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22 de dezembro de 2018

Juntos Somos Eternos | Jeff Zentner

Dill não é um garoto popular na escola — e não é culpa dele. Depois de seu pai se envolver em um escândalo, o garoto se tornou alvo de piadas dos colegas e passou a ser evitado pela maioria das pessoas na cidadezinha onde mora. Felizmente, ele pode contar com seus melhores amigos, Travis e Lydia, que se sentem tão excluídos ali quanto ele. Assim que os três começam o último ano do ensino médio, mudar de vida parece um sonho cada vez mais distante para Dill. Enquanto Travis está feliz em continuar no interior e Lydia pretende fazer faculdade em uma cidade grande, Dill carrega o peso das dívidas que seu pai deixou para trás. Só que o futuro nem sempre segue nossos planos — e a vida de Dill, Travis e Lydia está prestes a mudar para sempre.

Título Original: The Serpent King
Autor: Jeff Zentner
Páginas: 344
Tradução: Guilherme Miranda
Editora: Seguinte
Livro recebido em parceria com a editora

Eu não sabia exatamente o que esperar de Juntos Somos Eternos, porque na verdade o que chamou minha atenção foi o título poético do livro. No fim das contas, encontrei uma obra que tinha tudo para ser o maior clichê do mundo, mas que acabou se tornando um dos poucos favoritos do ano. Jeff Zentner acertou ao contar a história de três melhores amigos que usam a união e o amor que sentem uns pelos outros para driblar os problemas da vida. 

O livro, a princípio, tem uma trama bastante simples, com narrativa em terceira pessoa sob o ponto de vista dos três personagens principais: Dill, rejeitado por (quase) todos os colegas da escola por causa do crime que colocou seu pai — e pastor de uma das congregações da cidade — na cadeia; Travis, o adolescente "diferentão" fã de literatura que tem muitos, muitos problemas com o pai abusivo; Lydia, uma blogueira famosa de moda que sonha em fazer faculdade na cidade grande. O que tornou essa história tão grandiosa foi a forma como a trama foi desenvolvida. 

Eu me conectei muito com Travis e Dill, as criaturas mais bondosas, pacientes e amáveis do Universo, mas tive muitos problemas com Lydia, que para mim não passa de uma garota grossa e mimada. A forma como ela trata os amigos só reforça aquele estereótipo de "pessoa rica que se acha melhor que todo mundo", e isso me incomodou muito. Claro que depois de certos acontecimentos ela acabar percebendo a pessoa escrota que estava sendo, mas eu já tinha pegado um rancinho e não consegui sentir muita empatia por ela. Os pilares desse livro são, com certeza, Dill e Travis, dois arrasos de personagens.

— Li em algum lugar que muitas das estrelas que vemos não existem mais. Já morreram e demora milhões de anos para a luz delas chegar à Terra — Dill disse.
— Esse não seria um jeito ruim de morrer — Lydia respondeu. — Emitir luz por milhões de anos depois da morte.
(p. 107)

O engraçado é que o começo de Juntos Somos Eternos é muito comum e até meio parado. A vida dos três adolescentes é exatamente igual à nossa quando tínhamos uns 16, 17 anos, mas a escrita de Zentner é tão boa que é impossível largar. Quando os dramas familiares aparecem, o livro toma outra cara. Um dos focos da narrativa é o fanatismo religioso, que foi muito bem representado através de Dill, um garoto maravilhoso, mas totalmente oprimido pela mãe, que sempre o acusava de agir contra as vontades de Deus. O mais triste foi ver o que atitudes como essas podem causar no emocional da pessoa.

Eu já estava gostando muito do livro, mas o plot twist me marcou demais. A partir desse ponto, foi impossível controlar minhas emoções. Só de lembrar fico com vontade de chorar — até porque desse ponto pra frente só chorei mesmo —, porque realmente mexeu muito comigo e me mostrou que vale a pena continuar vivendo mesmo quando tudo parece conspirar contra, e que isso é muito mais fácil quando temos pessoas que nos amam perto de nós. 

Eu realmente não consigo descrever o quanto gostei, mas espero que tenha passado pelo menos um pouquinho do que eu senti para vocês. Juntos Somos Eternos foi muito mais do que eu esperava. É uma leitura dolorosa, cheia de verdades difíceis de engolir, mas ao mesmo tempo é lindo, transmite uma mensagem maravilhosa sobre amizade, amor, esperança e fé, em um Ser Maior, no Universo e em nós mesmos. Com certeza vai ficar do meu coração por muito tempo. 

