31 de outubro de 2023
Livros infantis que vocês precisam conhecer
28 de outubro de 2023
Uma Tragédia Familiar, de M. T. Edvardsson: um thriller que fisga pelo enredo, mas com um final que deixa a desejar
Karla é uma universitária, bastante humilde, que luta muito para se sustentar longe da mãe, por isso aceita prontamente a vaga. A antiga faxineira largou o trabalho abruptamente, sem maiores explicações. Mas a casa, apesar de enorme, é meticulosamente limpa, o que faz o trabalho ser fácil, além do pagamento ser bom. Isso tudo faz com que a moça preste atenção nos Rytter, e logo ela percebe que alguma coisa muito estranha acontece ali.
Quando Regina e Steven são encontrados mortos dentro da mansão, a faxineira e estudante Karla, o pai de família viúvo e desempregado Bill e a amante de Steven, Jennica, se tornam os principais suspeitos do crime. Será que algum deles seria capaz de cometer um assassinato? Uma coisa é certa, todos eles escondem segredos.
Uma Tragédia Familiar de M. T. Edvardsson foi meu primeiro livro de Literatura Sueca e confesso que não gostei tanto assim. Também foi um livro que me interessou no evento de lançamentos da Suma, mas encontrei dificuldade na leitura e vou tentar explicar a razão.
O livro vai intercalando entre Karla, Bill e Jennica para que possamos ter uma visão da vida dos três, seus traumas, o desenvolvimento deles e como se interligam. Isso eu achei bem legal, a trama vai se construindo aos poucos. Mesmo que a gente saiba desde o começo que os Rytter morrem, voltamos no tempo com os personagens para que as histórias sejam contadas e tenhamos um panorama maior.
No entanto, mesmo que eu tenha achado até bem escrita, a história vai se tornando arrastada e o final foi totalmente morno. Uma pena, pois o livro explora temas como abuso, violência e traumas familiares que poderiam ter sido mais bem desenvolvidos. Faltou um temperinho a mais, sabe?
Acredito que por ter muito contato com literatura de suspense, thriller e terror, essa leitura não tenha me prendido tanto. Não é um livro que vou manter na minha estante, mas acredito que pessoas que tenham menos contato com essas leituras possam se interessar e até ser uma boa porta de entrada para o gênero.
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22 de outubro de 2023
M de Monstra, de Talia Dutton: uma história sobre ciência, luto e o peso das expectativas
A Dra. Frances e a Dra. Maura são duas irmãs cientistas que são melhores amigas, vivem juntas e são apaixonadas pelo seu trabalho. Um dia, um dos experimentos das irmãs não sai como o previsto e Maura acaba morrendo neste trágico acidente. Frances consegue trazer a irmã mais nova de volta dos mortos, ou assim ela pensa. Quem ocupa o corpo dela é uma criatura totalmente diferente de Maura, que não tem lembrança alguma da vida que a cientista levava.
Assim, a criatura passa a se chamar de M e tenta de todas as formas agradar Frances, fingindo ser sua irmã mais nova com amnésia, pois não quer desaparecer. Frances, por outro lado, decide que se M não conseguir se lembrar de sua vida e de seu trabalho, não existe motivo para deixá-la viva.
Então acompanhamos M tentando desesperadamente superar essa situação e viver. Vemos ela descobrindo uma ligação com Maura, seu desenvolvimento pessoal, seus gostos diferentes e sua força de vontade. M vai conseguir assumir a identidade de Maura ou irá sumir para sempre? E quais as consequências de se viver uma vida que não é sua, que não te pertece?
O que eu mais gostei nessa HQ foi justamente essas pequenas metáforas que a autora deixa com o decorrer das páginas, e que trazem muitas mensagens. O que acontece quando não nos sentimos amados pelo que somos? Quando não somos capazes de aceitar a perda? Quando não conseguimos abandonar o passado e seguir em frente? Os conflitos em torno dessas questões são bastante tensos e muito bem desenvolvidos.
Acho que a única coisa que pode desagradar um pouco é a personalidade de Frances no início da narrativa. Às vezes tinha a sensação que ela não sentia falta necessariamente da irmã, e sim de como as coisas eram quando a irmã estava viva. Com o passar do tempo, é fácil perceber que esses comportamentos fazem parte do processo do luto, e começamos a aceitá-la melhor. Isso diz muito também sobre as expectativas dela em relação à M.
Tinha tudo para ser uma história assustadora de terror, mas Dutton nos conduz por outros caminhos, muito mais emocionantes e sensíveis. Com certeza essa é uma ótima leitura e bem rapidinha, que tem a maior chance de conquistar novos e velhos leitores. Como disse, as ilustrações são lindas e o texto é bom, o que contribui para a fluidez. Indicação mais do que especial para esse mês de Halloween 🖤🎃
19 de outubro de 2023
A Vida Compartilhada em Uma Admirável Órbita Fechada, de Becky Chambers, o segundo volume da Saga Wayfarers
A Vida Compartilhada em Uma Admirável Órbita Fechada é a continuação independente de A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil. Ambos os livros fazem parte de uma série de ficção científica criada pela autora Becky Chambers. As obras podem ser lidas separadamente, uma vez que têm arcos bem fechados, mas eu indico fortemente que sejam lidas em ordem de lançamento e logo mais vocês vão entender o porquê.
