The Good Place teve início em setembro de 2016 (lançado nos EUA pela NBC), mas eu comecei a assistir apenas em março de 2018 (no Brasil está disponível na Netflix). A série teve 4 temporadas e seu episódio final foi lançado na Netflix dia 31 de janeiro desse ano. Por quase dois anos, venho acompanhando os personagens e aguardando ansiosamente a próxima semana para assistir cada pedacinho dessa história. E até hoje não consigo acreditar que não terei nenhum novo episódio para assistir.
27 de dezembro de 2020
Análise de Séries: The Good Place
The Good Place teve início em setembro de 2016 (lançado nos EUA pela NBC), mas eu comecei a assistir apenas em março de 2018 (no Brasil está disponível na Netflix). A série teve 4 temporadas e seu episódio final foi lançado na Netflix dia 31 de janeiro desse ano. Por quase dois anos, venho acompanhando os personagens e aguardando ansiosamente a próxima semana para assistir cada pedacinho dessa história. E até hoje não consigo acreditar que não terei nenhum novo episódio para assistir.
23 de dezembro de 2020
Não Era Você Que Eu Esperava | Fabien Toulmé
Quando finalizei o primeiro volume de A Odisseia de Hakim, que conta a jornada de um refugiado, eu já sabia que estava apaixonada por Fabien Toulmé: o modo como ele usa as palavras me conquistou por completo. Foi por isso que fiquei tão curiosa para ler Não Era Você Que Eu Esperava, porque queria saber como ele usaria as palavras para contar um pedaço da sua própria jornada... E nossa, como me emocionei com esse relato, vocês não têm ideia... Chego a sentir que minhas palavras não serão suficientes para explicar!
Meu Deus, como esse autor é sensível e sincero. O título do livro já diz tudo, já que Não Era Você Que Eu Esperava narra o nascimento da filha caçula do autor, Julia, portadora da Síndrome da Down, algo que ele literalmente não esperava. Obviamente é um baque ter um filho com deficiência, né, principalmente quando essa deficiência não é sinalizada durante a gravidez, como aconteceu com Fabien Toulmé.
Acho que o que mais me marcou foi a dificuldade de Toulmé em aceitar a filha, aceitar que ela nasceu com a trissomia e as consequências que isso traria par ele e para sua família. Ele não escondeu, inclusive, o preconceito que permeava seus pensamentos sem nem mesmo imaginar que futuramente teria que aprender a lidar com pessoas preconceituosas também. A gente pode se achar a pessoa mais desconstruída do mundo, mas hora ou outra teremos pensamentos capacitistas em relação à pessoas com deficiência, verdade seja dita.
Eu digo que essa parte da história em específico me marcou porque é difícil imaginar um pai que acha que não ama a filha por causa de uma deficiência, sabe? Por causa de preconceitos que a gente traz desde sempre dentro de nós. Ainda mais se levarmos em consideração que para a esposa dele foi muito mais compreensiva desde o início — obviamente ela tinha medo, mas para ela, amar Julia foi fácil, entendem? A filha mais velha então, sequer imaginava que a irmãzinha era portadora de uma condição especial.
Ainda assim, quem somos nós para julgar? Qual seria nossa reação caso nossos fossem portadores da trissomia? Como eu já disse, todos nós nascemos preconceituosos, nos restando quebrar essas barreiras, mesmo que seja aos poucos. Fabien Toulmé aprendeu a amar Julia e entender as condições impostas pela síndrome de Down foi de suma importância para que isso acontece. Afinal, o que de fato é a síndrome de Down? O que isso implica para o desenvolvimento da criança? Foi só quando ele entendeu que Julia é uma criança como qualquer outra que conseguiu se abrir para ela.
Não Era Você Que Eu Esperava é uma narrativa corajosa, acima de tudo. Falar abertamente sobre sentimentos ruins e admitir preconceitos requer uma dose de coragem muito grande e admiro isso em Toulmé. Acho que justamente por isso — mesmo ficando injuriada com várias atitudes e acontecimentos, o que julgo ser normal numa situação em que estou sendo espectadora — senti uma empatia muito grande pelo autor e consegui entender sua dor, consegui entender que ele é, afinal de contas, humano, um ser capaz de aprender e amar.
