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10 de dezembro de 2022

É possível fazer sucesso utilizando a mesma fórmula em vários livros? A Razão do Amor, de Ali Hazelwood

Ali Hazelwood estourou no universo literário com seu primeiro livro, A Hipótese do Amor, que inicialmente era uma fanfic de Star Wars. A verdade é que além do enredo brilhante abrangendo uma mulher cientista, todos os personagens criados pela autora foram muito bem aceitos, bem como o envolvimento entre eles. O sucesso foi tanto que Ali repetiu a dose com A Razão do Amor, que apresenta uma história muito bacana e personagens igualmente carismáticos. 

Dessa vez acompanhamos Bee Königswasser, que diferentemente da Olive de A Hipótese do Amor, já concluiu o doutorado. Acontece que mesmo sendo muito inteligente e possuindo pesquisas muito relevantes para a área da neurociência, vários acontecimentos culminaram para que sua carreira não deslanchasse da forma que esperava. Até que surge uma oportunidade para liderar um projeto de neuroengenharia da NASA, e tudo parecia perfeito demais até ela descobrir que precisará trabalhar com Levi Ward, seu arqui-inimigo da época do doutorado. 

Pelo que Bee fala, o cara é detestável e fazia questão de ser muito mesquinho com ela, então rola aquele rancinho antes mesmo de sabermos quem ele é. E o pior que a raiva se torna muito real quando Levi é apresentado e ele realmente parece ser muito babaca, porque assim, o cara simplesmente ignora a Bee 90% do tempo e, quando não ignora, tem que fazer um esforço gigantesto pra ter qualquer tipo de diálogo com ela. Confesso pra vocês que esse início foi um exercício de paciência com esse homem, meu Deus do céu... Até entender o contexto das ações do Levi e até ele começar a interagir com a Bee como um ser humano normal, eu fiquei bem com um instindo assassino, rs. 

Assim, convenhamos que é extremamente complicado falar de um autor sem comparar suas obras, e não seria diferente com a Ali Hazelwood. Quero deixar bem claro que existem muitas semelhanças entre A Razão do Amor A Hipótese do Amor, a começar pelo protagonista masculino: assim como Adam, Levi é alto, forte, musculoso, troncudo, grande e qualquer outra característica física de um homem másculo. Foi aí mesmo que eu tive certeza que a Ali é totalmente obcecada pelo Adam Driver, que fez o papel do vilão Kylo Ren em Star Wars. Apesar disso, achei a personalidade deles bem diferente... O Levi é mais estourado, menos delicado, sei lá. 

Quanto as protagonistas, ouso dizer que a Bee, mesmo eu me identificando mais com a Olive, é muito mais legal e bem desenvolvida. Eu gostei muito da autora ter definido a personagem com características que são consideradas incomuns no âmbito científico, sabem? Ela usa roupas diferentes, tem cabelo colorido, é cheia de tatuagem. E infelizmente, até hoje, existe muito preconceito com a aparência física da gente. É sempre aquela coisa: "como as pessoas vão te levar a sério no trabalho se você usa o cabelo rosa, sai com essas roupas, tem tatuagem pelo corpo inteiro?". Obviamente isso piora quando a pessoa em questão é do sexo feminino. 

Por falar em machismo no ambiente científico, o tema é novamente muito bem retratado pela autora. Eu não esperava menos desse livro, uma vez que a Bee é uma cientista que lidera uma equipe 100% masculina, equipe esta que nunca dá credibilidade para as coisas que ela fala até o Levi demonstrar ter o mesmo ponto de vista. Dá um ódio gigantesco ser muito boa no que faz, ter certeza dos fatos que está expondo porque foram resultado de muito estudo, e ainda assim precisar um homem reafirmar aquilo para acreditarem em você. 

Mesmo com essas e outras semelhanças — outra bastante perceptível é o carinha que se faz de bom moço mas na verdade é um pa* no c* —, o envolvimento entre os personagens é diferente. Em A Hipótese do Amor a gente tem o famoso namoro de mentira, e aqui é mais no estilo enemies to lovers, mesmo eu achando que eles não são tão inimigos assim. Gente, homem é uma coisa muito esquisita, né? Digamos que o livro não teria acontecido se o Levi simplesmente tivesse aberto a boca e conversado com a Bee. Fico pensando porque cargas d'água ele pensou que ignorar a menina seria a saída mais fácil para os problemas que ele mesmo inventou, no fim das contas. 

