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31 de outubro de 2023

Livros infantis que vocês precisam conhecer


Recebi recentemente do #TimedaIntrín o novo livro do Neil Gaiman, Kanela, uma história infantil que conta narra a amizade entre uma princesa cega e um tigre. Me deu uma nostalgia grande demais, porque eu amava esse tipo de livrinho quando criança e, confesso, gosto até hoje. Fui dar uma olhada na minha estante e resolvi mostrar pra vocês os meus livros infantis preferidos, para ajudar, inclusive, no repertório de leitura com crianças que vocês tenham contato!


Obviamente a primeira indicação é Kanela. O autor é muito reconhecido por suas outras obras, como Coraline, que também tem uma pegada infantil. Nesse livro, em parceria com a ilustradora Divya Srinivasan, Gaiman narra a história de uma princesa cega que nunca proferiu uma palavra sequer, e sua amizade improvável com um tigre. Eu gosto muito do Neil Gaiman porque ele sempre fala nas entrelinhas, sabe? A gente que tem que tirar uma moral nas histórias e isso é muito divertido. Acontece também em Kanela, por isso acredito que é um bom livro para trabalhar a craitivade das crianças. Para mim, esse livro é sobre o nosso papel no mundo...


O Touro Ferdinando é um dos meus livros infantis preferidos da Intrínseca. Primeiro por causa da história dele: escrito em 1930, chegou a ser proibido em alguns países adeptos ao fascismo por ser considerado "pacifista demais". Segundo porque, ao criar um touro que não gosta de brigar e sim de sentir o perfume de flores preferidas, Munro Leaf mostra com muita sensibilidade que não precisamos ser aquilo que os outros querem que a gente seja


Esse livrinho é perfeito para os fãs do lado escuro da força! A Princesinha de Vader é uma história muito divertida que mostra como seria se Darth Vader tivesse cumprido seu papel de pai. Nesse, em específico, o personagem tem que lidar com as dores e as delícias de ser pai de menina. Tem várias referências aos filmes, mescladas com situações do dia a dia, o que deixa tudo muito mais engraçado.


Apesar de Tudo é pequeno e simples, mas deixa a gente com aquela sensação de coração quentinho. Fala sobre o sentimento da solidão, mas aquela solidão que sentimos mesmo estando rodeados de gente... E sobre a paz de encontrar alguém que nos entende, aquela pessoa que queremos dividir todos os nossos dias, sabem? Muito fofo, ainda mais porque os personagens são pinguins, e dizem por aí que os pinguins são casais duradouros e criam seus filhotes juntos. 

Outros livros infantis para vocês ficarem de olho


Amoras, Emicida
Malala e Seu Lápis Mágico, Malala Yousafzai
Enquanto Ana Espera, Fernanda Witwytzky

Sempre que falo sobre livros infantis no Roendo Livros, gosto de frisar da importância da leitura para as crianças: estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, aprimora a capacidade interpretativa e criativa... E quando incentivada desde cedo, os impactos positivos são muito maiores. Leitura vem de berço, gente! Bora ler com nossas crianças!

28 de outubro de 2023

Uma Tragédia Familiar, de M. T. Edvardsson: um thriller que fisga pelo enredo, mas com um final que deixa a desejar


Regina e Steven Rytter são um casal abastado e moram numa mansão imensa. Aparentemente a relação dos dois é bem boa e eles têm a vida perfeita. Regina infelizmente tem uma doença desconhecida que a deixa bastante debilitada, enquanto o marido é um médico carismático e sedutor. Por causa de sua doença, a mulher passar bastante tempo em casa sob efeito de remédios, então Steven contrata uma nova faxineira, Karla, para fazer a limpeza e cuidar da residência dos Rytter.

Karla é uma universitária, bastante humilde, que luta muito para se sustentar longe da mãe, por isso aceita prontamente a vaga. A antiga faxineira largou o trabalho abruptamente, sem maiores explicações. Mas a casa, apesar de enorme, é meticulosamente limpa, o que faz o trabalho ser fácil, além do pagamento ser bom. Isso tudo faz com que a moça preste atenção nos Rytter, e logo ela percebe que alguma coisa muito estranha acontece ali.