"Não era você que eu esperava... Mas estou feliz por você ter vindo". ❤
Páginas: 256 ✦ Tradução: Fernando Scheibe ✦ Editora: Nemo
21 de dezembro de 2020
O Diabo e Outras Histórias | Liev Tolstói
Tolstói, mais conhecido por Anna Kariênina e Guerra e Paz, foi um dos maiores escritores russos e sua obra é mundialmente conhecida e aclamada. No lançamento O Diabo e Outras Histórias, da Companhia das Letras, encontramos 5 contos do autor. As cinco histórias conseguem resumir o escritor e apresentar seus temas de interesse. Vale lembrar que os russos são também considerados grandes contistas e Tolstói certamente contribuiu para essa fama que a literatura russa conquistou.
O primeiro conto, Três Mortes, é o meu preferido dessa coletânea e narra as mortes de uma senhora nobre, de um cocheiro e de uma árvore. Com sua afiada crítica social, Tolstói não deixa dúvidas quanto a mensagem que deseja passar com esse conto: a morte, assim como a vida, não é igual para todos, e a classe social é um dos fatores que influenciam. É um conto curto, com apenas 14 páginas nessa edição, e certamente deixou um gostinho de quero mais. Nesse conto, Tolstói também aborda a temática da religião e, mais especificamente, o cristianismo, tema ao qual Tolstói dedicou grande parte de seus escritos.
Kholstómer conta a história de um cavalo que, para a surpresa e decepção de seu dono, nasceu malhado. Parte do conto é narrado pelo próprio cavalo e foi inevitável pensar em A Fazenda dos Animais, anteriormente A Revolução dos Bichos, do George Orwell. No entanto, a obra de Orwell é de 1945, enquanto que o conto de Tolstói foi escrito entre 1860 e 1863.
Esse conto tem uma das minhas passagens favoritas, que diz:
Era o seguinte: os homens não orientam a vida deles por atos, mas por palavras. Eles não gostam tanto da possibilidade de fazer ou não fazer alguma coisa quanto da possibilidade de falar de diferentes objetos utilizando-se de palavras que convencionam entre si. Dessas, as que mais consideram são 'meu' e 'minha', que aplicam a várias coisas, seres e objetos, inclusive à terra, às pessoas e aos cavalos. Convencionaram entre que si que, para cada coisa, apenas um deles diria 'meu'. E aquele que diz 'meu' para o maior número de coisas é considerado o mais feliz, segundo esse jogo.
O terceiro conto se chama O Diabo e foi o conto com o qual eu mais me envolvi. Eu tenho certa dificuldade para me envolver profundamente com histórias curtas, mas O Diabo tem um clima que, logo nas primeiras páginas, já chama a atenção e deixa a impressão de que trará grandes reviravoltas. Não é a toa que esse conto dá título ao livro, pois sua qualidade é inquestionável. E, de fato, o conto não foi apenas envolvente, como também foi surpreendente. Para esse conto, o autor escreveu dois finais, ambos muito bons (eu prefiro o primeiro).
O Diabo conta a história de um dono de terras que se envolve com uma camponesa e não consegue esquecê-la mesmo depois de se casar com outra mulher. Triângulos amorosos são recorrentes em toda a vasta obra de Tolstói e aqui não deixa a desejar, sendo retratado com a mesma profundidade e maestria com que é abordado em Anna Kariênina e Guerra e Paz, seus maiores romances.
Falso Cupom mostra as inimagináveis consequências que um cupom adulterado por dois estudantes pode causar. Esse conto me lembrou muito algumas obras do conterrâneo de Tolstói, Dostoiévski, principalmente por abordar temas políticos e jurídicos. É um conto bem interessante que mostra como uma travessura adolescente pode ter consequências devastadoras, um um terrível efeito dominó.
Depois do Baile é o último e menor conto dessa coletânea. Com apenas 10 páginas, esse conto aborda paixão e moralidade e alterna as descrições apaixonadas de uma bela jovem com uma cena de extrema violência. Foi o conto com o qual eu menos me envolvi, mas isso não significa que ele seja ruim, apenas não se destacou tanto quanto os outros.
Todos os contos tem a voz do autor. Os temas que ele gosta de trabalhar estão ali, sua escrita é marcante e fácil de reconhecer, é detalhista, mas não chega a ser maçante. Tem o modo característico do autor de compor cenários e personagens e de conseguir fazer com que o leitor imagine a cena completa, com todos os componentes necessários.
