Já tive contato com a escrita de Duda Porto de Souza e Aryane Cararo em 2018, através do livro Extraordinárias: Mulheres Que Revolucionaram o Brasil. Dois anos depois elas aparecem, como quem não quer nada, com uma obra tão maravilhosa quanto, o Valentes: Histórias de Pessoas Refugiadas no Brasil. A partir da visão das jornalistas, conhecemos algumas pessoas que, por diversos motivos, decidiram — ou praticamente foram obrigadas — a iniciar uma nova jornada no Brasil.
Acho que nunca vou cansar de me surpreender com a escrita de Duda e Aryane. Me impressiona muito como elas conseguem trazer uma narrativa leve para temas tão importantes. Logo de cara temos um apanhado geral da história do refúgio no Brasil e no mundo, com direito a gráficos, mapas e dados para entendermos como esse mecanismo, que é regido por lei, funciona por aqui.
De acordo com o Ministério de Relações Interiores, é refugiado "todo indivíduo que sai do seu país de origem devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas imputadas, ou devido a uma situação de grave e generalizada violação de direitos humanos no seu país de origem". Assim, antes de nos apresentar as histórias de vida de várias pessoas que escolheram o Brasil como novo lar, independente do motivo, as meninas mostram os conflitos existentes em seus países de origem que os levaram a tomar essa decisão.
Por exemplo, conhecemos muito sobre a crise na Ásia, principalmente em países como o Vietnã, a Síria e a Palestina... Mas vocês já pararam para pensar o porquê de africanos, europeus e até mesmo nossos amigos latino americanos precisarem se refugiar no Brasil? São conflitos pouquíssimos comentados, mas que mudam o curso da vida de inúmeras pessoas. Através do Valentes, podemos conhecer um pouco mais sobre eles e ouvir a voz de quem precisa ser ouvido.
Assim como Extraordinárias, Valentes é cheio de detalhes, ou seja, não é uma obra para se ler rapidamente. Cada personalidade retratada por Duda e Aryane é natural de um país diferente, cada um com seus conflitos diferentes, então são muitas informações para se absorver de uma vez só. Classifico Valentes como uma enciclopédia sobre o refúgio, que, inclusive, seria ótima para ser debulhada nas nossas escolas, para ensinar nossas crianças e jovens, para combater a xenofobia.
E sim! Pode ser difícil acreditar, já que o Brasil tem uma fama enorme por suas características acolhedoras e multiculturais, mas a realidade é que existe muito preconceito por aqui. Quantas vezes ouvimos ou lemos frases como: "Eles roubam o trabalho dos brasileiros" ou "refugiados são criminosos e terroristas"? Mas quem fala isso provavelmente não faz ideia de que, em 2017, os imigrantes representavam apenas 0,31% de todos os empregados no Brasil... E que, na maioria das vezes, nosso país acolhe inúmeras pessoas que fogem do terrorismo. Ou na verdade as pessoas até saibam, mas preferem manter a falta de caráter, né?
Ah, é impossível falar da grandiosidade desse livro sem citar Rafaela Villela, autora das ilustrações maravilhosas que compõe tantas histórias e que vocês podem ter um gostinho através das fotos que ilustram essa postagem.
Sendo assim, Valentes possui inúmeros pontos positivos, o que inclui mostrar e encarar a dura realidade dessas pessoas que estão simplesmente atrás de um caminho melhor. Para criarmos um ambiente igualitário, livre de preconceitos e realmente acolhedor, precisamos quebrar esses paradigmas sobre os refugiados, e posso afirmar que essa obra tão rica é um enorme facilitador.
Eu fiquei espantada ao ver essa lindeza de livro "por dentro". Fora a beleza da diagramação, trazer isso da história, do contar sobre pessoas que precisam ser admiradas e usadas como exemplo, é sempre tão lindo e importante!!!
ResponderExcluirA Editora arrasou!
E eu já quero muito essa lindeza em mãos!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
A Editora Seguinte sempre arrasa, né? AMO DEMAIS!
ExcluirÉ muito triste a realidade da maioria dos refugiados no Brasil. Especialmente dos refugiados latinos.
ResponderExcluirÉ de cortar o coração ver, aqui na minha cidade, mães e crianças nos semáforos e esquinas.
Pudera todos pudessem ler essa obra para compreender e fazer algo por eles.
Ai miga, é difícil mesmo.