13 comentários :

  1. Ah, minha intenção era ler Dias de despedida primeiro, conhecer a escrita do autor e só então colocar esse na lista, mas depois dessa resenha...
    Muito bom quando o livro nos surpreende, e já estou aqui curiosa com esse plot e querendo muito ler porque amo livros que transmitem esses sentimentos.

    Beijos

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  2. Primeira resenha que leio deste livro e já estou aqui sem palavras para explicar esta resenha!
    Três "rejeitados", três excluídos que se juntam e com isso, acabam fazendo desta amizade e de todo o sentimento, meio que uma muleta para se sustentarem.
    Fabuloso!!!
    Leituras doloridas, tristes e ao mesmo tempo, com lições eternas, sempre fazem meus olhos brilharem.
    O livro vai para a lista de desejados com certeza.
    Beijo

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  3. Já vi falar tão bem desse autor que quero ler tudo dele. Esse foi mais um que chamou atenção e gostei de ver as coisas que tem no livro. O ponto de vista diferente, os dramas e problemas desses três e até o clichê. Mesmo que depois apanhe outro ritmo acho legal que estabeleça esse começo bem normal e fácil de ver acontecendo. Já dá pra perceber que quando as coisas começam a complicar e aqueles temas aparecem fica bem mais impactante. Achei bem interessante esse da coisa religiosa. Nossa, quantos casos do tipo já não vi. A religião que deveria ser de amor acaba oprimindo tanto que os estragos são grandes...
    Mas enfim, tá parecendo um livro bem legal e que deixa uma coisa boa ao ler, desperta sentimentos dos mais diversos pelo visto. Gostei.

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  4. Uma leitura sensível e avassaladora não?
    Essa amizade que é uma montanha russa de emoções onde três personagens tão diferentes se complementam e se ajudam.
    Jeff tem uma escrita que faz rir e chorar. Refletir e ter esperança.

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    1. Não, pelamor de Deus, bota sensível nisso! Faltei morrer de tanto chorar.

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  5. Oi, Ana!!
    Gosto muto de livros que falem sobre amizade, e parece que o Dill vai precisar da força e da amizade do Travis. E uma história que nos faz refletir do que realmente importa são as pessoas que amamos e estão do nosso lado.
    Bjos

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  6. Juntos Somos Eternos me gerou um conflito: a história de 3 amigos não me chamou nem um pouco a atenção, me lembrou inúmeros clichês por aí; mas, a personalidade de cada um deles sim me despertou interesse sobre o desenvolvimento da história. Lendo a resenha, pude me aprofundar e decidir que sim, quero essa leitura.

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    1. Sabe que no começo o livro é muito parado e parece ter todos os clichês possíveis. Pode até ser que tenha, mas a reviravolta é boa demais e compensa qualquer defeito que a história tenha, sério.

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  7. Sua foto com o livro ficou linda!
    Achei a história meio fraca. Talvez essa reviravolta no final salve a obra, porém não fiquei animada para ler.

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    1. Oi Fátima! Obrigada, eu amei essa foto também! Espero que você mude de ideia e dê uma chance ao livro...

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  8. Não conhecia o livro ainda, mas sua resenha foi tão emocionante que me deu vontade de lê-lo agora!
    Parece ser muito profundo, abordando diversos temas pesados, fortes, tristes e nos faz repensar e sentir a dor dos personagens.
    Já quero!
    bjs

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  9. Oi, Ana
    Quando fiquei sabendo do lançamento desse livro fui pesquisar e acabei vendo uma capas gringas, mas gostei mais da brasileira.
    Não li nada do autor, mas esse livro Juntos Somos Eternos me chamou mais atenção do que Dias de Despedida.
    Me parece ser uma leitura maravilhosa, se você chorou tenho certeza que vou chorar também como minha saudosa mãe dizia você é manteiga derretida.
    Beijos

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  10. Eu já conhecia alguns livros desse autor Como por exemplo o livro dias de despedidas eu fui procurar saber mais sobre ele e eu vi que ele morou aqui no Brasil durante um tempo mas enfim o que me chamou muito atenção nesse livro foi como um personagens consegue encontrar algo em comum e desenvolver uma bela amizade com a base problemática da família

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