Tolstói é um dos raros exemplos de autores que performa bem em qualquer formato, sejam romances longos, novelas, com destaque para A Morte de Ivan Ilich, ou contos curtos. O Diabo e Outras Histórias é uma ótima amostra do que esse autor é capaz de fazer e, com certeza, uma boa opção pra quem deseja conhecer a escrita de Tolstói ou para aqueles que, como eu, querem explorar ainda mais o universo desse escritor tão intenso e controverso.
O livro ainda conta com textos extras que incluem um posfácio de Paulo Bezerra e uma mini biografia do autor russo. A edição segue o padrão dos livros do autor publicados pela Companhia das Letras, em capa dura, letras em tamanho confortável, margens espaçosas e papel de qualidade. Uma edição belíssima pra se ter na estante e uma leitura indispensável.
19 de dezembro de 2020
As Novas Edições de Fangirl e Eleanor & Park da Editora Seguinte
O Roendo Livros ainda não tinha um ano quando Eleanor & Park começou a fazer um burburinho na blogosfera. É uma história muito sensível sobre racismo, violência doméstica, preconceito e bullying, coisas que na década de 80 — período em que se passa a trama — eram normais. Não havia a luta que há hoje, mas é uma bela forma de expor as situações como elas são. Pouco depois, em 2015 Fangirl chegou para abalar os corações de fãs e fanfiqueiros com seu enredo jovial e atual sobre as relações de obras famosas e seus admiradores.
Eu já fiz resenha dos dois volumes anteriormente
✦ Fangirl
Então o post de hoje é para falar um pouquinho sobre as edições lançadas esse ano pela Editora Seguinte, que se tornou a casinha nova da autora Rainbow Rowell.
A mudança que eu mais esperava para conferir era em relação à tradução, que deixou muito, mas muito a desejar nas edições anteriores. Fiquei extremamente feliz ao descobrir que dois livros que gosto tanto ganharam nova tradução da Lígia Azevedo, profissional que admiro muito. Além disso, outra coisa que chama muita atenção logo de cara é a nova cor que deram para a capinha de Eleanor & Park, que eu particularmente amei, já que amarelo é minha cor preferida — inclusive, confesso que esperava uma mudança um pouco mais significativa pra capa de Fangirl também, mas isso é o de menos, né?
Mas falando sobre o que importa de verdade, fiquei realmente surpresa com o novo trabalho de tradução da Editora Seguinte, que também deu um gás na revisão de forma geral. Uma das coisas que me incomodou muito nessas histórias a primeira vez que li, principalmente em relação aos termos racistas escolhidos para definir a etnia dos personagens. Quem acompanha os produtores de conteúdo, principalmente nesse ano de 2020, sabe que não deixamos mais escapar qualquer tipo de preconceito na literatura.
Como já deixei minhas opiniões sobre a trama nas resenhas e não pretendo fazê-lo de novo, optei por deixar aqui alguns motivos para convencer vocês a darem uma chance para os universos criados por Rainbow Rowell.
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3 motivos para ler Eleanor & Park
1. A história ganhará uma adaptação cinematográfica e a própria Rainbow Rowell está envolvida com o enredo. Além disso, a autora anunciou em sua conta do Twitter que a cineasta japonesa Hikari irá dirigir o longa, que ainda não tem data de estreia. Dá tempo sim de ler o livro antes do lançamento, hein?
2. Existem várias referências literárias incríveis, e várias referências musicais muito incríveis também. A Editora Seguinte fez uma playlist oficial muito legal para a obra, com músicas indicadas pela Rainbow Rowell. A playlist está disponível no Spotify e vocês podem ouvir — enquanto leem — clicando aqui.
3. Durante a #Flipop2020 a autora comentou que de todos os seus livros, Eleanor & Park é o que possui mais elementos da vida dela. Realmente dá para sentir esse tom pessoal durante a narrativa, o que, para mim, é um super motivo.
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3 motivos para ler Fangirl
1. Fangirl é um dos poucos livros que li na vida, se não o único, que exprime de verdade o que é ser fã de uma coisa enlouquecidamente, de forma que a coisa toma conta da sua vida. Gostei muito disso, porque me senti muito representada, percebi que não era maluca nem boba por gostar demais de algumas histórias, bandas, séries...
