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15 de dezembro de 2016

Suzy e as Águas-Vivas | Ali Benjamin


Sabem quando às vezes acontece alguma coisa muito ruim que os adultos não sabem explicar e eles apenas dizem que "algumas coisas simplesmente acontecem"? Pois é justamente isso o que a mãe de Suzy diz para ela para justificar o afogamento de Franny, ex-melhor amiga da menina, em uma praia em Maryland. Além da dor que é comum quando perdemos pessoas próximas, Suzy se sente imensamente culpada porque, antes de Franny morrer, a amizade entre as duas não estava muito boa. Eis que, para amenizar um pouco a situação, Suzy decide descobrir o que aconteceu de verdade com a garota. 

Durante um passeio em um aquário com os colegas de classe, Suzy descobriu as águas-vivas. Depois de muita pesquisa, descobriu que pessoas morrem pelo veneno dessas criaturas e, na cabeça dela, a única justificativa plausível para a morte de Franny é que ela foi picada por uma Irukandji, uma espécie em especial de águas-vivas, que possui uma ferroada mortal. Desde então, o objetivo de Suzy era provar para as pessoas ao seu redor essa sua teoria.  

Desde a morte de Franny, — que, inclusive, ela só foi descobrir dois dias depois — durante um dos jantares com o seu pai, Suzy decidiu que não ia mais falar sem necessidade. Para falar a verdade, ela parou de falar totalmente simplesmente por achar que era perda de tempo, mas enfim. Eu entendo muito a dor de perder alguém, sei que cada pessoa reage de uma forma diferente, mas eu fiquei bastante irritada com esse fato durante boa parte do livro. Além disso, apesar de ser bastante inteligente para os seus 12 anos, Suzy agia de forma muito infantil. Não sei se o luto pode estar envolvido nesse comportamento, mas não funcionou muito bem para mim.

Às vezes a gente quer com tanta força que as coisas mudem que não suporta nem sequer estar na mesma sala com as coisas do jeito que realmente são.

Mesmo assim é impossível não se comover com a história da menina, principalmente quando ela narra os flashbacks em que mostra sua amizade com Franny. Tudo era maravilhoso quando elas eram bem criancinhas, mas as coisas foram mudando para pior com o passar do tempo. Não que Suzy seja culpada, mas a verdade é que Franny provavelmente sentiu necessidade de fazer outras amizades, enquanto Suzy estava satisfeita apenas com o seu pequeno círculo social. Obviamente não justifica o fato de Franny ter se tornado uma ordinária — vocês me desculpem, porém não consegui encontrar palavra melhor para descrever o comportamento da criatura. 

A narrativa em primeira pessoa deixa a leitura leve e fluida, dá pra ler tranquilamente em uma sentada e os capítulos curtinhos ajudam muito. Mesmo as ideias de Suzy sendo muito loucas, a gente torce to tempo inteiro para ela conseguir as respostas que precisa. Eu, particularmente, fiquei a história toda torcendo pra ela voltar a falar de uma vez. Ai, eu ficava morrendo de dó dos pais dela, sempre tentando de tudo para manter a situação sob controle e sempre se decepcionando com as coisas.

Suzy e as Águas-Vivas, mais que uma história de amizade, é sobre como lidar com perdas, com a dor e, principalmente, entender que infelizmente, às vezes, as coisas realmente simplesmente acontecem.

Título Original: The Thing About Jellyfish
Autora: Ali Benjamin 
Páginas: 223
Tradução: Cecília Camargo Bartalotti
Editora: Verus
Livro recebido em parceria com a editora
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12 comentários :

  1. Olá, Ana Clara!!

    Adorei a premissa do livro! A capa é bem interessante.
    Parabéns pela resenha <3
    Beijos,
    https://teattimee.blogspot.com.br/

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  2. Ana, pra ser bem sincera, não sei se é porque na resenha você aponta alguns pontos negativos do livro, mas não achei muito interessante. Apesar de parecer uma história um tanto emocionante não acho que é o tipo de leitura que eu gosto.