ExcluirMas a gente não pode perder a esperança de um lugar melhor, né? Eles merecem muito!
Ana!
ResponderExcluirPrecisamos respeitar a história das pessoas refugiadas, principalmente porque devem ter sofrido muito em seus países.
O livro parece bem completinho e ainda tem ilustrações, fascinante.
cheirinhos
Rudy
Verdade, Rudy!
ExcluirPor mais que a gente leia várias coisas, acredito que não sabemos da missa a metade do que eles sofreram, sabe?
Vocês sempre trazendo livros com temas importantes de serem abordados. Confesso que não é o que costumo pegar para ler, mas acho as resenhas muito interessantes. Os detalhes do livro são incríveis e impecáveis.
ResponderExcluirBeijos
Obrigada Amanda! Estamos aqui para mostrar várias coisas mesmo!
ExcluirOlá! Livro lindo, não só por essa edição maravilhosa, mas também por nos presentear com a história dessas mulheres, e também uma boa oportunidade para aprendermos mais sobre os refugiados, pois na maioria das vezes estamos bem longe de saber o que as levaram a abandonar seus países de nascimento.
ResponderExcluirAprendi coisa demais, viu?
ExcluirOs dados apresentados pelas meninas são muito claros e interessantes.
Oi, Ana
ResponderExcluirO livro é lindo, uma edição caprichada com ilustrações, mapas, gráficos, tudo para enriquecer a leitura.
Adorei a iniciativa das jornalistas de fazer um livro explicando os motivos que os refugiados tiveram para deixar seu país e vir morar no nosso. Mas infelizmente tem pessoas de mentes pequenas que falam mal dos refugiados. Eles não vieram para fazer nada conosco e sim buscar um novo recomeço.
Beijos
Realmente Lu, é uma leitura rica demais! Fico muito feliz de termos livros como esses.
ExcluirO livro superou minhas expectativas. O material é muito rico e apresenta um panorama de cada conflito que motivou a emigração dos depoentes, permitindo uma visão abrangente sobre as questões políticas que emergem dos relatos. Super recomendo!
ResponderExcluirMaravilhoso demais!
ExcluirOlá Ana
ResponderExcluirPrimeiramente que coincidência imensa ambos escrevermos e termos a mesma formação.
Acho super válida a ideia de se levar um livro desses para dentro da escola e aprofundar temas como xenofobia e violação dos direitos humanos.
Na verdade não só acho valido como necessário, parece que o currículo de leitura das escolas se renova tão devagar que não acompanha o ritmo do mundo.
Legal você avisar que é uma leitura cheia de detalhes, assim quem tá só querendo relaxar um pouco pode deixar esse livro em espera um pouquinho antes de mergulhar de cabeça nesse Universo tão complexo que é a vida dos refugiados.
Um beijo Ana, se cuida
Realmente! Não conheço muitas pessoas formadas em Ciência e Tecnologia, viu? rs
ExcluirEspero ansiosa para o dia que verei os livros das meninas nas escolas!
Ola náo deve ser nada facil uma pessoa deixar seu pais seus costume sua cultura e vir tentar algo melhor em outro país .Por isso essa leitura deve ser bem interessante pois nos coloca a par de todo o processo .
ResponderExcluirEles merecem mais atençáo e respeito por parte de todos .porque já sofrem vivendo longe se sua patria . Dica anotada
Com certeza! E pior ainda é chegar em um lugar sem conhecer ninguém e não ser bem recebido, né?
ExcluirOlá.
ResponderExcluirQue livro incrível. O tema já me chamou a atenção no título, mas ver algumas poucas fotografias, com imagens e dados demonstrativos, me deu a certeza que é encantador até na edição.
Beijo!
www.amorpelaspaginas.com
É maravilhoso demais, Ray!
ExcluirTomara que você tenha a oportunidade de ler!
Parece legal por mostrar um lado que a gente vê tão pouco: refugiados aqui no Brasil. Histórias, pessoas, lutas, origens e como vieram parar aqui, o que fazem, como vivem. A realidade da situação. É bom ter esse tipo de informação e o livro parece ser bem detalhado, pra ler e aprender junto. Sobre histórias e situações diferentes, não ter só o olhar de um lugar e uma situação é o mais interessante. Leria, parece bem completo e de um jeito que não é difícil de ler.
ResponderExcluirAcho que o que a gente vê também é sempre a parte boa, né?
ExcluirEspero que você leia sim! Vai adorar!