2. Para mim, o romance água com açúcar entre os personagens Cath e Levi é um dos pontos altos do livro. É uma delícia acompanhar o desenvolvimento dessa paixão e é ela que faz a gente não conseguir parar de ler essa história.
3. E o motivo mais óbvio, é claro: Fangirl deu origem ao personagem Simon Snow, protagonista da série que deixa Cath tão enlouquecia. Snow e seus companheiros foram tão amados pela autora (e pelos leitores) que ela resolveu criar a jornada deles através de uma trilogia. Os dois primeiros volumes, Sempre em Frente e O Filho Rebelde, já foram lançados pela Editora Seguinte. Eu já comecei a ler a confesso que tô amando, mesmo tendo torcido o nariz para eles à primeira vista em Fangirl.
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Sei que esse post serviu para deixar vocês pelo menos um pouquinho curiosos, né? Então pelo amor Deus, comprem Eleanor & Park e Fangirl. Só isso mesmo que eu queria acrescentar.
17 de dezembro de 2020
Degenerado | Chloé Cruchaudet
Pelo que andei pesquisando na internet após a leitura, acredito que Cruchaudet tenha feito um trabalho maravilhoso... É claro que uma obra tão premiada seria no mínimo bem feita e bem contada, mas ao meu ver é mais que isso, já que a autora conseguiu dosar perfeitamente o real e o imaginário, fazendo sua criação ser única.
Tradução: Renata Silveira ✦ Editora: Nemo
15 de dezembro de 2020
Com Sangue | Stephen King
Quem anda no Roendo Livros com uma certa frequência já deve ter
topado com alguma resenha minha do King, e cá estou eu para mais uma. Com
Sangue é um livro de contos de Stephen King que saiu esse ano pela Suma.
Apesar de abordar várias temáticas durante a escrita, todas as histórias possuem algo em comum, que é, obviamente, a morte — algo que, inclusive, não é incomum nas obras do autor.
Os quatro contos de Com Sangue são bem diferentes do que a
gente está habiatudo a ler do autor. Um exemplo disso é o Vida de
Chuck, uma das narrativas mais complexas que já tive contanto, visto que é contado de trás pra frente. Inclusive acho que nunca mais vou
esquecer a experiência dessa leitura, que acabou sendo muito triste e
tocante.
Em Com Sangue, a Holly (que aparece na trilogia Bill Hodges que já resenhei por aqui) é a protagonista, e é evidente como
King adora ela. Essa história é um caso do passado que a Holly achou
estar resolvido, e eu juro juradinho que no final você vai acabar
acreditando que certas criaturas existem. É o conto mais longo do livro e, provavelmente, o mais característico do autor. Ah, ele também
contém spoilers de Mr. Mercedes e Outsider, então é bom avisar!
Rato
é sobre um autor sem ideias que vai para o meio do nada para as
inspirações fluírem. A gente já viu isso em algum lugar e você sabe que
não vai dar certo. Sinceramente, é o conto mais fraco entre os quatro,
mas ainda assim vale a leitura, porque a questão do sobrenatural que King tanto ama está presente aqui.
Por último e não menos importante, deixei o
primeiro conto que aparece no livro, hehe. O Telefone do Sr. Harrigan
pode até ter um ar sombrio, mas eu fiquei tão triste lendo, e virou meu
conto preferido do King! O menino Craig é bom em leitura, e por isso o
Sr. Harrigan o contratou para ler livros para ele, além de fazer uns
serviços extras na casa. Já aposentado e podre de rico, Harrigan parecia
não se surpreender com mais nada, até que Craig o presenteia com um
iPhone. Mas o que era para ser um presente, pode se tornar um
pesadelo... para Craig. Uma coisa que chama atenção é a forma como King mistura as coisas modernas com a forma clássica que ele tem de narrar o terror.
[...] Filmes são efêmeros, enquanto os livros, os bons, são eternos, ou quase isso. Você leu muitos bons livros para mim, mas há outros esperando para serem escritos. Isso é tudo que direi.
