SOCIAL MEDIA

27 de março de 2023

Daisy Jones & The Six: série do Prime Video melhorou uma história que já é muito boa


Daisy Jones & The Six foi uma série muito aguardada pelos fãs do livro homônimo, da aclamada autora Taylor Jenkins Reid. Ao ler a história criada por ela, já tinhamos a sensação de que a banda realmente existiu. Por vezes eu achava que se eu pesquisasse por ela no Google, eu conseguiria ver fotos dos personagens, a capa do disco, ouvir as músicas, saber das fofocas... E a produção de Reese Witherspoon para o Prime Video nos deu isso, finalmente. 

Atenção: esse texto pode conter spoilers da série e do livro!

Para quem ainda não está familiarizado, a trama gira em torno de uma banda dos anos 70 e a separação repentina deles no meio da turne de lançamento do primeiro disco, quando estavam no auge do sucesso. A história é contada no formato de entrevistas, cerca de 20 anos depois dos acontecimentos, e envolve várias pessoas que pudessem contribuir de alguma forma, não só os integrantes. No livro, publicado no Brasil pela Editora Paralela, quem conduz as conversas planeja escrever uma biografia, mas isso foi ligeiramente modificado na série, algo que gostei muito: o resultado aqui é um documentário, que são os dez episódios que temos acesso. 

O mais interessante é que a história por si só é muito ambígua, uma vez que cada personagem dá suas visões sobre os eventos, principalmente Daisy (Riley Keough) e Billy (Sam Claflin). A grande diferença entre a série e a obra original, na minha opinião, é justamente essa. No livro a gente não sabe quem está falando a verdade, ou se realmente estão falando a verdade, e para isso funcionar em tela um foco teve que ser escolhido. Dessa forma, as entrevistas no "presente" são mescladas com os acontecimentos reais do passado, para sabermos o que se desenrolou de verdade.

É claro que houve outras mudanças, e eu não senti que elas atrapalharam o brilho original da trama, muito pelo contrário. Por exemplo, vocês devem ter notado que, na série, os The Six são cinco... E isso é explicado. Por mais que tenha dividido opiniões, eu gostei muito e achei que fez total sentido. Outra coisa que fez muita diferença para mim foi o papel da Simone (Nabiyah Be): na obra original ela é apenas a melhor amiga da Daisy Jones. Na adaptação há todo um arco para a personagem fora da relação dela com a Daisy, explorando as dificuldades que artistas negros e LGBTQIAP+ enfrentavam na indústria musical.

As letras das músicas também são diferentes. Temos acesso à varias composições de Taylor Jenkins Reid no final do livro, para que pudéssemos pelo menos ter um gostinho do que os personagens estavam escrevendo. A série, por sua vez, investiu em diversas composições originais que foram gravadas de verdade e, apesar de manterem o sentido original, as letras não são exatamente iguais às criadas pela autora. Honeycomb, exemplificando, um dos principais hits da banda, ficou conhecida na adaptação por Look At Us Now e é bem diferente — e melhor, no meu ponto de vista. A título de curiosidade, de todas as músicas, a minha preferida é Let Me Down Easy. Vocês podem ouvir todas elas em qualquer plataforma de mídia musical, aliás!


De um modo geral, tanto o livro quanto a adaptação giram em torno do triângulo amoroso envolvendo Billy, Daisy e Camila (Camila Morrone) — e como ele foi o estopim para o fim da banda, ainda que tivessem conflitos envolvendo o restante dos membros. Eu gostei muito mais da forma como ele foi contruído da série, sinceramente. Consegui captar muito bem a tensão entre os vocalistas, que só aumentava conforme precisavam passar um tempo juntos. Acho que extamente por isso eles tinham tantas desavenças, porque sabiam que não podiam manter um relacionamento amoroso, por mais que sentissem uma coisa forte um pelo outro. Em partes porque Billy amava Camila, e eu acredito que ele também amava a Daisy, talvez de uma forma diferente. O próprio personagem fala sobre a complexidade desses sentimentos: Camila era um porto seguro, mas com a Daisy ele se sentia visto de verdade. E vou contar para vocês uma coisa, muita gente diz que no livro eles não chegam às vias de fato, mas vocês acreditam mesmo que eles foram sinceros nas entrevistas? Porque, para mim, é totalmente claro que eles tiveram sim algum envolvimento... Ou vocês acham que a banda ia terminar da forma como terminou por puro capricho da Camila? Risos...