Agora, não vou mentir para vocês: eu estava sim ansiosa para a cena hot desse livro. Eu amei demais a forma como a Ali Hazelwood conduziu a cena entre Adam e Olive em A Hipótese do Amor, e eu queria muito saber se foi um golpe de sorte ou se ela realmente tem o dom de escrever cenas de sexo de forma gráfica, mas delicada ao mesmo tempo. E gente... Mais uma vez fui tombada, principalmente porque a tensão sexual entre Bee e Levi é muito maior. Como consequência disso, achei A Razão do Amor muito mais erótico, uma vez que as cenas quentes aparecem com mais frequência.

Depois de falar igual pobre na chuva, voltemos ao questionamento inicial. Dá para se manter no topo do mundo literário escrevendo livros com enredos muito semelhantes? E a minha resposta para vocês é sim! A Ali Hazelwood achou o método dela, com protagonistas masculinos viris, mulheres inteligentes e independentes e esse plano de fundo científico que é um diferencial... Da mesma forma que, por exemplo, a Julia Quinn tem a fórmula dela para os romances de época e a Colleen Hoover tem suas receitinhas para os romances contemporâneos dramáticos, e são ambas autoras de muito sucesso. 

Fato é: quem gostou de A Hipótese do Amor vai gostar de A Razão do Amor, principalmente se a leitura for feita de forma despretensiosa. Inclusive, eu quis ler esse livro justamente porque eu sabia que enredo envolveria uma mulher que atua nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Assim como a Ali Hazelwood é obcecada pelo Adam Driver, eu sou obcecada pelas histórias que ela escreve, simples assim. As narrativas são muito inteligentes, engraçadas, sarcásticas e feministas, muito gostosas de acompanhar! Meu ponto fraco sim, vocês que lutem!

Título Original: Love on the Brain ✦ Autora: Ali Hazelwood
Páginas: 336 ✦ Tradução: Raquel Zampil ✦ Editora: Arqueiro

9 comentários :

  1. Razão do Amor é um desejado da wishlist. Me apaixonei pela escrita da Ali.
    Quando for ler o livro vou de coração aberto.
    E quanto a sua pergunta, a resposta é sim, é possível usar sempre a mesma fórmula e fazer sucesso. Vide a dupla ViPen Vi Keeland e Penelope Ward, seja nos livros juntas ou nos individuais a fórmula é sempre a mesma....

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  2. A autora aborda os clichês queridinhos, escreve livros com certa semelhança, aborda tema difícil como o machismo e caiu nas graças da mulherada. Não vi ninguém falar mal de seus livros ainda.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  3. Ola
    Ainda não li o primeiro livro da autora que bom que ela conseguiu te supreender positicamente .É uma autora que desejo conhecer a escrita e ver como ela consegue construir os personagens.Gosto de romances então creio que vou gostar tanto de Hipotese do amor quanto de A razão de amor.

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  4. Eu comprei o primeiro livro, mas ainda não li rs meu coração de pedra não anda querendo se render aos romances, mas eu tô "cavucando" firme e sei que vou acabar cedendo.
    Por isso, sim, esse segundo livro, que é só elogios, está na listinha de muito desejados e eu não vejo a hora de poder comprar...pra deixar na estante rs
    E sim, as fórmulas fazem sucesso e eu nem acho isso ruim. Jovens tem voltado ou aprendido a ler por conta desses "buuummm" de tik tok rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  5. Ana!
    Já há muito sei que os autores conseguem se manter em seus escritos com o estilo deles, pelo simples fato de terem seu próprio nicho de leitura. Quem gosta, gosta e pronto.
    Fico feliz de ver que a autora continua com sua 'fórmula' na escrita e deu certo.
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Aii pois ainda nem li o primeiro e to bem curiosa em ler esse. E que bom saber, mesmo com semelhanças ainda a autora nos conquista em ambos os livros.
    Acho a combinaçacao das capas muito boa tb!!!
    Espero ler em breve, ou ano que vem rs... o primeiro pelo menos.

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  7. É lindo as capas desses livros da Ali, tinha começando a hipótese do amor e no começo ja gostei bastante

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  8. Amei a resenha. Eu acho a capa desse livro linda e super leria, mas não gostei muito da experiência com o livro anterior. Passei a maior parte da leitura em um ritmo lento e parecia que não ia acabar nunca, mesmo que no saldo final eu gostei do livro.
    Eu achei bem interessante que ela conseguiu provar que o livro 1 não foi por acaso.
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  9. Está na minha Wishlist de livros que eu quero comprar ano que vem!

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