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23 de maio de 2023

O Paradoxo de Atlas, de Olivie Blake: você que tem o poder ou é ele que te tem? Aguardada sequência do dark academy A Sociedade de Atlas

Oi pessoal do Roendo Livros, tudo bom? Mais uma vez eu, a Gabs do Podcast Terminei, aqui trazendo uma resenha de um livro que me surpreendeu!

Acredito que muitos de vocês já devem ter visto nas redes sociais, principalmente no TikTok, indicações sobre um Dark Academy muito famoso na gringa, que chegou no Brasil ano passado: A Sociedade de Atlas, da autora Olivie Blake, foi lançado pela Intrínseca no ano passado e teve sua sequência publicada em abril de 2023. O Paradoxo de Atlas se passa imediatamente após os acontecimentos do seu antecessor, mas traz algumas questões muito mais fortes e entendimentos melhores sobre a trama e seus protagonistas. Sendo assim, aviso que essa resenha contém spoilers do primeiro volume da trilogia.

Recapitulando, os acontecimentos do primeiro livro giram em torno dessa sociedade secreta que seleciona, a cada 10 anos, 6 jovens adultos com poderes mágicos para competirem entre si pela permanência na Sociedade Alexandrina. Então, em A Sociedade de Atlas, acompanhamos: os físicos Libby e Nico, a naturalista Reina, a telepata Parisa, o empata e manipulador emocional Callum, e Tristan, que consegue ver através das ilusões. Desses 6 competidores, apenas 5 poderão permanecer na Sociedade. 

Leia também:
 Resenha: A Sociedade de Atlas

Acontece que Libby sumiu ao final do primeiro livro, fazendo todos acreditarem que ela está morta. Na verdade, todos acreditam que algo muito esquisito aconteceu e que alguém está envolvido nisso. Nós, leitores, já sabemos que é tudo armação do Ezra, ex-namorado da personagem, que está armando junto ao Fórum para destruir a Sociedade. 

Os nossos 5 protagonistas estão iniciados na Sociedade — não se esqueçam que Libby está desaparecida —, mas as coisas não têm saído como planejado. Atlas disse que ao entrar na Sociedade, eles teriam acesso a todo o conhecimento necessário para o aprimoramento de suas habilidades. Mas não é o que acontece, porque o grupo é genuinamente desequilibrado sem Libby. É claro que ajuda o fato de que Nico, Parisa, Reina, Callum e Tristam estão descobrindo coisas chocantes sobre a natureza da Sociedade Alexandrina e sobre si mesmos. Dessa forma, O Paradoxo de Atlas trabalha muito o interior dos personagens, os sentimentos deles, como eles encaram os poderes deles.

Você acha que este mundo é algo além de uma série de acidentes ? É isso o que tudo é. Não há projeto, só… probabilidade. Genética é apenas um jogar de dados. Todo resultado, todo suposto dom ou maldição , é apenas uma estatística possível — p. 336 

Diferente do primeiro livro que eu demorei quase o mês todo para ler, esse me fez querer descobrir tudo muito rapidamente. Talvez por ter a temática de multiversos e viagem no espaço-tempo... Eu simplesmente amo a ideia de multiverso e espaço-tempo e a forma como os tópicos são abordados na trama fez com que tudo ficasse ainda melhor.

Ah, para a minha surpresa eu mudei de odiados. No começo, principalmente no primeiro livro, eu odiava o Callum, para mim ele era a melhor escolha para ser morto. Mas depois da reviravolta, eu passei a odiar a Reina. Por motivo óbvio: existem coisas maiores que ela e ela não enxerga isso. Até a Parisa, que foi uma grande chata em A Sociedade de Atlas (pelo menos até antes da cena dela com a Libby e o Tristan), percebe o que está acontecendo. Todos tomaram um lado, menos a Reina, que acha que é Deus. 

Acredito que essa seja a discussão do livro: poder. A questão de criar vida, criar mundos, e criar com PODER, é a maior discussão e um dilema humano muito forte, porque a Sociedade tem todo o conhecimento do mundo, a cura de tantos problemas, e não isso não é compartilhado com ninguém por diversos motivos. Por um lado, ganância e egocentrismo do Atlas, por outro, questões políticas. Como colocado em muitos momentos, a ideia de conhecimento dá poder, e isso faz com que grandes pessoas usem privilégios para conseguir o que querem. É uma discussão tão atual que torna o livro perfeito. 

