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20 de maio de 2016

Nana | Ai Yazawa


Já queria começar essa resenha pedindo desculpas por duas coisas: a primeira é que eu nunca resenhei um mangá na vida, espero que não fique confuso; a segunda é que vai ter muito sentimentalismo nesse texto, porque é impossível falar de Nana sem comentar as emoções que a leitura me trouxe. Eu conheci essa história através do anime, que recebeu o mesmo nome do mangá. Vi tudo em uma semana qualquer de 2013 e não me esqueço de jeito nenhum, porque chorei em todos os 47 episódios. Chorei tanto em alguns em especial que minha prima que estava me visitando na época, achou que eu estava passando mal. Mas eu sou muito chorona mesmo, não sei se vocês podem confiar em mim.

Nana conta a história de duas garotas, ambas chamadas Nana, que se conhecem em um viagem de trem para Tóquio. É claro que antes desse encontro temos um tipo de prólogo que nos apresenta cada uma das personagens, um pouco da história e qual foi a motivação para irem morar em Tóquio. Nana Komatsu, ou Hachi, como é chamada posteriormente, é uma menininha, super meiga e gentil, mas tem um problema um pouco grave: é expert em se apaixonar à primeira vista e isso já lhe rendeu alguns problemas. É provável que vocês já imaginem que Hachi é super carente e a visão que ela tem sobre felicidade é estar acompanhada de algum cara que possa fazer isso por ela. Nana Oosaki é exatamente o oposto de Hachi. É vocalista de uma banda que faz sucesso em sua cidade natal, tem um estilo meio punk e, apesar de se fazer de durona o tempo inteiro, tem um passado muito triste e conturbado. Foi criada pela avó que praticamente a fazia de escrava e, quando ela finalmente se livrou dessa "prisão", acontecem várias outras coisas que não posso falar aqui porque seria spoiler


A verdade é que por conta de coisas que acontecem com as nossas protagonistas, elas resolvem tentar a vida lá em Tóquio. A Hachi vai atrás do namorado, que mora lá na cidade há um ano; Nana vai correr atrás do seu sonho, que é cantar profissionalmente. E o destino une as duas mais de uma vez, como não se tornariam amigas? E é em torno da amizade das Nana's e tudo o que acontece com elas paralelamente que o mangá gira. Nana é um mangá shoujo (o mais vendido do mundo, pra vocês terem ideia), o que significa que o público alvo dele são mulheres, mas não confundam isso com "coisa de mulherzinha". Vai ter muito drama sim, vai ter muito romance, mas não é só isso, é profundo demais para ser só isso.

Eu até poderia fazer uma pequena biografia de cada personagem aqui, mas acho que não seria o propósito da resenha. Só queria deixar claro para os leitores que, apesar de a história ser sobre Nana e Hachi, existem vários outros personagens incríveis com histórias e características tão únicas e envolventes que têm todo o potencial do mundo para virarem personagens preferidos, e foi exatamente o que aconteceu comigo. Apesar de gostar muito da Oosaki, muito mais que da Hachi, o meu personagem preferido é o Shin Okazaki, que aparece no segundo volume e acaba se tornando um amigo muito próximo da Hachi. Para mim, é o personagem com a história mais digna de atenção, além de ser a mais profunda e, possivelmente, a mais triste. É o personagem mais novo, mas tem uma maturidade enorme, mas também é mestre em se meter em confusão. Não, não dá para negar que essa história é pura tristeza, não recomendo para quem está no fundo do poço, rs.


O mangá já foi todo publicado aqui no brasil pela editora JBC e possui 21 volumes. Eu só li os três primeiros, mas fazendo algumas pesquisas ainda na época em que vi o anime, descobri que o final, apesar de ser coerente, não é fechadinho igual muitos esperavam. Isso aconteceu porque a autora ficou doente enquanto ainda escrevia o mangá e decidiu não finalizá-lo. Até hoje os fãs têm aquela pontadinha de esperança de ela colocar um ponto final em todas as coisas que ficaram em aberto, mas é aquela coisa né. Não vou dar uma sinopse sobre os mangás que eu li, mas sim sobre o que eu senti lendo. 