Quando Regina e Steven são encontrados mortos dentro da mansão, a faxineira e estudante Karla, o pai de família viúvo e desempregado Bill e a amante de Steven, Jennica, se tornam os principais suspeitos do crime. Será que algum deles seria capaz de cometer um assassinato? Uma coisa é certa, todos eles escondem segredos.

Uma Tragédia Familiar de M. T. Edvardsson foi meu primeiro livro de Literatura Sueca e confesso que não gostei tanto assim. Também foi um livro que me interessou no evento de lançamentos da Suma, mas encontrei dificuldade na leitura e vou tentar explicar a razão. 

O livro vai intercalando entre Karla, Bill e Jennica para que possamos ter uma visão da vida dos três, seus traumas, o desenvolvimento deles e como se interligam. Isso eu achei bem legal, a trama vai se construindo aos poucos. Mesmo que a gente saiba desde o começo que os Rytter morrem, voltamos no tempo com os personagens para que as histórias sejam contadas e tenhamos um panorama maior.

No entanto, mesmo que eu tenha achado até bem escrita, a história vai se tornando arrastada e o final foi totalmente morno. Uma pena, pois o livro explora temas como abuso, violência e traumas familiares que poderiam ter sido mais bem desenvolvidos. Faltou um temperinho a mais, sabe?

Acredito que por ter muito contato com literatura de suspense, thriller e terror, essa leitura não tenha me prendido tanto. Não é um livro que vou manter na minha estante, mas acredito que pessoas que tenham menos contato com essas leituras possam se interessar e até ser uma boa porta de entrada para o gênero.

Título Original: Em Familjetragedi ✦ Autor: M. T. Edvardsson
Páginas: 304 ✦ Tradução: Natalie Gerhardt ✦ Editora: Suma
Livro recebido em parceria com a editora
Ajude o blog comprando o livro através do nosso link!

22 de outubro de 2023

M de Monstra, de Talia Dutton: uma história sobre ciência, luto e o peso das expectativas


Não costumo trazer resenhas de quadrinhos por não ser algo que eu leio muito, mas M de Monstra, de Talia Dutton, chamou minha atenção no evento de lançamentos da Suma assim que vi a capa. Esse é o quadrinho de estreia da autora, é inspirado em Frankenstein e ainda trata de temas sensíveis de uma maneira diferente, através de ilustrações e textos lindos.

A Dra. Frances e a Dra. Maura são duas irmãs cientistas que são melhores amigas, vivem juntas e são apaixonadas pelo seu trabalho. Um dia, um dos experimentos das irmãs não sai como o previsto e Maura acaba morrendo neste trágico acidente. Frances consegue trazer a irmã mais nova de volta dos mortos, ou assim ela pensa. Quem ocupa o corpo dela é uma criatura totalmente diferente de Maura, que não tem lembrança alguma da vida que a cientista levava.

Assim, a criatura passa a se chamar de M e tenta de todas as formas agradar Frances, fingindo ser sua irmã mais nova com amnésia, pois não quer desaparecer. Frances, por outro lado, decide que se M não conseguir se lembrar de sua vida e de seu trabalho, não existe motivo para deixá-la viva.

Então acompanhamos M tentando desesperadamente superar essa situação e viver. Vemos ela descobrindo uma ligação com Maura, seu desenvolvimento pessoal, seus gostos diferentes e sua força de vontade. M vai conseguir assumir a identidade de Maura ou irá sumir para sempre? E quais as consequências de se viver uma vida que não é sua, que não te pertece? 

O que eu mais gostei nessa HQ foi justamente essas pequenas metáforas que a autora deixa com o decorrer das páginas, e que trazem muitas mensagens. O que acontece quando não nos sentimos amados pelo que somos? Quando não somos capazes de aceitar a perda? Quando não conseguimos abandonar o passado e seguir em frente? Os conflitos em torno dessas questões são bastante tensos e muito bem desenvolvidos. 