Atlas Blakely queria construir um novo mundo porque era um mágico burocrata clinicamente deprimido que já sabia que nada importava — p. 380 

Além disso, aqui temos a colocação prática das ações dos pesonagens, dos poderes deles, e como isso machuca e, ao mesmo tempo, amplia o conceito do mundo em que eles vivem. É perfeito ver os personagens encontrando seus potenciais, tentando seus limites. Não tem como tomar partido de nenhum deles, porque cada um tem seus erros e acertos e isso faz do livro muito humano. Mesmo quando o personagem é desprezível, a gente consegue entender o porquê daquela ação.

Recomendo demais, mas como sempre, leiam sem o hype que as redes dão, principalmente porque sinto que esse segundo volume é uma "preparação" de terreno para o desfecho da trilogia, o que faz total sentido — tem menos ação, mas dá abertura para inúmeros acontecimentos que tem de tudo para serem marcantes. E assim, se eu fosse pelo hype, não teria lido esse, já que minha experiência com A Sociedade de Atlas só foi boa lá no finalzinho. 

Título Original: The Atlas Paradox ✦ Autora: Olivie Blake
Páginas: 464 ✦ Tradução: Karine Ribeiro ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora

18 de maio de 2023

Nevasca, das autoras do best-seller Blackout: um clichê natalino juvenil com protagonismo preto

Nevasca, das autoras do best-seller Blackout, é um livro de romance juvenil. Com o sucesso e qualidade do livro anterior veio também a expectativa de que esse fosse tão bom quanto, mas será que entregou o que os leitores esperavam?

Quatro dias antes do Natal a cidade de Atlanta está coberta de neve, e a previsão é de que a tempestade seja das grandes. Mas isso não pode impedir Stevie de reconquistar sua namorada Sola, afinal, seu prazo é até a meia-noite Juntando seus amigos e toda sua criatividade, já que ela pisou feio na bola, Stevie planeja um grande gesto que poderá resolver tudo. É daí que a narrativa parte, com a história das duas de plano de fundo, enquanto vemos os amigos delas enfrentando seus próprios dilemas.

Dessa forma, assim como em Blackout, temos histórias de amor curtas protagonizadas por personagens negros, que estão ligados de uma forma ou de outra. No caso do primeiro livro, o fio que unia os personagens foi o verão que casou um apagão em Nova York; aqui, o enredo envolve essa nevasca de proporções tão inimagináveis que Atlanta entrou em pane. 

Stevie não é uma garota cheia de gestos carinhosos e também nem um pouco romântica, enquanto Sola é o oposto. E a cada capítulo que passa, a cada amigo que conhecemos, vamos também adentrando em suas próprias histórias. O ponto em comum, além do casal principal e do protagonismo negro, é a amizade. Outro tema bastante abordado são os relacionamentos LGBTQIAP+, de forma tranquila ao invés de trágica, como normalmente acontece. 

Dito isso acho que é possível perceber que a história não é muito complexa, assim como os personagens. Isso não significa que não sejam importantes, afinal, eles representam uma enorme parte da população. Mas é um romance juvenil, então as problemáticas são bem mais simples, é uma leitura bem mais leve, o que eu particularmente gosto muito, já que minha vida é basicamente um romance sáfico e todas as dificuldades que isso acarreta no caminho. Então livros como Nevasca e Última Parada são alívio do cotidiano muitas vezes.

Porém minha leitura não fluiu como eu esperava. Estava super ansiosa por essa narrativa e acho que criei muita expectativa. Os capítulos são muito longos, isso me fez perder um pouco a atenção e embalo de leitura, e mesmo assim algumas histórias parecem inacabadas, ou sem tempo suficiente para que fossem um pouco mais aprofundadas. Além disso, confesso que não curti muito a Stevie... Eu adoro personagens inteligentes, mas odeio personagens que sabem que são inteligentes e fazem questão de mostrar isso para todo mundo, rs. 

No entanto, justamente por ele ser muito levinho, é o tipo de livro que super cai bem para leitores adolescentes, principalmente jovens pretos, que podem acabar se identificando muito mais com os personagens. A questão da amizade também me pegou muito, porque é muito fofo ver até onde as pessoas podem chegar para ajudar as pessoas que amam de verdade. Além do mais, Nevasca toca muito em um ponto importantíssimo, que é o pertencimento. E convenhamos, nada é tão gostoso quanto um clichê de Natal fofinho né?

Título Original: Whiteout: A Novel 
Autoras: Angie Thomas, Ashley Woodfolk, Dhonielle Clayton, Nic Stone, Nicola Yoon e Tiffany D. Jackson
Páginas: 320 ✦ Tradução: Karine Ribeiro ✦ Editora: Seguinte
Livro recebido em parceria com a editora
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10 de maio de 2023

Rainha Charlotte, nova minissérie da Netflix, supera Bridgerton?