A narrativa de Ai Yazawa é uma coisa sem comparação. Ela soube dosar o humor, o drama e a melancolia em cada cena, além de mostrar como é o dia-a-dia dos personagens em Tóquio. E o drama acaba se tornando um personagem na história também. Gente, eu chorei demais lendo, vocês não têm noção, parece que só acontece desgraça (com o perdão da palavra) na vida dessas duas, quase não tem um momentinho de paz, nossa! Mas mesmo com tanta coisa ruim acontecendo com elas o tempo todo, foi incrível, nesses três primeiros volumes, acompanhar o crescimento de uma amizade entre pessoas tão diferentes. Eu vou explicar o porquê de ser uma história tão triste: a narrativa é feita pelas protagonistas, como se elas estivessem no futuro, analisando tudo o que aconteceu, logo, dá para perceber que as duas não estão mais juntas. Então, além de eu ter sofrido horrores com os acontecimentos narrados no decorrer da história, já fiquei sofrendo por antecipação porque sei que elas não são mais amigas.

Eu, particularmente, acho que Nana não é um mangá cujo publico algo são apenas as mulheres, porque a história dele é muito mais que algo para mulheres. Ele mostra como uma amizade verdadeira consegue nos fazer superar os obstáculos que a vida nos impõe e o mais importante é que, apesar de mostrar o dia-a-dia de duas personagens, o que acontece com elas pode ser facilmente confundido com as coisas que acontecem com a gente também. Todos nós já perdemos alguém, já fomos decepcionados e magoados por algum amor, já tivemos que dizer adeus para uma pessoa especial sem querer dizer... E já tentamos superar ou superamos tudo isso, de alguma forma. 

7 comentários :

  1. Nunca li o mangá, mas já vi o anime e é simplesmente maravilhoso!! Também chorei muito ao longo dos episódios! Muito boa a resenha :)

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  2. Oi Ana!

    Amo demais Nana! Conheci o mangá quando tinha acabado de ser lançado aqui, ainda tenho meus exemplares e pretendo comprar todos, acho que parei no 11 se não me engano, perdi o emprego, ai já viu, né, não consegui completar a coleção, mas é uma das minhas meta completar o mangá, mesmo que a história em si não tenha um ponto final exatamente, fiquei sabendo sobre a autora e fiquei bem chateada, mas entendo o motivo dela ter paralisado o mangá. Enfim, Nana é uma história tão linda, comovente e encantadora, acredito que você expressou bem o que o mangá é na resenha, ainda não vi o anime, mas é por falta de oportunidade mesmo, mas sinceramente, gosto mais dos mangás. Bem, espero que continue lendo, a história fica ainda mais incrível, pelo menos até onde eu li, é de tirar o folego!

    Da Imaginação à Escrita

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  3. Essa resenha Ana? Chorei, miga.
    Você que me apresentou Nana, lembra? E eu não sei se já te agradeci por isso. Amo Nana demais da conta <3 só assisti mesmo, mas quero muito ler. Você me animou comprar agora haha

    Beijo, beijo.

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  4. AMO/SOU~ não tem como eu amar mais algo do que NANA <3

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  5. Oi, Ana. Tudo bem?
    Confesso que nunca li um mangá em minha vida, porém, ao me deparar com essa sua resenha fiquei louca pra conhecer essas duas protagonistas, principalmente, essa que se apaixona facilmente á primeira vista, ela deve se meter em vários enrascadas por causa disso rsrs...
    Adoro quando o autor consegue mesclar humor com drama, pois, essa combinação, na minha opinião, é perfeita!
    Anotei a dica!
    Beijos

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  6. Oi Ana banana,
    Miga nem precisa pedir desculpa, nunca li e nem resenhei um. HAHAH. Gente é tenso assim a história (não li a sinopse)? Amiga Nana quem nunca se apaixona a primeira vista (ou acha que está). Amém que você foi sincera e deixou claro que é triste. Mas você falou tão bem que mesmo sendo triste me deixou com vontade de ler e sofrer, pq estamos aqui para sofrer não é mesmo?
    Beijos.

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  7. Eu também nunca resenhei mangá, na verdade nem li, porque não curto muito. hahaha Mas sempre vi falar desse mangá, e todos elogiam bastante. Gosto de histórias que falem sobre amizades e tudo o mais, e pelo jeito essa leitura é cheia de sentimentos mesmo, mas vou passar. Quem sabe se surgir um anime?! Ou já tem?
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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