Acredito que Com Sangue seja bem divertido para ver outros ângulos do King que não estamos acostumados. É bom frisar que os contos não tem uma conexão direta, são histórias diferentes com personagens diferentes que calharam de estar reunidas em um único volume, porque, no final das contas, a essência é a mesma. Não é a invenção da roda, mas curti bastante!
Tradução: ✦ Editora: Suma
13 de dezembro de 2020
O Refúgio | Mick Kitson
Acho deveras interessante quando a gente termina um livro e não consegue avaliá-lo simplesmente porque os pontos positivos e negativos são extremamente equilibrados. Poucas leituras que fiz na vida me deixaram tão divida quanto O Refúgio, e vou tentar colocar em palavras o que eu senti aqui nessa resenha. Ah, justamente por isso vou soltar uns bons spoilers, então quem tiver interesse na história, é bom não passar do terceiro ou quarto parágrafo.
Esse livro conta a história de Sal, uma menina de 13 anos com muitas responsabilidades. Além de ter que cuidar de si, é praticamente responsável por Peppa, sua irmã mais nova, já que mãe passa 70% do tempo bêbada — e os outros 30% derrubada por conta da bebida. Como se a ausência da mãe já não fosse difícil o suficiente, Sal é abusada sexualmente pelo padrasto desde os 10 anos de idade e entra em desespero só de pensar que a mesma coisa pode acontecer com Peppa.
Sendo assim, Sal não vê outra alternativa: elas vão fugir de casa, juntas. A menina passa meses fazendo pesquisas na internet sobre como sobreviver na floresta e aproveita os cartões roubados do padrasto para comprar tudo o que elas vão precisar para ficar minimamente confortáveis. E assim, em um dia como qualquer outro, elas partem sem que ninguém veja, ninguém desconfie.
Bom... Não nego que o que me chamou atenção para essa história foi o enredo envolvendo o abuso sexual. Obviamente não é algo que eu goste, muito pelo contrário, mas é uma situação real, é algo que acontece o tempo inteiro e, na maioria das vezes, nem damos notícia. Então, na minha concepção, tramas como a de Mick Kitson podem funcionar muito bem como forma de identificação e denúncia. Porém, acho que o autor pecou bastante justamente na questão do realismo.
Em primeiro lugar, e aqui vai o primeiro spoiler, Sal passa meses não só pensando em como fugir, mas também em como matar Robert, o pedófilo. E ela consegue, de forma bem bruta, inclusive. E apesar disso realmente acontecer muitas vezes, uma criança chegar a esse extremo de tristeza e desespero, fica difícil para mim imaginá-la cortando o pescoço de um homem adulto e não só isso, sabendo exatamente onde cortar só de ter feito pesquisas na internet.
Da mesma forma, pra mim foi muito surreal ver duas meninas de 13 e 10 anos vivendo no meio da floresta sem praticamente nenhum empecilho. Por exemplo, Sal sabia praticamente tudo, desde ascender fogueiras sem auxílio de fogo a montar abrigos perfeitos impermeáveis; sabia como montar armadilhas para pegar coelhos e como atirar em pássaros, sabia como usar sua faca super afiada para tirar a pele de animais e como cozinhá-los sem dificuldade nenhuma. E como? Estudando pela internet. Gente, não tem condições... Não tem condições conseguir fazer perfeitamente tantas coisas só de ler, sem ter prática nenhuma, entendem?
Em contrapartida, a narrativa de Kitson é tão boa, mas tão boa, que quase me fez acreditar que, realmente, uma criança de 13 anos consegue realizar essa ações. E convenhamos que essa característica não é para poucos. Pode parecer um pouco controverso e estranho, mas nem todos os autores conseguem ter o domínio tão perfeito sob sua criação. Essa característica, essa narrativa tão marcante e fluida, só demonstra muita técnica por parte do autor.