Acho que a única coisa que pode desagradar um pouco é a personalidade de Frances no início da narrativa. Às vezes tinha a sensação que ela não sentia falta necessariamente da irmã, e sim de como as coisas eram quando a irmã estava viva. Com o passar do tempo, é fácil perceber que esses comportamentos fazem parte do processo do luto, e começamos a aceitá-la melhor. Isso diz muito também sobre as expectativas dela em relação à M. 

Tinha tudo para ser uma história assustadora de terror, mas Dutton nos conduz por outros caminhos, muito mais emocionantes e sensíveis. Com certeza essa é uma ótima leitura e bem rapidinha, que tem a maior chance de conquistar novos e velhos leitores. Como disse, as ilustrações são lindas e o texto é bom, o que contribui para a fluidez. Indicação mais do que especial para esse mês de Halloween 🖤🎃

Título Original: M Is for Monster ✦ Autora: Talia Dutton
Páginas: 224 ✦ Tradução: Helen Pandolfi ✦ Editora: Suma
Livro recebido em parceria com a editora

19 de outubro de 2023

A Vida Compartilhada em Uma Admirável Órbita Fechada, de Becky Chambers, o segundo volume da Saga Wayfarers

A Vida Compartilhada em Uma Admirável Órbita Fechada é a continuação independente de A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil. Ambos os livros fazem parte de uma série de ficção científica criada pela autora Becky Chambers. As obras podem ser lidas separadamente, uma vez que têm arcos bem fechados, mas eu indico fortemente que sejam lidas em ordem de lançamento e logo mais vocês vão entender o porquê. 

Leiam também:
Resenha: A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil

Eu li A Longa Viagem em 2021, e foi uma história que me surpreendeu bastante pela forma como a autora construiu seus personagens e as relações entre eles. Em A Vida Compartilhada, tive certeza que a vibe da Becky Chambers é realmente abordar questões sociais, e ela faz isso de uma maneira muito bonita e convincente. Diferentemente do primeiro, em que os personagens tinham que resolver alguns conflitos externos além de lidarem com suas próprias existências, nesse volume, temos uma trama muito mais pacata, que gira em torno de duas protagonistas, Lovelace e Sálvia. 

Esse é o principal motivo de eu recomendar que vocês leiam os livros em ordem. Conhecemos Sálvia e Lovelace de A Longa Viagem, e os acontecimentos finais desse volume são cruciais para que a gente entenda as motivações dessas duas protagonistas em A Vida Compartilhada. Resumidamente, para não entregar muito do enredo, Lovelace é uma inteligência artificial (IA) que atuava no núcleo de uma nave, a Andarilha. Eu não vou dizer exatamente o que acontece, mas saibam que é tiro, porrada e bomba, e Lovelace precisa — e escolhe — ser transferida para um kit corporal. 

Lovelace, que a partir de determinado momento passa a se chamar Sidra, está acompanhada da Sálvia, uma humana geneticamente modificada que vai tentar fazer essa experiência ser o menos terrível possível para ambas. Vale destacar que colocar o núcelo de uma IA em um corpo que imita o humano é ilegal e elas não podem ser pegas. Dessa forma, Sálvia e seu companheiro Azul vão tentar fazer com que Sidra se adapte à sociedade. 

De modo geral, eu gostei muito mais de A Vida Compartilhada do que de A Longa Viagem. Como eu disse anteriormente, não há grandes acontecimentos na trama, mas acredito que esse seja o diferencial dela. Imaginem só uma história ser tão boa a ponto de se sustentar sem grandes conflitos? E isso só acontece porque é muito fácil se conectar com essas protagonistas — o que é muito "engraçado" se levarmos em conta que uma delas é uma máquina. 

O ponto alto do livro, para mim, é o estilo da narrativa, que alterna presente e passado. No presente, acompanhamos essa adaptação da Sidra, que não se sente à vontade dentro desse corpo humano, mas que não tem muita escolha a não ser permanecer nele. É muito interessante, porque ela é uma IA, mas com consciência e sentimentos, digamos assim, e que está buscando pertencimento dentro dessa sociedade tão diferente dela. No arco do passado, por outro lado, tivemos a oportunidade de conhecer as origens de Sálvia, antes de ela se tornar o que é no presente. 