É muito engraçada a relação que eu tenho com esses personagens, porque eles são todos muito conturbados, sobretudo Daisy e Billy. Ela é muito egoísta, mas não consigo julgar tendo em vista tudo o que ela passou. Billy é um canalha, não dá para defender, mas vou mentir para vocês se eu disser que não gostei do final da série, a atmosfera de rendeção. Na verdade, acredito que ambos os personagens tiveram "seu final feliz" que, ao meu ver, não teria acontecido se a Daisy não tivesse tomado a decisão que precisou tomar. 

Camila é rainha da p0rr4 toda, consegui entender cada coisinha que ela fez, mesmo não concordando com todas. Ela era simplesmente a "cola", sabem? Todo mundo gostava dela, e ela sempre esteve ali para todo mundo, inclusive para a Daisy. Tive esse sentimento de paz também com a Karen (Suki Waterhouse), tecladista da banda, que foi muito melhor desenvolvida na adaptação. Gostei muito mais dessas duas personagens na série, aliás, porque foram retratadas de uma forma mais humana, sabem? Também tem o meu queridinho Warren (Sebastian Chacon), o baterista good vibes que conseguia manter uma boa relação com todos os outros membros da banda; o Graham (Will Harrison), um pouco injustiçado, vivendo na sombra do irmão mais velho... Até o Eddie (Josh Whitehouse) gente, a personificação do rancinho, o puro suco da inveja, conseguiu me conquistar.

É louco pensar que, quando esse livro estourou, todo mundo queria que Daisy Jones & The Six existisse de verdade, e agora eles realmente existem! Agora a gente tem uma imagem real deles — achei que todos os atores combinaram muito bem nos papéis, aliás , entramos no You Tube e existem clipes e cenas, o álbum está disponível no Spotify... É uma sensação indescritível e isso só foi possível com a série. Por isso, hoje, eu consigo afirmar que eu gosto muito mais dela que do livro, por causa desses sentimentos, da construção da história... Até mesmo as mudanças tiveram um papel nisso. 

Ainda assim, afirmo que a série como um todo teve altos e baixos. Os primeiros episódios são bem lentos e muitas vezes não conseguimos enxergar como os conflitos retratados pela Taylor Jenkins Reid vão se concretizar, mas vocês precisam acreditar que vão acontecer, muitas vezes de uma forma um pouco diferente, mas confiem que vai dar certo. A essência de Daisy Jones & The Six que conhecemos permanece a mesma, mais intesa, até!

Antes de me despedir, vou deixar para vocês algumas curiosidades para incentivá-los a ler o livro e a assistir a adptação! Tenho certeza que não vão se arrepender!
✦ A maior inspiração da Taylor Jenkins Reid para escrever Daisy Jones & The Six foi a Fleetwood Mac, uma banda dos anos 70 que fez muito sucesso com o álbum Rumours, cujas letras das músicas são claramentes trocas de farpas entre os integrantes;
✦ A atriz Nabiyah Be, que faz a Simone, nasceu em Salvador! É filha do músico jamaicano Jimmy com uma psicóloga brasileira chamada Sônia Gomes;
✦ Apesar de amar atuar em adaptações, esse é o primeiro papel do Sam Claflin em um "musical". Ele aprendeu a tocar guitarra e canta de verdade nas músicas da série;
✦ Riley Keough é neta do cantor Elvis Presley. Acreditem ou não, esta foi a primeira vez da atriz cantando profissionalmente.

17 comentários :

  1. Adorei a adaptação ♥️

    ResponderExcluir
  2. Amei o post. Eu amei muito a adaptação e não fiquei comprando com o livro, pois esqueci a maior parte das coisas, menos as sensações haha
    Eu amei todo o elenco
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado!
      Eu achei que foi uma adaptação bem boa mesmo, gostei mais dela, inclusive.

