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7 de setembro de 2022

Estado Elétrico | Simon Stålenhag

Estado Elétrico é uma história contada a partir de imagens e blocos de texto. Não exatamente como uma história em quadrinhos comum, mas seguindo a mesma premissa de ser uma leitura gráfica. Ela me chamou a atenção pelas artes, que são super imersivas e atmosféricas, um tipo de arte que eu adoro, que une elementos bizarros a imagens comuns: uma estrada com um robô gigante, por exemplo.

Foi uma leitura rápida que eu fiz durante meu horário de almoço. Justamente por ser tão rápida, eu não quero entrar em detalhes, pois acho que vale a pena descobrir mais sobre a história durante a leitura, mas posso dizer que a história se passa em 1997, mas não o ano de 97 que nós conhecemos. Nessa realidade, 1997 é futurista, altamente tecnológico e apocalíptico.

Acompanhamos a protagonista, Michelle, e seu robô, Skip, em uma jornada pelos Estados Unidos. O leitor só descobre o objetivo dessa viagem perto do fim do livro. E vou dizer pra vocês: que tristeza. É uma reviravolta de deixar o coração apertado. Na verdade, toda a história é de apertar o coração. As imagens por si só deixam uma sensação de melancolia no leitor, os cenários destruídos e abandonados, as cores frias e a sujeira e a morte que estão por toda parte.

Esse apocalipse se deu num mundo onde as pessoas se conectam a projetores neurais, um dispositivo que a pessoa coloca na cabeça, como um capacete, e isso parece levá-la a uma realidade virtual viciante. Presas nessa realidade alternativa, as pessoas esquecem de viver suas vidas reais, chegando ao ponto de morrerem. As semelhanças com nossos queridos dispositivos móveis certamente não é mera coincidência.

Os textos trazem mais detalhes sobre o passado de Michelle e permitem que o leitor conheça melhor essa personagem e seu background. Mas também são várias as páginas sem texto nenhum, apenas com uma imagem que fala por si só e que passa muitas sensações. Eu achei a maioria das imagens bastante perturbadora. Também há algo de onírico nas artes. Uma delas, inclusive, me lembrou um sonho específico que eu tive.

Simon Stålenhag é um artista sueco que mistura Lovecraft com ficção científica. Seu design é criativo e admirável, motivo pelo qual já estou seguindo o autor no Instagram para poder acompanhar seus trabalhos mais de perto (mas eu prometo não passar tempo demais no Instagram, Simon).

Pesquisando mais sobre o autor, descobri que suas artes são criadas digitalmente, mas que ele gosta de deixá-las com aparência de pinturas a óleo. Além disso, suas criações têm como referência fotografias que ele mesmo tira.

Pra finalizar, eu preciso falar dessa edição. O livro é bem maior que um livro comum, em capa dura, predominantemente em azul e rosa (uma combinação que sempre dá certo) e a capa possui um alto-relevo lindíssimo, dando tridimensionalidade para a imagem de capa (a visão de um parabrisa dianteiro com gotas de chuva).

Artes incríveis, história linda e uma edição maravilhosa. Recomendo!!

Título Original: Passagen ✦ Autor: Simon Stålenhag
Páginas: 144 ✦ Tradução: Daniel Galera ✦ Editora: Quadrinhos na Cia.
Livro recebido em parceria com a editora
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9 comentários :

  1. ola Achei a capa muito linda , diferente.E o enredo parece ser mesmo perturbador. A primeira imagem é bem impactante. Também achei incrível a última foto.

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  2. Um dos mais diferentes que já vi. Não só pela premissa, que dá certo medo, mas sobretudo por ser basicamente imagens e blocos de texto.
    A Cia sempre arrasa nas edições.

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  3. Caramba!!!Que maneira inovadora de deixar as ilustrações como fotografias reais!!!Estou aqui tentando absorver cada pedacinho das que você mostra no post!!!E claro, na resenha que só faz sentir vontade ter essa lindeza em mãos o quanto antes, ainda mais que não a conhecia!!!
    Arrasou na indicação, amiga!!!
    Muito obrigada por me fazer sorrir em meio a dores!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  4. Oii Ana eu sou a louca da fotografia né? E é impressionante a forma digital que a imagem é mostrada no livro. Quero muito ler!

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  5. Uma forma futurista de mostrar a nossa realidade, onde as pessoas estão cada vez mais desconectadas da vida real, vivendo de mentiras do mundo virtual.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  6. A arte em imagem gráfica está simplesmente perfeita. E pelas imagens apresentadas dá para perceber o quanto cada uma delas é carregada de sentido, muitas vezes dispensando o texto como a obra faz. Estou simplesmente encantado com o sentido dado pelo autor e com a crítica embutida no enredo.

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  7. As imagens sao tao bonitas que parecem reais sabe...depois li que ele faz digitalmente e q gosta de aparentar pintura ao oleo neh...amei. Muito lindo! Sim, o detalhe na capa tb é muito legal.
    Fiquei curiosa em ler. Ultimamente eu tenho me interessado bastante por hqs. Espero gostar dessa tb.

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  8. Priscila!
    Acredito que só pelas 'pinturas', o livro já vale a pena a leitura.
    Quanto a questão de nos mantermos tanto tempo ligados na tecnologia ... bem, é algo tipo, evolutivo, mas de uma maneira tão saudável, concorda?
    Hoje vi uma notícia que me deixou chocada: nosso Tribunal de Justiça daqui da PB, fez hoje o primeiro teste para audiências de conciliação, através do multiverso, com óculos e tudo. Daqui pode ser feita conciliação com um empresa em outro estado. Fiquei chocada e aterrorizada. Daqui a pouco mais nada será presencial...:(
    cheirinhos
    Rudy

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  9. Olá! Um livro de poucas palavras, mas que parece que tem muito a nos dizer, prevejo algumas lágrimas durante a leitura, portanto será necessário muito cuidado para não estragar essa edição lindíssima.

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