Foi aí, meus amigos, que eu soube que iria amar A Vida Compartilhada. É sob esse ponto de vista que entendemos o porquê de Sálvia ser geneticamente modificada e, principalmente, o porquê de ser tão importante para ela ajudar Sidra. Gostei muito que história dela é contada em uma crescente dentro do livro, já que acompanhamos essa trajetória por muitos anos, até coincidir com o momento atual. Eu amava as partes sob o ponto de vista de Sidra, mas ansiava ainda mais por conhecer a história da Sálvia.

O mais incrível da Becky Chambers, tanto em A Longa Viagem, mas sobretudo em A Vida Compartilhada, é que ela consegue levar para os personagens dela dilemas que nós vivemos diariamente a partir de uma jornada de amadurecimento. O mais doido de tudo é que a autora escolhe justamente uma IA para nos mostrar isso, algo que é totalmente fora do nosso Universo e, evidentemente, muito fora da nossa realidade. 

A Vida Compartilhada conversou muito mais comigo que A Longa Viagem justamente por ter menos elementos e, consequentemente, mais espaço para desenvolver cada um deles. Emocionalmente falando, é uma história muito mais carregada, e grande parte disso se dá por falar majoritariamente sobre pertencimento. De certa forma, é como se eu tivesse me encontrado um pouquinho também. Indico demais e não vejo a hora de finalizar a Saga Wayfarers!

Título Original: A Closed and Common Orbit ✦ Autora: Becky Chambers 
 Páginas: 336 ✦ Tradução: Flora Pinheiro ✦ Editora: DarkSide Books
Livro recebido em parceria com a editora

14 de outubro de 2023

Resumo Trimestral: Julho, Agosto & Setembro 2023


Eu amo demais fazer posts de retrospectiva literária, mesmo quando as leituras não andam muito bem... Não que eu possa reclamar muito, porque tô lendo bem mais do meu tempo me permite, se for levar em consideração a quantidade de coisas que tenho pra fazer. Enfim, como vocês bem sabem, finalmente consegui apresentar meu TCC e me formar na Engenharia Geológica. Agora é foco total no mestrado e, é claro, nas leituras. Ainda estou tentando voltar com o hábito, mas, pra ser sincera, tem sido bem difícil, porque tô extremamente exausta. Vocês têm alguma dica para me dar?

Leiam também:

Acho que esse período foi o mais conturbado até agora em relação às leituras e ao blog. Eu apresentei meu TCC no finalzinho de julho, então durante o mês inteiro eu não fiz outra coisa a não ser finalizar o trabalho e tentar não enlouquecer. Gente, é um inferninho né? Parece que nunca tá bom, misericórdia. Assim, durante o teceiro trimestre desse ano, eu li 12 obras: 01 em julho, 05 em agosto e 06 em setembro, totalizando 3185 páginas. Fiquei feliz porque gostei de absolutamente tudo que li, e me apaixonei perdidamente — pra variar — por mais uma obra da Ali Hazelwood. 


Eu sei que os livros da Ali Hazelwood são bem parecidos, mas Amor, Teoricamente é o melhor dentre todos, até agora. Adorei que ela colocou um processo seletivo acadêmico super realista na história, me pegou demais! E o casal com certeza é muito superior, a química entre eles, meu Deus... E é slow burn, que eu amo! Também adorei demais Pimenta & Mel, o enredo é maravilhoso e a tradução brasileira é uma das melhores que já tive o prazer de ler.

Várias resenhas dos títulos acima já foram publicadas, seja no blog ou em alguma das minhas redes sociais. Costumo comentar bastante sobre minhas leituras no Instagram e no Twitter!

Leiam as resenhas:

Como vocês sabem, nem só das minhas leituras vive o Roendo Livros. Não deixem de conferir os posts das meninas, que tão aqui todo dia me salvando. Acho que se elas não estivessem comigo, o blog já tinha morrido há séculos!