Leiam também:
✦ Resenha: A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil
Eu li A Longa Viagem em 2021, e foi uma história que me surpreendeu bastante pela forma como a autora construiu seus personagens e as relações entre eles. Em A Vida Compartilhada, tive certeza que a vibe da Becky Chambers é realmente abordar questões sociais, e ela faz isso de uma maneira muito bonita e convincente. Diferentemente do primeiro, em que os personagens tinham que resolver alguns conflitos externos além de lidarem com suas próprias existências, nesse volume, temos uma trama muito mais pacata, que gira em torno de duas protagonistas, Lovelace e Sálvia.
Esse é o principal motivo de eu recomendar que vocês leiam os livros em ordem. Conhecemos Sálvia e Lovelace de A Longa Viagem, e os acontecimentos finais desse volume são cruciais para que a gente entenda as motivações dessas duas protagonistas em A Vida Compartilhada. Resumidamente, para não entregar muito do enredo, Lovelace é uma inteligência artificial (IA) que atuava no núcleo de uma nave, a Andarilha. Eu não vou dizer exatamente o que acontece, mas saibam que é tiro, porrada e bomba, e Lovelace precisa — e escolhe — ser transferida para um kit corporal.
Lovelace, que a partir de determinado momento passa a se chamar Sidra, está acompanhada da Sálvia, uma humana geneticamente modificada que vai tentar fazer essa experiência ser o menos terrível possível para ambas. Vale destacar que colocar o núcelo de uma IA em um corpo que imita o humano é ilegal e elas não podem ser pegas. Dessa forma, Sálvia e seu companheiro Azul vão tentar fazer com que Sidra se adapte à sociedade.
De modo geral, eu gostei muito mais de A Vida Compartilhada do que de A Longa Viagem. Como eu disse anteriormente, não há grandes acontecimentos na trama, mas acredito que esse seja o diferencial dela. Imaginem só uma história ser tão boa a ponto de se sustentar sem grandes conflitos? E isso só acontece porque é muito fácil se conectar com essas protagonistas — o que é muito "engraçado" se levarmos em conta que uma delas é uma máquina.
O ponto alto do livro, para mim, é o estilo da narrativa, que alterna presente e passado. No presente, acompanhamos essa adaptação da Sidra, que não se sente à vontade dentro desse corpo humano, mas que não tem muita escolha a não ser permanecer nele. É muito interessante, porque ela é uma IA, mas com consciência e sentimentos, digamos assim, e que está buscando pertencimento dentro dessa sociedade tão diferente dela. No arco do passado, por outro lado, tivemos a oportunidade de conhecer as origens de Sálvia, antes de ela se tornar o que é no presente.
Foi aí, meus amigos, que eu soube que iria amar A Vida Compartilhada. É sob esse ponto de vista que entendemos o porquê de Sálvia ser geneticamente modificada e, principalmente, o porquê de ser tão importante para ela ajudar Sidra. Gostei muito que história dela é contada em uma crescente dentro do livro, já que acompanhamos essa trajetória por muitos anos, até coincidir com o momento atual. Eu amava as partes sob o ponto de vista de Sidra, mas ansiava ainda mais por conhecer a história da Sálvia.
O mais incrível da Becky Chambers, tanto em A Longa Viagem, mas sobretudo em A Vida Compartilhada, é que ela consegue levar para os personagens dela dilemas que nós vivemos diariamente a partir de uma jornada de amadurecimento. O mais doido de tudo é que a autora escolhe justamente uma IA para nos mostrar isso, algo que é totalmente fora do nosso Universo e, evidentemente, muito fora da nossa realidade.
A Vida Compartilhada conversou muito mais comigo que A Longa Viagem justamente por ter menos elementos e, consequentemente, mais espaço para desenvolver cada um deles. Emocionalmente falando, é uma história muito mais carregada, e grande parte disso se dá por falar majoritariamente sobre pertencimento. De certa forma, é como se eu tivesse me encontrado um pouquinho também. Indico demais e não vejo a hora de finalizar a Saga Wayfarers!
14 de outubro de 2023
Resumo Trimestral: Julho, Agosto & Setembro 2023
12 de outubro de 2023
Uma história de amor e de dor: O Clube da Meia-Noite, de Christopher Pike, não é um livro de terror
Christopher Pike é na verdade o pseudônimo de Kevin Christopher McFadden. Por muito tempo ele escrevia romances adultos que não tinham tanto sucesso, mas seguindo o conselho de seu editor e seus amigos, ele transformou uma dessas histórias em um romance adolescente. É assim que O Clube da Meia-Noite surgiu e se tornou um sucesso.
