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25 de maio de 2016

A Coroa | Kiera Cass

Título Original: The Crown
Autora: Kiera Cass
Páginas: 310
Tradução: Cristian Clemente
Editora: Seguinte
Livro recebido em parceria com a editora
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A Coroa é o 5º volume da série distópica A Seleção. Dando sequência aos acontecimentos anteriores, neste livro iremos conhecer mais a família Schreave e o dia a dia do palácio, sede da monarquia de Illéa, o país distópico que corresponde a atual América do Norte.

A partir de A Herdeira, a narradora-personagem passa a ser Eadlyn, filha de America e Maxon Schreave, os atuais reis de Illéa. Com personalidade arrogante e prepotente, Eadlyn passa a ser a primeira na linha de sucessão do trono, mas também uma figura real bastante detestada pela grande massa. 

Na  tentativa de desconstruir tal desgosto pela futura rainha, a cúpula governamental decide que haverá uma Seleção para Eadlyn. Ou seja, haverá um reality show no qual o vencedor levará a coroa e o coração da princesa. O começo do concurso ocorre em A Herdeira, mas seu final, bem como o encerramento da série ocorrem em A Coroa.

Mas a verdade é que o amor é tanto destino como planejamento, tanto beleza quanto tragédia. 
 
Entretanto, não apenas de Eadlyn se forma este livro. Com a rainha America debilitada e o rei Maxon sofrendo pelo mal-estar de sua esposa, além do irmão Ahren ter ido atrás do seu grande amor na França, a princesa torna-se regente e passa a ser uma jovem mais sensata, centrada e amorosa. 

Esta guinada inesperada e proposital na conduta da protagonista torna a narrativa um tanto melosa e transfere boa parte da agitação para os Selecionados. Inclusive, será neste livro que ocorrerá o grande desenvolvimento dos rapazes participantes do concurso: foi alcançada a Elite. Assim, restam apenas seis competidores: Hale, o estilista que se tornou um amigo; Ean, que apesar de ser distante se apresenta o ótimo candidato para participar da realeza; Henri, o noruéco que não fala inglês, mas é encantador e sorridente; Kile, membro da família real que parece ser o mais apto para ser rei; Fox, gentil e consolador; Gunner, engraçado e decidido. 

Com uma menor quantidade de personagens e maior interação entre eles, a presença dos fatores externos aos muros do palácio retorna ao enredo. A presença da mídia interferindo na vida dos Selecionados e da princesa, bem como o debate de questões políticas nos diálogos, mostra que os outros elementos da história não foram esquecidos, ainda que estes fiquem em segundo plano juntamente com os antigos personagens, em busca da valorização do fim da Seleção de Eadlyn.

[...] guerras, tratados e até países, vão e vêm. Mas a sua vida é só sua, única e sagrada, e você deve passá-la com alguém que faz de cada segundo uma bênção.Baixei os olhos para examinar meu vestido. Senti o peso da coroa sobre a minha cabeça. Sim, a minha vida era única e sagrada, mas desde o instante em que nasci - meros sete minutos antes do meu irmão -, ela pertenceu a todos menos a mim. 

Além disso, o teor descritivo da narrativa em primeira pessoa pode ser comparado ao de um filme, bem como a cronologia dos fatos. Tal observação me fez refletir se a autora já não estaria escrevendo seus livros tornando-os mais fáceis de serem adaptados cinematograficamente. Outra observação que merece destaque é a indecisão da autora quanto a como seria o final. É notável que algumas cenas e diálogos mudam o rumo da história de uma forma que a própria autora não planejava, ou se planejava, não parece, pois a organização destes é um tanto sem coesão. 

O posicionamento de Kiera diante do gênero distópico sempre me deixou cética. Mas contestei, que desde A Herdeira que a autora já não desejava inserir tal caráter em seus livros. Não posso esconder meu descontentamento com isto, já que só dei oportunidade a série devido a presença das características distópicas. 

Apesar das mudanças internas, a diagramação, a qualidade da capa, da edição e dos cards de brinde permanecem iguais aos demais volumes da série. 

Sigo achando que A Herdeira e A Coroa poderiam ser apenas um spin-off curto, ou até mesmo um mais conto. Entretanto, confesso que me diverti e me emocionei bastante, que permaneço admiradora da escrita fluida de Kiera e assumo que provavelmente lerei seus livros novos que virão em breve. Mas assim como sou sincera em meus elogios, sou igualmente sensata ao dizer que o final foi previsível e que o último volume foi o que menos me prendeu. Assim mesmo digo que Kiera Cass com certeza tem um importante papel na literatura e seus livros não devem ser desvalorizados pelo final clichê: às vezes é a forma como este clichê é escrito que pode tornar a leitura prazerosa. 

4 comentários :

  1. Olá!

    Eu não sei se tenho muita vontade de ler essa continuação. Acho que gostei mais dos primeiros três livros mesmo. kk

    Beeijos

    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  2. Eu terminei de ler essa semana e confesso ainda nao ter superado. Desapontamento define bem o que senti, talvez porque tivesse muitas expectativas. No final das contas afirmo que a leitura so se tornou proveitosa por conta de America e Maxon, para mim eles sempre serão os destaques. Ainda assim, Kiera se destaca bastante por conta de seu jeito com a escrita.
    Beijos, Fer

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  3. Eu ainda não li nenhum dos livros! (preciso ler!!) mas vou opinar mesmo assim, acredito que quando prologam demais a história ela pode ficar cansativa tanto pra quem a escrever quando para quem está lendo, porque pelo que vamos ver no ultimo livro é quase o que acontece nos primeiros.. Só invertendo os papeis! Espero gostar da Leitura quando inciá-la.
    Gostei bastante da sua resenha e de sua sinceridade em relação ao os livros.
    Um beijo.

    Blog Rascunhos da Lyh

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  4. Olá!
    Confesso que a autora não me atrai e seus livros também não. Sei que muitos leitores adoram, mas não caiu no meu gosto. Sua resenha ficou ótima e que bom que vc gosta da autora!
    http://colecionandoromances.blogspot.com.br/

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