Então é basicamente isso. Não sei como me sinto em relação a O Refúgio, porque apesar de contar uma história importante, apesar de ter protagonistas e personagens secundários extremamente carismáticos e apesar da construção narrativa muito bem feita, o enredo não é crível. Apenas esperando algum de vocês ler esse livro para vir conversar comigo, pelo amor de Deus. Quem sabe assim eu possa entrar em um consenso comigo mesma. rs
Tradução: Fabiana Colasanti ✦ Editora: Intrínseca
11 de dezembro de 2020
Depois do Sim | Taylor Jenkins Reid
Esse é o terceiro livro que leio da Taylor Jenkins Reid — e não, não li Os Sete Maridos de Evelyn Hugo ou Daisy Jones & The Six, só para vocês terem ideia. E assim, eu simplesmente não sei falar com vocês o que essa mulher tem, sinceramente, porque eu não consigo achar um defeito na escrita dela. Fico pensando se um dia na vida vou ler algo dela que eu fale "nossa, nesse aqui ela errou a mão", mas enfim... Hoje estou aqui para falar sobre Depois do Sim, o primeiríssimo livro da autora.
O enredo em si não é nada surpreendente; para falar a verdade, é o que eu caracterizo de clichê completo e, inclusive, acho que desenvolver ótimos clichês é uma das marcas registradas de Jenkins Reid. Aqui, conhecemos a história de Lauren e Ryan, um casal que está junto há 11 anos. Quem vê de fora acha que a vida deles é perfeita, mas chega um ponto que, infelizmente, as brigas são tão constantes que eles chegam a conclusão que não se amam mais.
É claro que, depois de 11 anos, aceitar uma separação não é exatamente a coisa mais fácil do mundo. Então, eles entram em um acordo: vão levar uma vida de solteiro durante um ano, longe um do outro, sem trocar uma palavra sequer, sem manter qualquer tipo de contato. Passados esses 12 meses, o plano é que eles conseguissem conversar, ajeitar as coisas e, consequentemente, salvar o casamento.
Gente... Casamento é uma coisa muito complicada, né? Principalmente em casos como o de Lauren e Ryan, já que eles foram se afastando aos poucos porque não conversavam, não eram sinceros um com o outro. Guardavam tantas coisas que incomodavam, tantas mágoas por motivos até banais, eu diria, que em a convivência começou a ficar impossível. É bem triste quando as coisas chegam nesse ponto, mas gostei muito da forma como a autora desenvolveu o tema porque faz refletir sobre a importância do diálogo nas nossas relações, sabem?
A coisa mais interessante desse livro é que não é difícil imaginar o rumo que a história vai tomar, mas a construção desse caminho é tão bem feita que foi impossível não gostar da obra como um todo. Porque aqui, o que interessa não é se o casal vai ficar junto, e sim o que eles vão aprender com isso, principalmente a Lauren, já que Depois do Sim é 100% narrado por ela. E meu Deus, quando ela se descobre, é uma coisa linda demais de se ver.
É claro que existem outros pontos positivos na obra de Jenkins Reid, como, por exemplo, os personagens secundários. É uma trama muito familiar, então a todo tempo temos a companhia da família da protagonista, que sempre têm algum ensinamento a passar. Inclusive a avó dela é uma das melhores personagens do livro, porque a autora faz a gente acreditar que ela não tá batendo bem das bolas enquanto que, na realidade, é a pessoa mais sensata da família, rs. A sabedoria das pessoas mais velhas é uma coisa de doido, não tem explicação.
Eu tenho plena consciência que não foi o melhor livro que li na minha vida e, provavelmente, também não é o melhor livro da Taylor Jenkins Reid... Mas assim, eu tenho certeza que essa mulher tira de letra qualquer tema pelo simples fato de saber narrar. Então, sim, num tenho um pingo de vergonha de admitir que sou completamente apaixonada por essa escritora e ela merece sim todo esse hype em suas histórias.
Tradução: Alexandre Boide ✦ Editora: Paralela
9 de dezembro de 2020
The Outsiders: Vidas Sem Rumo | S. E. Hinton
Tradução: Ana Guadalupe ✦ Editora: Intrínseca
7 de dezembro de 2020
Prólogo, Ato, Epílogo: Memórias | Fernanda Montenegro
Sempre admirei muito o trabalho de Fernanda Montenegro como atriz. Ficava pensando como podia existir nesse mundo uma pessoa tão talentosa quanto ela, capaz de dar vida à personagens inimagináveis — inclusive fico impressionada até hoje com Mercedes, uma mulher mística e curandeira que a artista interpretou na novela O Outro Lado do Paraíso. Mas gente, após a leitura de Prólogo, Ato, Epílogo eu posso dizer com certeza que Fernanda é uma mulher maravilhosa em todos os sentidos.