A minissérie derivada de Bridgerton, Rainha Charlotte, estreou a pouquíssimo tempo na Netflix e já é uma das séries mais assistidas na plataforma. Com seis episódios, narra a história da monarca interpretada por Golda Rosheuvel. É uma das personagens mais marcantes de Bridgerton, pois além de ser forte, decidida e empoderada, revolucionou a corte britânica ao se tornar a primeira rainha negra do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.

Nessa nova série, a personagem de Rosheuvel retorna com uma grande problemática: sua única neta faleceu e nenhums dos seus 13 filhos possui herdeiros, o que significa que sua linhagem está em risco. Enquanto tenta a todo custo fazer com que seus filhos se casem e tenham seus próprios filhos, acompanhamos, em outra linha do tempo, a história da chegada da jovem Charlotte (India Amarteifio), uma aristocrata alemã, à corte do rei George III (Corey Mylchreest), homem com quem vai se casar sem ao menos conhecer. 

A minissérie começa com Charlotte vendo seu irmão fechar o acordo para ela se casar com o rei George III. Apesar da pouca idade, ela não é idiota: a troco de que o rei procuraria uma noiva tão longe, em uma região praticamente desconhecida? Ela sente um incômodo no ar, mas depois do seu primeiro encontro com George, em um momento deveras desconcertante, Charlotte deixa suas desconfianças de lado. Mas é claro que realmente existira algo, não é mesmo? Afinal, estamos no universo Bridgerton, assistindo a uma produção de Shonda Rhimes, a própria rainha do drama. Então não demora muito para que a nova rainha descubra o segredo mais sombrio do rei, segredo este que pode colocar não só o casamento em risco, mas a Coroa também. 

Apesar da obra de Shonda Rhimes ser ficcional e ter inúmeras liberdades criativas, o rei George III realmente existiu e se casou com Sophie Charlotte de Mecklemburgo-Strelitz, que, segundo inúmeros historiadores, teria origem moura e, portanto, não seria branca. Dessa forma, o segredo do rei George III não é de fato um segredo, ao menos não para nós: fontes históricas confirmam que ele sofria de algum transtorno mental, ainda que não saibamos exatamente qual. Muitos acreditam que a instabilidade mental do rei foi resultado de um distúrbio hereditário chamado porfiria, enquanto que outros sugerem que ele sofria com transtorno bipolar. 

Assim, ao recriar o passado de Charlotte, Rhimes nos deu a possibilidade de compreender um pouco mais do relacionamento entre eles, as consequências do transtorno mental do rei nesse casamento e, acima de tudo, a transformação na alta sociedade do universo de Bridgerton. Para ajudar na construção da história, outras personagens conhecidas da série original aparecem em suas versões jovens: Lady Agatha Danbury (Arsema Thomas), Lady Violet Bridgerton (Connie Jenkins-Greig) e até mesmo o fiel escudeiro da rainha, Brimsley (Sam Clemmett).


Eu gostei demais da forma como a narrativa da série foi apresentada, mesclando passado e presente. O foco é trazer a origem da rainha Charlotte e sua história de amor, que foram maravilhosamente bem representadas, mas os momentos atuais trouxeram algo que, talvez, Bridgerton tenha deixado ligeiramente a desejar: um maior desenvolvimento de personagens como os que eu citei no parágrafo anterior. Na minha cabeça, muitos comportamentos, decisões e até mesmo a personalidade de Lady Danbury e Violet, por exemplo, ficaram imensamente mais claros com esse spin-off. Também é possível traçar um paralelo, visto que muitas coisas do presente tanto de Rainha Charlotte quanto de Bridgerton são justificadas à medida que narrativa do passado vai sendo destrinchada. 

Obviamente não vou mentir para vocês: minhas partes preferidas foram, de fato, as que mostraram o desenrolar do romance entre Charlotte e George. É linda demais, ao mesmo tempo em que é triste demais. Apesar de ser um casamento arranjado, algo que era muito comum para a época, podemos dizer que foi uma união bem sucedida. Diferentemente de Lady Danbury, que não amava o marido e foi prometida à ele com 3 anos de idade, Charlotte teve amor em seu casamento mesmo sendo fruto de um contrato. Ou seja, as dificuldades não estavam na ausência de amor, e sim em outras questões, como a doença do George, questão que foi extremamente bem retratada por Corey Mylchreest. 

