


Comecei a ler Um Amor Perdido achando que encontraria apenas uma história de um jovem casal que foi separado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Em partes, é disso que o livro fala, realmente, mas é muito mais um relato da vida e das tragédias no Gueto de Terezín — que eu nunca tinha ouvido falar até então —, um campo de concentração mostrado como um modelo de assentamento de judeus. Milhares de judeus da Tchecoslováquia foram levados para Terezín durante o Holocausto. 

29 de abril de 2018

O Azul Entre o Céu e a Água | Susan Abulhawa


Eu só precisei ler a palavra "Palestina" para me interessar por esse livro, que conta a história dos irmãos Nazmiyeh, Mamdouh e Mariam — do mais velho para o mais novo. Ainda muito jovens, eles se veem obrigados a partirem para Gaza com a mãe, viúva, e o restante da família quando Beit Daras, a vila em que viviam, é bombardeada por forças Israelenses. 

22 de abril de 2018

Muito Além do Inverno | Isabel Allende


Isabel Allende, mais conhecida pelo seu romance A Casa dos Espíritos, é uma das escritoras de língua espanhola mais lida na atualidade. Isso porque sua escrita mescla ficção com elementos fantásticos, além das suas personagens femininas sempre muito fortes e decididas. Muito Além do Inverno foi um livro muito aguardado pelos fãs da autora chilena e agora eu consigo entender o motivo de tanto alarde.

19 de abril de 2018

A Casa das Sete Mulheres | Leticia Wierzchowski


A Casa das Sete Mulheres é, sem sombra de dúvidas, um clássico da literatura brasileira. Leticia Wierzchowski narra com detalhes esplendorosos a Gerra dos Farrapos — que durou dez anos, de 1835 a 1845 —, sob os olhos das sete mulheres da família do general Bento Gonçalves: Ana, Antônia, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela. A obra faz parte de uma trilogia e foi relançada no ano de 2017 pela editora Bertrand Brasil em uma edição de encher os olhos.

30 de janeiro de 2018

Entre as Estrelas | Katie Khan


Em um universo onde os Estados Unidos e o Oriente Médio se destruíram durante uma guerra — agora as pessoas vivem em comunidades chamadas Vovoidas, pertencentes à uma Europa futurista mas, na minha opinião, nada utópica —, Carys e Max se conhecem, e logo percebem que nasceram um para o outro. Porém, existe uma regra que impede que as pessoas fiquem juntas antes do 35 anos. Assim, os personagens vão tentar, de alguma forma, driblar essa lei para viverem o romance. 

13 de julho de 2017

Na Escuridão da Mente | Paul Tremblay


Na Escuridão da Mente é narrado em primeira pessoa por Merry, quinze anos depois dos acontecimentos que transformaram sua vida por completo. Enquanto Merry é entrevistada por uma autora best-seller que, finalmente, promete contar sua história como ela realmente aconteceu, ela relembra os acontecimentos que viveu, ao mesmo tempo que questiona a veracidade de suas próprias lembranças.

15 de maio de 2017

Charlotte | David Foenkinos


Charlotte é um livro biográfico, escrito por David Foenkinos, sobre a pintora alemã Charlotte Salomon, que foi morta em Auschwitz aos vinte e seis anos durante a Segunda Guerra Mundial. O autor se baseou na obra autobiográfica Vida? Ou Teatro?, escrita por Charlotte pouco antes de morrer. Ainda não consigo expressar direito o que eu achei do livro e talvez vocês me entendam um pouquinho ao ler a resenha.

7 de fevereiro de 2017

O Pássaro Noturno | Alice Hoffman


Uma das coisas que eu mais adoro no fato de ler é a forma como um livro pode surpreender a gente, principalmente quando não temos expectativas nenhumas sobre ele. O que fez eu me interessar por O Pássaro Noturno foi o fato de ser um livro infantojuvenil e, desde que li De Volta a Blackbrick me sentia um pouco órfã do gênero. Gente, ainda bem que dei uma chance para esse livro, é uma das fantasias mais fofinhas que já li na vida!

11 de julho de 2016

Arena 13 | Joseph Delaney


Assim como em sua série mais famosa, As Aventuras do Caça-Feitiços, Joseph Delaney apresenta vários monstros conhecidos com uma roupagem nova. Mas ele não faz isso com displicência. Ele faz com uma competência sem igual. E consegue que essas mesmas criaturas sejam mais apavorantes do que as originais.