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  3. A historia parece ser comovente, perda é sempre difícil de lidar, fiquei me questionando se a personagem estava certa em relação as águas vivas. Deve passar reflexões ao leitor em relação a importância da amizade e que devemos dar mais valor enquanto as pessoas estão por perto.

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  4. Eu não conhecia este livro, mas inicialmente a capa me chamou a atenção e também o nome que é bem diferente, lendo a sinopse e sua resenha acabei me interessando pelo livro, parece ser uma história bem emocionante e diferente, que nos faz refletir, pretendo ler futuramente.

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  5. Oi Aninha! Geralmente livros com um narrador tão jovem, tendem a ser ou muito bons, ou muito maçantes. Esse, pela sua resenha parece ficar no meio do caminho. Talvez o comportamento tão infantil de Suzy, que deixou irritada se deva além do luto, ao fato justamente de ter doze anos. A maioria de nós nessa fase não sabe se deve agir como uma criança ou um adolescente, é bem complicado! Fiquei bem curiosa para saber se a teoria dela sobre as águas vivas estava correta. Parece ser uma história bem comovente sobre lidar com o luto e de leitura rápida, como você mencionou. Bjos!

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  6. Esse é um livro que todos que acompanham o universo dos blogs literários e booktube devem conhecer, já que esta sensibilizando muitos leitores, entrando na lista dos desejados de muitos (inclusive eu). Estórias com crianças costumam me comover, principalmente quando envolvem o luto e maneira com que o menor lida com situações e acontecimentos novos, com certeza essa infantilidade iria me irritar também, mas adoro livros que me emocionam e me fazem refletir, e se Suzy e as águas vivas me despertar essas sensações já estarei satisfeita. Bela resenha
    Alias, que capa linda.

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  7. Confesso que eu fiquei curiosa para ler o livro.

    Eu nunca tinha parado para saber mais a respeito dele e o tema me chamou bastante atenção, apesar dos pontos negativos.

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  8. eu não conhecia o livro
    mas parece ser bem legal, as reflexões que trazem sobre amizade e perda.
    eu também fiquei torcendo para que a suzy tenha as respostas dela
    colocar aqui na minha lista de leituras!

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  9. Oi!
    Já ouvi tanto falar sobre esse livro que já estou amando mesmo sem ter lido AINDA, pretendo ler em breve. A história da Suzy me chama muito a atenção, a Suzy também parece ser uma personagem incrível, esse parece ser daqueles livros que marcam as pessoas que o leem. Espero que dê tudo certo para a Suzy.
    Beijos Squad Of Readers

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  10. Oi Ana, tudo bem?
    Estou bem curiosa para ler esse livro, já li algumas resenhas, e a sua está ótima, parabéns.
    Eu com certeza vou ficar irritada com essa questão dela não falar, também entendo como é difícil perder alguém, mas descontar nos pais ou em alguém próximo é uma atitude bem infantil.
    Mas que bom que isso não tira a vontade de ler o livro, quero saber como e se ela vau superar tudo isso, e ver esses momentos das duas juntas.
    Beijos!
    Lost Words

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  11. Não conhecia esse livro, mas acho que vou gostar. Apesar de não ser meu gênero favorito, também gosto de livros que tratem de perda, amor, amizade(principalmente quando tem um protagonista que faz você torcer por ele). E eu também não gostei disso, de ela não falar, sendo que é uma garota bem inteligente para os seus 12 anos. Mas, com certeza, lerei.

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  12. Oi!
    Quando vi esse livro sempre pensei que a Suzy era mais nova, mas gostei muito dessa historia, achei legal a forma que a autora fala sobre o luta principalmente para um publico mais jovem, pois ainda não tinha lido nenhum livro que focava na reação das crianças a esse acontecimento, parece ser uma historia muito emocionante e linda que acaba nos fazendo refletir, me deixou interessada nesse livro !!

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