Inclusive, a química entre o casal é maravilhosa. Acredito que o amor tenha sido construído aos poucos, mas desde o primeiro encontro é notável que eles sentem uma fagulha. Eu adoro como essas questões são mostradas em Bridgerton, e ver isso em Rainha Charlotte foi um acalento para o meu coração. George desejava tanto ser curado para ficar com Charlotte, tinha tanto medo de não ser aceito como era e de magoá-la de alguma forma, que se submeteu a tratamentos extremamente duvidosos para alcançar esse objetivo... Mas nesse caminho, que ele achava ser o certo, acabou se machucando e, consequentemente, machucando Charlotte. Tem inúmeras cenas emocionantes que retratam isso, mas a mais marcante para mim é quando a personagem questiona o rei se ele a ama, porque se existir amor, basta para que ela fique ao lado dele e o ajude a superar os momentos difíceis. 


Pensando no romance como um todo e lembrando das cenas do presente, não consigo deixar de pensar como deve ter sido difícil e solitária a vida da Charlotte. Ela é forte e decidida porque foi obrigada a ser forte e decidida desde muito nova, uma vez que precisava se manter firme para conseguir lidar com as instabilidades de George. Por consequência disso, ela se sente muito sozinha na maior parte do tempo, e essa solidão é de fato muito bem representada na série. Eu não consigo nem imaginar como é amar uma pessoa, saber que é amada, mas viver sabendo que esse amor, de uma certa forma, tem uma data de validade — em Bridgerton sabemos que algum acontecimento levou o rei a nunca mais voltar de uma de suas crises. 

É claro que Rainha Charlotte tem várias outras camadas, como o relacionamento entre Brimsley e Reynolds, o homem de confiança do rei; o papel das mulhere na sociedade e como, de certa forma, por mais que tivessem uma posição infinitamente menor, tudo só acontecia porque elas estavam agindo por debaixo dos panos; o peso da linhagem de Charlotte e George, justamente por ela ser a primeira rainha não-branca e, atrelado a isso, a representação do racismo na sociedade. 

Rainha Charlotte não é apenas um spin-off, sabem? Ao meu ver, não foram poupados esforços para contar essa história que, de verdade, foi representada de uma forma muito linda. Inclusive, tive oportunidade de ler o livro homônimo, uma parceria entre Shonda Rhimes e Julina Quinn, e foi um complemento maravilhoso, indico muito para quem assistiu e gostou. Mas a verdade é que não consigo dizer se Rainha Charlotte é melhor que Bridgerton... 

Gosto muito das duas produções, do fundo do coração. Porém, sinto que, por causa da doença de George e as consequências dela, e por causa da transformação da alta sociedade britânica, Rainha Charlotte acaba tendo um tom mais sério, mais importante. Essas questões, aliadas às tantas coisas que gostamos em Bridgerton que também estão presentes na minissérie, como a crescente nos relacionamentos, a sensualidade sob a perspectiva do feminino, o drama — nunca superarei a última cena dessa série, nunca — e um elenco de tirar o folêgo, fazem com que Rainha Charlotte possa agradar mais pessoas. 

3 de maio de 2023

Um verão italiano pode mudar tudo? Novo livro de Rebecca Serle traz reflexões sobre luto e autoconhecimento

Carol é uma mãe incrível para Katy. Faz comidas deliciosas, escolhe roupas para ela e seu marido, é uma decoradora de mão cheia e ótima amiga. Era a pessoa que tinha solução e resposta para tudo, mas que se foi e não ensinou a filha como viver sem ela. A pior parte nisso tudo é que as duas tinham feito planos de visitarem Positano na Itália, antes de tudo acontecer, e é assim que Katy parte sozinha para essa viagem.

Não somente ela sente falta de Carol, todos a sua volta estão inconsoláveis e isso a sufoca. De maneira muito egoísta Katy resolve se afastar. Afinal, era sua mãe, sua melhor amiga, sua alma gêmea. É claro que o sentimento dela é mais forte, mais importante. Então Positano foi o modo como ela achou para fugir de tudo que está ruindo, seu pai sozinho, Eric a esperando em casa, sua vida.

Mas para a surpresa de Katy, assim que chega no hotel Poseidon, já na Costa Amalfitana, ela vê Carol. Não sua mãe com aparência doente, como esteve nos últimos tempos, mas uma jovem que tem mais ou menos uns trinta anos, bronzeada e feliz. Ela sabe que é sua mãe, mas como isso é possível? Katy vê uma oportunidade de estar na cidade que a mãe tanto amava, com sua companhia.

Assim, a protagonista fica amiga de Carol e vai aprendendo muitas coisas com essa versão inexplorada da mulher, ainda livre e sem responsabilidades como mãe e esposa, uma versão diferente da pessoa que conviveu por tantos anos. Katy aprendeu receitas de família, notou que alguns hábitos sempre estiveram presentes, descobriu de onde veio o amor por Positano e decoração...

