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8 de novembro de 2016

O Último Adeus | Cynthia Hand


Os meus livros preferidos são aqueles que falam sobre temas pesados que ninguém gosta de falar na vida real. Em O Último Adeus, temos exatamente isso. Lex, que tem apenas 18 anos, está passando por um momento extremamente difícil: seu irmão mais novo se matou na garagem de casa há algumas semanas e não está sabendo lidar com a situação. Mas quem saberia, não é mesmo? Para tentar superar, o terapeuta de Lex pede para que ela escreva um diário expressando os seus sentimentos. 

Lex é aquela personagem que eu amaria ser se tentassem me colocar em um livro: é totalmente CDF, ama matemática (inclusive sou perseguida eternamente por integrais e pela Sequência de Fibonacci, nem os livros me dão sossego mais), Ciência no geral e seu sonho é ir para o MIT — Massachusetts Institute of Technology. E, é claro, como todo protagonista de livros que tratam o suicídio, ela se culpa pela morte de Tyler. Além de lidar com a ausência do irmão e essa culpa que quase a consome, tem que lidar com a mãe, que está bebendo demais e chora o tempo inteiro. 

Durante todo o livro eu só queria pegar a Alexis, colocar dentro de um potinho e carregar comigo só pra ela saber que não está sozinha. Principalmente porque ela passa 3/4 da história naquela fase que, além de culpar a si mesma, coloca a culpa em todos ao seu redor. Por exemplo, para ela, o pai é culpado por ter se divorciado da mãe; o ex-namorado é culpado por tê-la distraído no momento em que o irmão mandou uma SMS para ela, pouco antes de atirar no próprio peito e por aí vai... Então isso tudo faz com que ela se afaste dos amigos e de todas as outras pessoas que se importam com ela. 

Porque eu contei a ele sobre o buraco em meu peito. Sobre como tenho a impressão de que vou morrer nas vezes em que o buraco aparece. Que estou morrendo de medo que esses momentos aconteçam cada vez mais, e de que eles durem cada vez mais tempo, até que eu só sinta o buraco, e então, talvez ele me engula para sempre. (p. 43) 

Apesar de nunca ter acontecido um caso desses com pessoas próximas a mim (a morte, sim, mas não o suicídio), eu me toquei muito com o livro. Não leiam esperando uma reviravolta, um mistério, nem nada do tipo. O livro é como se fosse um desabafo, sabem? É muito fiel à realidade, principalmente porque Cynthia Hand passou por tudo o que Lex passou, então ela soube desenvolver muito bem os sentimentos da protagonista. Ah, não se enganem: o livro é totalmente ficcional. Cynthia Hand não é Alexis Riggs, ok? 

O mais interessante de tudo é que, com o passar do tempo, Lex acaba voltando a se socializar... Volta a ter contato com amizades antigas, sai do poço de tristeza e solidão em que estava vivendo. É claro que ela nunca esqueceu o irmão e não irá parar de sentir falta dele, mas a partir do momento em que percebeu que nunca poderia ter o salvado — coisa que, infelizmente, só ele mesmo poderia ter feito —, ela se libertou. 

O Último Adeus é um livro maravilhoso que mostra como conseguimos, com a ajuda das pessoas que amamos, da a volta por cima, por pior que seja a perda ou o problema.

Título Original: The Last Time We Say Goodbye
Autora: Cynthia Hand
Páginas: 352
Tradução: Carolina Coelho
Editora: DarkSide Books
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6 comentários :

  1. Oi Ana, já tinha ouvido falar de O Último Adeus,quase comprei na Amazon em uma promoção da Darkside, sua resenha me deixou ainda mais curiosa (e muito arrependa por não te-lo comprado!)eu também gosto de livros com uma temática difícil de ser tratada na vida real, mesmo suicídio que é um tema praticamente tabu na nossa sociedade... Beijos!

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  2. Nossa! Eu via muito esse livro por ai e nunca parei para ler uma resenha!
    A sua foi ótima!
    Nunca li, mas só pela sinopse já quero!
    mo livros assim e estou doida para ler.
    Essa resenha me deixou curiosa para ler!

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  3. Oi Aninha

    Lembro de quando você fez o book haul mostrando esse livro e tô ansiosa pela resenha desde então né, demorou um ano mas ainda bem que escreveu. Livros sobre depressão e suicídio são muito tensos e densos né, mas eu também costumo gostar muito.

    Beijo, Bárbara

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  4. Oi Ninha

    Lembro de você lendo esse livro e falando que gostou muito mesmo. A DarkSide sempre arrasa muito nas edições deles. E realmente, livros que falam sobre depressão e suicídio tendem a ser mais difíceis.

    Beijo!

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  5. Oi Ana! Também gosto de livros com temas delicados, geralmente costumam ser arrebatadores, e pela sua resenha, esse não deve ser diferente. Essa edição é lindíssima, lembro do seu vídeo de book haul e da fonte azul. ^^ Como todos os livros da Darkside, né? hehe Quero todos!

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  6. Oi! Eu achei esse livro muito interessante por se tratar de um tema como este , que acontece bastante , já li uma resenha e fiquei bastante interessada nele, e espero ler em breve, valeu!

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