Myla:

Priscila:

Trimestre passado convidei o Ali, do blog Eita Já Li para falar sobre o livro O Primeiro a Morrer no Final, não deixem de conferir! Também indico fortemente que vocês leiam meus textos sobre as adaptações de Heartstopper e Vermelho, Branco e Sangue Azul. Modéstia à parte, ficaram muito bons e acho que consegui mostrar para vocês meus sentimentos por essas histórias. 

Obrigada por me acompanharem e aguardo vocês no próximo resumo trimestral! 💖✨

12 de outubro de 2023

Uma história de amor e de dor: O Clube da Meia-Noite, de Christopher Pike, não é um livro de terror


Essa foi mais uma história que veio pra minha vida por causa da série adaptada de mesmo nome. Como amo o trabalho do diretor Mike Flanagan, já sabia que ia gostar de O Clube da Meia-Noite assim que foi anunciado e não me enganei. A série é ótima e foi uma das únicas coisas que me fez pular e gritar de susto em anos. Foi pesquisando mais sobre que descobri que na verdade, existe um livro do Christopher Pike que deu origem a ela.

Christopher Pike é na verdade o pseudônimo de Kevin Christopher McFadden. Por muito tempo ele escrevia romances adultos que não tinham tanto sucesso, mas seguindo o conselho de seu editor e seus amigos, ele transformou uma dessas histórias em um romance adolescente. É assim que O Clube da Meia-Noite surgiu e se tornou um sucesso.

A série da Netflix é de terror, mas o livro não. E essa foi a primeira coisa que se destacou para mim. Eu já sabia que uma coisa não seria igual a outra e na verdade fico bem feliz por isso. O livro é um drama, daqueles bem tristes e bonitos que fazem a gente pensar por horas.

Nós acompanhamos a vida (ou o fim dela) de adolescentes que se mudam para a Rotterham Home, uma casa muito bonita e bem cuidada, que trata paliativamente pacientes jovens com doenças terminais. Lá Ilonka, a protagonista, faz amigos e cria laços profundos. Conforme essas amizades foram criadas, nasceu também o clube da meia-noite, onde Ilonka, Kevin, Spence, Sandra e Anya se revezavam contando histórias uns aos outros. Não só de terror, mas qualquer tipo de histórias que eles conseguissem pensar. Verdadeiras ou inventadas, não importa — desde que eles se reúnam todos os dias que lhes resta.

Uma noite, no meio de uma história, Spence sugere que o primeiro a morrer faça esforços para contatar os outros, para saber que a pessoa ainda estava bem. E quando um deles morre, a busca pelos sinais do outro lado começam.

— É uma pena que o primeiro de nós a ir não possa voltar e nos contar como é.
Sandra fez uma careta.
— Essa é uma ideia horrível.

Como eu disse, essa é uma história triste e bonita. Você sabe que os personagens apresentados vão morrer, mas se apega à eles e pensa com positividade para que nada de ruim aconteça. Isso acontece também com Ilonka, que continua com esperança de que seus amigos se curem e que ela mesma possa sair dali e viver plenamente. Ela nunca beijou alguém, nunca fez amor com alguém. Não viveu uma porção de coisas que gostaria e isso aflige muito tanto ela, quanto o leitor. Ao mesmo tempo que vemos a perseverança de Ilonka, vemos o quanto sua saúde piora e como não tem escapatória. Um por um eles se vão e um pedacinho do nosso coração se vai também

— Sei que o Kevin está em cada uma das suas histórias sobre vidas passadas. Acho que ele também sabe [...] Bons sonhos minha querida — Anya disse suavemente.

Recomendo muito a leitura desse livro. É uma leitura que te faz refletir bastante sobre muitos assuntos profundos ou até mesmo superficiais, que te faz apreciar um pouquinho mais o dia a dia. Eu também vou recomendar a série que é excelente, mas já aviso que tem muitos sustos (e mesmo assim é maravilhosa). Se vocês quiserem posso voltar aqui e explicar algumas das maiores diferenças entre os dois, nunca vou me cansar de revisitar essa(s) história(s).