Ela também conhece Adam — um charmoso americano que está tentando comprar o hotel em que está hospedada e a encanta imediatamente —, Tony, Nika, Remo... Pessoas que a fazem repensar em tudo que já viveu até aqui, como é possível estar vivendo tudo isso ao mesmo tempo, e se vai mesmo voltar para casa, para Eric.

Um dos mais importantes desafios da vida é decidir a que se apegar e do que abrir mão. Não se engane acreditando que não sabe qual é qual. Siga seu coração, siga seu coração e ele levará você para casa — Rebecca Serle, pág. 263.

Apesar desse ser um livro sobre se encontrar, Um Verão Italiano é um livro também sobre luto. Sobre como as pessoas encaram isso de maneiras totalmente diferentes, mas que fazem sentido para cada um. Eu, por exemplo, achei Katy muito dependente da mãe e isso a torna meio babaca até, levando a protagonista a atos extremamente egoístas. Na visão de Katy ninguém sofre mais que ela nesse momento, nem o próprio pai que acaba de perder a esposa. Acho que isso foi o que mais me irritou, o modo descabido como ela enfrenta a situação.

Só que ao mesmo tempo eu entendi que isso é particular dela também. Com o passar dos dias em Positano, a própria Katy compreende que algumas coisas podem ter sido um exagero. E ela também enfrenta a mulher que a Carol foi antes da maternidade, com suas qualidades e defeitos, coisas que ela nem sabia que faziam parte da personalidade da mãe. Isso muda seu jeito de ver as coisas, mas até que isso acontece demora bastante e, por isso, não gostei tanto da protagonista. Dito isto, senti que a autora não conseguiu entregar com a profundidade merecida as questões sobre o luto, os relacionamentos, e até mesmo a jornada da Katy, justamente por causa de ações e escolhas da personagem.

Acredito que o ponto alto de Um Verão Italiano é a ambientação. Inclusive deu vontade de ir para Positano, já fiz até um roteirinho de viagem! A cidade parece mesmo muito bonita e mágica, e se você for lendo e vendo as fotos do lugares, com certeza vai entender o encanto que a Costa Amalfitana tem. Num geral achei um livro fácil de ler, não é um cinco estrelas, principalmente por causa do plot um tanto abrupto, mas certamente me marcou de uma forma gentil. 

Título Original: One Italian Summer ✦ Autor: Rebecca Serle
Páginas: 264 ✦ Tradução: Lígia Azevedo ✦ Editora: Paralela
Livro recebido em parceria com a editora

1 de maio de 2023

Top Comentarista: Maio 2023


Gente, estou em choque com o quanto o ano está passando rápido! Sinal de que as coisas vão bem, né? Já tinha falado antes, mas só para reforçar: as postagens aqui no Roendo Livros estão mais escassas e continuarão assim por mais um tempinho, até eu conseguir entregar meu TCC! Até que estou lendo bastante, só não estou conseguindo mesmo sentar e escrever os conteúdos com a qualidade que vocês merecem. Outra coisa, gostaria de dar as boas-vindas aos novos participantes do top comentarista, estou muito feliz com a presença e participação de vocês

Bora ao que interessa? As regrinhas vocês já sabem de cor, mas não custa relembrar: antes era obrigatório comentar em todas as postagens para não ser desclassificado do concurso, mas a partir de agora vocês serão sorteados a partir dos comentários. Isso significa que não é obrigatório comentar em todos os posts: cada comentário que vocês fizerem devem ser cadastrados no formulário do Rafflecopter, que só aceita uma entrada por dia — recomendo que vocês comentem e preencham o formulário sempre que sair post novo, já que quanto mais comentários cadastrados, maior a chance de ganhar. Todos os meses um comentário será sorteado pelo aplicativo.

Atenção: só preencha o formulário nos dias em que comentar no blog. Por exemplo, se em determinado mês tiverem 13 posts, o número máximo de entradas que cada participante pode ter no formulário é 13!

O prêmio é um vale de trinta reais na Amazon! Ah, as chances extras continuam: comentar nos posts do Instagram e tweetar sobre o top todos os dias em que tiver postagem nova por aqui, então aproveitem! Caso tenha restado alguma dúvida, podem me procurar nas redes sociais, tá bom?

Observações
- O período de validade desse top comentarista é de 01/05/2023 à 31/05/2023. Cada comentário que vocês fizerem devem ser cadastrados no formulário do Rafflecopter, que só aceita uma entrada por dia.
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