A série da Netflix é de terror, mas o livro não. E essa foi a primeira coisa que se destacou para mim. Eu já sabia que uma coisa não seria igual a outra e na verdade fico bem feliz por isso. O livro é um drama, daqueles bem tristes e bonitos que fazem a gente pensar por horas.
Nós acompanhamos a vida (ou o fim dela) de adolescentes que se mudam para a Rotterham Home, uma casa muito bonita e bem cuidada, que trata paliativamente pacientes jovens com doenças terminais. Lá Ilonka, a protagonista, faz amigos e cria laços profundos. Conforme essas amizades foram criadas, nasceu também o clube da meia-noite, onde Ilonka, Kevin, Spence, Sandra e Anya se revezavam contando histórias uns aos outros. Não só de terror, mas qualquer tipo de histórias que eles conseguissem pensar. Verdadeiras ou inventadas, não importa — desde que eles se reúnam todos os dias que lhes resta.
Uma noite, no meio de uma história, Spence sugere que o primeiro a morrer faça esforços para contatar os outros, para saber que a pessoa ainda estava bem. E quando um deles morre, a busca pelos sinais do outro lado começam.
— É uma pena que o primeiro de nós a ir não possa voltar e nos contar como é.Sandra fez uma careta.— Essa é uma ideia horrível.
Como eu disse, essa é uma história triste e bonita. Você sabe que os personagens apresentados vão morrer, mas se apega à eles e pensa com positividade para que nada de ruim aconteça. Isso acontece também com Ilonka, que continua com esperança de que seus amigos se curem e que ela mesma possa sair dali e viver plenamente. Ela nunca beijou alguém, nunca fez amor com alguém. Não viveu uma porção de coisas que gostaria e isso aflige muito tanto ela, quanto o leitor. Ao mesmo tempo que vemos a perseverança de Ilonka, vemos o quanto sua saúde piora e como não tem escapatória. Um por um eles se vão e um pedacinho do nosso coração se vai também
— Sei que o Kevin está em cada uma das suas histórias sobre vidas passadas. Acho que ele também sabe [...] Bons sonhos minha querida — Anya disse suavemente.
Recomendo muito a leitura desse livro. É uma leitura que te faz refletir bastante sobre muitos assuntos profundos ou até mesmo superficiais, que te faz apreciar um pouquinho mais o dia a dia. Eu também vou recomendar a série que é excelente, mas já aviso que tem muitos sustos (e mesmo assim é maravilhosa). Se vocês quiserem posso voltar aqui e explicar algumas das maiores diferenças entre os dois, nunca vou me cansar de revisitar essa(s) história(s).
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5 de outubro de 2023
Dinastia Americana, de Tracey Livesay, um romance inspirado na realeza britânica
3 de outubro de 2023
Top Comentarista: Outubro 2023
Observações- O período de validade desse top comentarista é de 01/10/2023 à 31/10/2023. Cada comentário que vocês fizerem devem ser cadastrados no formulário do Rafflecopter, que só aceita uma entrada por dia.- Não serão computados comentários genéricos, só aqueles que exprimem a opinião do leitor e mostram que ele realmente leu o post. Comentários plagiados de outras plataformas (lembrem-se que plágio é crime) ou que se repetem em outros blogs não serão considerados. Comentários do tipo serão excluídos sem aviso prévio e o participante será automaticamente desclassificado;- É permitido apenas um comentário por post;- É obrigatório seguir o Roendo Livros via GFC e seguir o perfil @anadoroendo no Instagram para validar a participação;- A entrada "tweet about de giveaway" só será válida se a pessoa estiver seguindo o Twitter informado (@anadoroendo);- Após o término do top, o Roendo Livros tem até 15 dias para divulgar o resultado;- O ganhador tem 48h para responder o e-mail com os dados de envio, caso contrário o sorteio será refeito. O livro escolhido (na faixa de preço estabelecida) deverá ser informado no corpo do e-mail;- Após feito o contato, o prêmio será enviado dentro de até 60 dias úteis;- Para o livro ser enviado, é necessário que o ganhador passe o número do CPF para a Ana, já que agora os Correios solicitam uma declaração de conteúdo (saiba mais aqui) Só participe do sorteio se estiver de acordo;- O Roendo Livros não se responsabiliza por extravio ou atraso na entrega dos Correios, bem como danos causados no livro. Assim como não se responsabiliza por entrega não efetuada por motivos de endereço incorreto, fornecido pelo próprio ganhador, e ausência de recebedor. O livro não será enviado novamente;- O Roendo Livros se reserva o direito de dirimir questões não previstas neste regulamento.- Este concurso é de caráter recreativo/cultural, conforme item II do artigo 3º da Lei 5.768 de 20/12/71 e dispensa autorização do Ministério da Fazenda e da Justiça, não está vinculada à compra e/ou aquisição de produtos e serviços e a participação é gratuita.