Título Original: The Midnight Club ✦ Autor: Christopher Pike
Páginas: 192 ✦ Tradução: Tully B. Ehlers de Oliveira  ✦ Editora: Principis
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5 de outubro de 2023

Dinastia Americana, de Tracey Livesay, um romance inspirado na realeza britânica

Vou contar uma verdade para vocês: ignorei completamente o lançamento de Dinastia Americana porque achei essa capa feia demais. Sim, eu sei que é ridículo da minha parte julgar um livro pela capa, mas foi muito inevitável. Foi só quando o pessoal começou a falar bem dele no grupo do #TimedaIntrín no WhatsApp que me interessei verdadeiramente. E cá para nós, vou ter que concordar com meus colegas que essa obra é muito injustiçada! Do fundo do meu coração, acho que é essa capa que afasta os leitores, pelo amor de Deus.

Brincadeiras à parte, em Dinastia Americana conhecemos a rapper norte-americana Danielle Nelson, mais conhecida como Duquesa. Além de cantora, ela é empresária, e tem uma marca de skincare muito promissora focada em produtos para pele negra. A marca faz tanto sucesso que Dani está prestes a assinar um contrato milionário com uma companhia de cosméticos mundialmente conhecida... Mas um "incidente" com uma estrela pop em ascensão acaba prejudicando esse acordo. 

É aí que conhecemos o Príncipe Jameson da Inglaterra. Até então, Jameson sempre preferiu viver fora da realeza, conseguindo inclusive trabalhar como professor universitário. Esse sossego termina quando a Rainha, sua avó, o obriga a organizar um evento em homenagem ao falecido príncipe consorte, uma tentativa de salvar a imagem da Coroa após vários escândalos envolvendo os herdeiros do trono. Assim, Jameson se torna o rosto do evento, e uma de suas funções é escolher um artista popular para se apresentar em um show. O caminho dos nossos protagonistas se cruza quando o príncipe acaba escolhendo Dani, que vê sua participação no show como uma oportunidade de melhorar a própria imagem. 

Nem preciso dizer que a atração entre eles é imediata, né? Os dois protagonizam cenas quentíssimas e simplesmente não conseguem ficar afastados. A questão é que nunca é fácil manter um relacionamento com um integrante da realeza e um exemplo claro disso é o casal que inspirou essa história, Meghan Markle e Príncipe Harry. Mesmo hoje, afastados da Família Real, os tabloides britânicos não perdoam e estão sempre soltando notícias maldosas ― e na maior parte das vezes mentirosas ― sobre eles. O racismo é escancarado, faltam dizer como que o Príncipe Harry teve coragem de corromper sua linhagem se casando com uma mulher negra, rs. 

Vemos muito disso em Dinastia Americana, apesar do contexto ser diferente. Dani é uma mulher poderosa, com uma carreira brilhante tanto na música quanto no setor dos cosméticos. Ela não tem medo de usar e abusar da sua sensualidade, algo que por si só incomodaria a Coroa Britânica, mas acho que o ponto principal aqui é a cor da pele da protagonista, preta retinta. Tracey Livesay trabalhou essa questão de forma que muitos consideraram sutil, mas, na minha concepção, foi efetiva: uma fala da Rainha aqui, um comentário do Príncipe Herdeiro acolá, declarações que mostram muito bem o racismo.

A química entre Jameson e Duquesa é muito boa, eles são explosão total. Dinastia Americana é muito quente, mas acredito que o propósito dele é esse mesmo. Inclusive, vi algumas pessoas reclamando que o livro é muito sexualizado, talvez não pelas cenas de sexo em si, mas talvez pelo comportamento da personagem. Não sei, eu por exemplo senti que foi uma crítica à indústria, porque a própria personagem deixa claro que as coreografias sensuais, por exemplo, são impostas pelo empresário dela. É aquela coisa, nada vende mais que o corpo feminino sexualizado, principalmente se esse corpo for preto. 

Por falar em cenas de sexo, me incomodei um pouco com um termo em específico, porque pra mim não faz sentido você transar com uma pessoa pela primeira vez e já chamá-la de "amor" na maior naturalidade do mundo. Notei um padrão aqui no Brasil de usarem "amor" para traduzir o famoso "baby", que é um apelido carinhoso lá fora, mas dependendo do contexto não encaixa muito bem. Fui dar uma conferida na versão original de Dinastia Americada e fiquei chocada que os personagens realmente falam "love", juro que esperava encontrar um "baby". Mas enfim, por causa disso, a interação durante o sexo acabou ficando um pouco forçada em muitos momentos. 

