A propósito, eu adoro ler sobre criação de filhos, mas Maternidades no Plural foi o primeiro que li que foge do conceito de "família tradicional brasileira", se é que vocês me entendem, rs. A maior parte dos livros que falam sobre o assunto retratam um núcleo familiar que envolve mãe, pai e filhos, mas o que acontece com as pessoas que não se veem inseridas nesse contexto? Dito isso, devemos levar em consideração que esse modelo "tradicional" representa menos menos de 50% das famílias brasileiras.
É sobre esse assunto, então, que Annie Baracat, Deh Bastos, Glaucia Batista, Ligia Moreiras, Marcela Tiboni & Mariana Camardelli tratam em Maternidades no Plural, com foco, obviamente, nas diversas mães que existem por aí. No livro, existe um relato maravilhoso de cada uma das autoras, sobre como se tornaram mães e um pouco do que vem depois dos filhos. Provavelmente a mensagem preferida que tirei dos textos é que maternar envolve uma série de erros e acertos, o que mostra que não existem mães perfeitas, bem como não existem pessoas perfeitas. Cada mãe encontra seu jeitinho de criar os filhos, e cada uma dá o seu melhor na medida do possível.
A história de cada uma delas é muito incrível, emocionante e inspiradora: Annie Bàracat, fotógrafa e mãe do Lilo, fala sobre sua experiência com a adoção e maternidade solo por opção; Deh Bastos, que é comunicadora, fala sobre as barreiras do racismo e sobre a importância de lutar contra o sistema e ensinar as crianças sobre o assunto; Glaucia Batista, economista de formação, discorre sobre a maternidade atípica e como foi passar por esse processo duas vezes, uma vez que Thales possui Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL) e Breno está no espectro autista; Ligia Moreiras, cientista que nunca sonhou em ser mãe, também fala sobre a maternidade solo e sobre como ajuda outras mulheres que passam pelo mesmo processo; Marcela Tiboni, por sua vez, estoura a bolha da família heteronormativa ao dialogar sobre os amores e as dores da dupla maternidade; por fim, mas não menos importante, Mariana Camardelli traz uma visão incrível sobre o papel da madrasta na vida dos enteados, confirmando que é possível criar e amar filhos que não nasceram de você.
Os relatos são intensos e comoventes, e quem é mãe vai se identificar com pelo menos um deles, principalmente porque apesar das diferenças, todos têm dois pontos em comum: o amor pelos filhos e a luta contra a nossa sociedade patriarcal que exige mães perfeitas. Assim como crianças são diferentes, as mães são diferentes. Cada uma tem sua própria realidade e muitas vezes a gente não tem a mínima noção do que elas passam. Então, que tal respeitarmos e acolhermos essas mães ao invés de metermos o bedelho na criação dos filhos delas, hein?
Maternidades no Plural tem tanta informação relevante pra ser colocada em prática que merece ser lido — e relido — por todo mundo! Não consigo mensurar o tanto que eu aprendi com essa leitura e o tanto que eu aprendo todos os dias acompanhando o perfil das autoras no Instagram, que inclusive vou deixar aqui para vocês darem uma olhada:
✦ Annie Bàracat: @vamosfalardeadocao
✦ Deh Bastos: @criandocriancaspretas
✦ Glaucia Batista: @humaninhostdl
✦ Ligia Moreiras: @cientistaqueviroumae
✦ Marcela Tiboni: @marcelatiboni
✦ Mariana Camardelli: @somos.madrastas
Apenas leiam, gente. Tenho certeza que vocês sairão desse leitura com outro olhar sobre a maternidade e provavelmente nunca mais vão julgar mães por suas escolhas e ações.
Sempre acho interessante os livros que falam sobre a maternidade de verdade, sem toda aquela fantasia romântica de que a maternidade é apenas linda, zero problemas.
ResponderExcluirOutra abordagem legal é essa que foge à "tradicional", pois não só de pai, mãe e filho é feita uma família.
Danielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Desde que me tornei mãe tento ao máximo não julgar, uma das coisas mais dificeis da vida é a maternidade, significa tanta coisa que acho só mesmo escrevendo um livro pra conseguir explicar, e mesmo assim ainda faltaria coisa!
ResponderExcluirAna!
ResponderExcluirAh! Como quero poder ler esse livro, me identifico muito.
Como você, sempre tive vontade de ser mãe e de muitos, já que sou descendente de italianos que gostam de famílias grandes.
E qual não foi minha tristeza ao saber que não poderia gerar meus próprios filhos... mas, logo passou, porque descobri que podemos exercer a maternidade de várias formas e que nos preenchem do mesmo jeito.
Não vou contar a história toda da minha vida, mas digo que hoje tenho duas enteadas que considero filhas e me chamam de mãedrasta e amo!
cheirinhos
Rudy
Poxa Rudy, sinto muitíssimo! Mas que bom que você conseguiu se encontrar da mesma forma!
ExcluirMaternidade é algo divino mas ainda assim trabalhoso, por isso acho importante livros que abordem a maternidade real, como ela é de fato..... com suas dores e alegrias
ResponderExcluirEu sou mãe, mas também sou avó rs e há uma diferença entre isso que você não faz ideia.
ResponderExcluirErrei demais como mãe. Não curtia, não aproveitei, não vivi esse momento como deveria ou ao menos, dizem que deveria ter sido vivido.
Vou dizer uma frase dura,mas que sinto no meu coração: Não nasci para ser mãe, mas nasci para ser avó.
É estranho demais, dura demais, mas há tanta verdade.
Claro que já vou pegar essa dica de livro, afinal, não há nada de romântico no ser mãe..não mesmo!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Ola
ResponderExcluirSou mãe de 3 filhos e confesso que nunca ouvi esse papo de romantizaçâo da maternidade.Deixemos que as mulheres sejam autênticas e sigam seu instinto, realizem seus sonhos.
Menina, nunca imaginei que você fosse mãe, que tudo!
ExcluirE que bom que você nunca ouviu romantizarem a maternidade, porque por aqui nem mãe sou ainda e já fico ouvindo absurdos...
Muito interessante, pois acho que talvez seja a sua maioria que nao seja parte da familia tradicional. Acho...
ResponderExcluirA variedade que se aborda aí, mulher que n tem vontade de ser mae, mae com filho no espectro autista e com tdl, adoçao... bem curiosa em ler fiquei.
O papel da mãe na vida de um filho é tão intensa e pessoal que não tem como querer moldar dentro de uma fórmula. Muito interessante ver que cada uma das autoras mostra o seu lado de ser mãe, e que todas são extremamente fundamentais na vida de seus filhos e do futuro que cada um encontrará em seu caminho. Debate de extrema importância.
ResponderExcluirEu sou formada em Psicologia né!?! E nas aulas de Psicologia da familia aprendemos que a "familia tradicional brasileira..." não é o unico formato de familia. Quero muito ler esse livro e o assunto maternidade sempre me interessou.
ResponderExcluirAdoro quando os cursos adotam outras abordagens, viu!? É assim que tem que ser!
ExcluirOlá! Sem dúvida o livro traz histórias incríveis e de grande aprendizado, ainda mais por conta de tantos julgamentos e pressão que cercam o “ser mãe”, até mesmo para aquelas que ainda não são ou nem pretendem ser, fiquei bem curiosa e é claro que pretendo sim conferir.
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