      Excluir
  3. Não li o livro e ainda não assisti a série E entendo porque dizem que a banda parece real pois já tinha lido que a autora tinha se inspirado em uma banda dos anos 70 para escrever o livro.

    ResponderExcluir
  4. Amo os livros da TJR mas não consegui me conectar 100% com.a história..... tive ranços homéricos da Daisy e Billy.
    Camilla rainha nunca errou.
    Estou sem o streaming por isso ainda não assisti a adaptação

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, mas eu tive ranço também!
      Só que gostei demais porque a história me lembra MUITO biografias de bandas reais, com os membros tudo maluco.

      Excluir
  5. Eu amo o livro, mas amo muito!!!E hoje devo terminar a série rs admito que só não vi o último capítulo ontem, por ficar com medo de acabar rs
    Teve um episódio, acho que o 6 que custou passar rs senti que foi encher linguiça. Mas a série é linda e eu também adoro esse "psicótico" de cada personagem. Tudo doido, como diz minha mãe!!!!
    Vou terminar hoje, com a sensação agridoce, sei disso rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

    ResponderExcluir
  6. Ana!
    Li o livro e gostei muiot.
    Quanto a série não assisti ainda e mesmo que não seja da maneira convencional que estamos acostumados a assistir sériees, quando se trata de música, sempre tenho a tendência de achar que os filmes são melhores, porque podemos apreciar as músicas no filme, enquanto no livro, só as imaginamos.
    cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  7. Nussa, eu ja sabia que ela era neta do elvisa, mas foi a primeira vez que dela cantando profissa??? Wow!! Canta muito bem ela.
    Gostei da serie, apesar com algumas ressalvas. Dei a mesma nota mas ainda prefiro o livro só que a adaptaçao trouxe vida as musicas entao, gosto muito tb. Por isso n conseguir dar uma nota diferente.
    Queria muito que eles soltassem um show com as musicas do cd sabe.. tipo como extra, seria bem interessante.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você acredita? A voz dela é linda demais, fiquei de cara também.
      Também acho que seria o máximo um "DVD" ao vivo da banda, todos os fãs iam amar muito!
      Depois me conta oq ue você não gostou!

      Excluir
  8. Oi,
    Adorei a crítica. Me deixou com muita vontade de ler o livro e assistir a série.
    A sinopse não me chamou atenção, mas tô adorando as críticas e as resenhas .
    Que bom que ficou tão bem adaptada, mesmo com essas mudanças.
    O Sam eu adoro os filmes com ele, e a Riley achei uma fofa. Vi uns trechinhos no YouTube e achei os dois muito bons.
    Esse tema com traição é algo que não me anima, mas tô pensando se tento ler KKK
    Bjs

    ResponderExcluir
  9. Oiieee,
    Amiga eu gostei bastante da série.. Eles souberam adaptar bem o livro, apesar de haver algumas mudanças não prejudicou a história.. Eu só achei a Daisy diferente do que é mostrado no livro, meio que amenizaram ela. Acredito que seja por conta da classificação.. Mas querendo ou não, ficou super incrivel!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiga eu não acho que amenizaram ela!
      Na série acho que quiseram mostrar que ela foi se destruindo aos poucos, que foi um processo, sei lá. No livro eles meio que já conhecem ela na pior.

      Excluir
  10. Olá! Ainda não li o livro, portanto não assisti a série (embora fuja um pouco de adaptações), as mudanças me assustam um bocadinho, afinal, se o livro fez tanto sucesso porque mudar? Com certeza pretendo ler o livro, pois gostei bastante da escrita da autora (li o 7 maridos), já a série não sei se encararia.

    ResponderExcluir
  11. Eu ainda quero ler o livro DAISY JONES & THE SIX antes de ver a série e pretendo ler no segundo semestre desse ano mas, eu tenho certeza que eu vou gostar.

    expressoliterarios.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lê mesmo amiga, o livro e a série são bons!
      Eu não ia aguentar a curiosidade, ia ver antes de ler kkkkkkkkk

      Excluir