Eu realmente gostei da história e da costrução dela, pelo menos até uns 80% da narrativa. Isso porque o final, ao meu ver, foi um tanto abrupto. Vou precisar dar um spoiler para explicar, se vocês tiverem pretensão de ler o livro, sugiro que pulem esse parágrafo. Então, lembram do contrato milionário que a Dani estava prestes a assinar e que, de certa forma, motivou todo o enredo? O livro termina sem mostrar se ela conseguiu ou não. A personagem passa o livro inteiro falando dele e não há um desfecho para isso. Fiquei chateada porque a Duquesa que nos foi apresentada não colocaria um romance na frente da sua carreira. Até vi indícios de que terá uma continuação, mas acho que vai acompanhar outro casal, então não sei se terei as respostas que quero. 

A questão é que Dinastia Americana é uma boa história com alguns poucos deslizes, mas que não perde em nada para outros livros do gênero, como Através da Minha Janela, cujo foco principal da narrativa é a interação entre os protagonistas. O que eu quero dizer com isso é que alguns livros de romance não têm intenção de entregar assuntos ou relações profundas e está tudo bem, porque às vezes a gente só quer ler uma pegação, não é mesmo?

Título Original: American Royalty ✦ Autora: Tracey Livesay
Páginas: 384 ✦ Tradução: Karine Ribeiro ✦ Editora: Intrínseca
Livro recebido em parceria com a editora

3 de outubro de 2023

Top Comentarista: Outubro 2023


Gente do céu, o mês já começou tão corrido que me perdi no espaço-tempo, rs. Não sei se vocês sabem, mas agora estou fazendo mestrado em Geologia... Bem difícil, toma muito tempo, mas tô me divertindo bastante! Mesmo assim acho que finalmente estou voltando a ler como antes, talvez vocês tenham reparado. Às vezes fico bem cansada quando chego em casa depois das atividades da faculdade e só quero dormir, mas tenho me esforçado pra não perder o hábito de novo. Tô bem feliz lendo vários romancinhos, graças a Deus, e assistindo várias farofinhas também. E como andam as leituras por aí?

Falando sobre o top comentarista: as regrinhas vocês já sabem de cor, mas não custa relembrar, né? Antes era obrigatório comentar em todas as postagens para não ser desclassificado do concurso, mas a partir de agora vocês serão sorteados a partir dos comentários. Isso significa que não é obrigatório comentar em todos os posts: cada comentário que vocês fizerem devem ser cadastrados no formulário do Rafflecopter, que só aceita uma entrada por dia — recomendo que vocês comentem e preencham o formulário sempre que sair post novo, já que quanto mais comentários cadastrados, maior a chance de ganhar. Todos os meses um comentário será sorteado pelo aplicativo.

Atenção: só preencha o formulário nos dias em que comentar no blog. Por exemplo, se em determinado mês tiverem 13 posts, o número máximo de entradas que cada participante pode ter no formulário é 13! Outra coisinha: já tem alguns anos que o Rafflecopter não é mais responsivo, então acho que no computador a visualização fica melhor! Quaisquer dúvidas, podem entrar em contato comigo no Twitter ou Instagram! 💖

O prêmio é um vale de trinta reais na Amazon! Ah, as chances extras continuam: comentar nos posts do Instagram e tweetar sobre o top todos os dias em que tiver postagem nova por aqui, então aproveitem! Caso tenha restado alguma dúvida, podem me procurar nas redes sociais, tá bom?

Observações
- O período de validade desse top comentarista é de 01/10/2023 à 31/10/2023. Cada comentário que vocês fizerem devem ser cadastrados no formulário do Rafflecopter, que só aceita uma entrada por dia.
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- O ganhador tem 48h para responder o e-mail com os dados de envio, caso contrário o sorteio será refeito. O livro escolhido (na faixa de preço estabelecida) deverá ser informado no corpo do e-mail;
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