O livro, divido em três partes — Prólogo, Ato e Epílogo, obviamente —, é uma autobiografia de Fernanda Montenegro. Para entender quem ela é e suas origens, a autora achou de extrema importância conhecermos a história dos seus antepassados, imigrantes italianos e lavradores portugueses. Então ela narra com maestria como a família dos seus avós paternos e maternos chegaram aqui, se encontraram e deram origem ao seu núcleo familiar. Inclusive, foi só nessa parte que descobri que, na verdade, Fernanda Montenegro se chama Arlette Pinheiro da Silva Torres. Gostei muito dessa parte inicial, porque eu adoro mesmo conhecer as raízes das pessoas.
Porém, para os fãs das obras de Fernanda, a parte mais interessante será o Ato. É aqui que ela conta sua trajetória artística, que começou bem cedo na Rádio MEC. Inclusive, é aqui que nasce Fernanda Montenegro — a Arlette permanecia apenas em seu ambiente familiar. O Ato é o trecho mais longo de toda narrativa, até porque a carreira da artista é bastante extensa, mas também é aqui que acompanhamos seu romance com Fernando Torres, as lutas, a pobreza — que provavelmente poucos imaginam que aconteceu com eles —, os problemas na gravidez de seus dois filhos, a dificuldade de criar dois filhos nesse meio artístico conturbado... E, é claro, sua vida como atriz de teatro.
Foi só com Prólogo, Ato, Epílogo que me atentei que a verdadeira paixão da Fernanda Montenegro é o teatro. Só descobri isso porque ela pouco fala sobre seus trabalhos no cinema e na televisão, salvo alguns mais marcantes, como Central do Brasil, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. E confesso que fiquei um tanto decepcionada, porque eu queria muito ouvir com o mesmo nível de detalhamento que ela fala sobre sua carreira no teatro, o que ela tinha para dizer sobre suas atuações nas telas. Mas, é claro, foram expectativas que eu criei, a autora não tem nada a ver com isso, rs.
Aliás, Fernanda fala muito sobre o contexto histórico brasileiro justamente por causa dessa narrativa focada no teatro, já que a política afeta diretamente a arte. É muito interessante, porque durante os seus quase 100 anos de idade, ela pode presenciar vários presidentes no poder: Getúlio Vargas, Sarney, Collor, FHC... E ela faz questão de deixar sua opinião política bem clara. Aliás, ela também passou pela censura durante a ditadura militar brasileira, período muito triste para nossos artistas e, obviamente, para a população no geral.
Sigo impressionada com essa mulher, com suas memórias tão ricas em detalhes, com a forma delicada que narrou até os episódios mais trágicos da sua história... Então, sim, apesar de ser uma biografia, gênero que demanda um pouco mais de tempo e atenção, Prólogo, Ato, Epílogo é uma leitura leve e descontraída. Enquanto lia, tinha a sensação de estar ouvindo a voz da própria Fernanda Montenegro na minha cabeça, e poucas vezes senti isso na vida ao ler memórias de uma pessoa.
O Epílogo é a cereja do bolo, com reflexões sobre o passado e esperanças para o futuro. Afinal, uma pessoa que viveu quase 100 anos e ainda tem muitos anos pela frente não pode simplesmente colocar um ponto final em sua biografia.
5 de dezembro de 2020
Novo Mundo em Chamas: Uma Aventura Épica | Víktor Waewell
Ficção histórica ainda é um gênero pouco lido por mim, apesar de sempre despertar minha curiosidade. Acho que uma pessoa que escreve esse tipo de história tem que ser, além de curiosa, uma pesquisadora nata. Analisando Novo Mundo em Chamas, uma obra épica que mostra a história do nosso país em meados de 1650 através de uma narrativa fervilhante e cuidadosa, posso afirmar que Víktor Waewell é esse tipo de autor e um pouco mais.
Para quem ainda é pouco familiarizado com o gênero, a ficção histórica retrata algum período no passado, incorporando as passagens criadas pelo autor à características verdadeiras da época, como lugares, personalidades e eventos. Por exemplo, em sua obra, Waewell utiliza o momento histórico da sociedade escravagista da época de Palmares, incluindo alguns personagens importantes como Aqualtune, Ganga Zumba, a família Lins e até mesmo o comandante Antônio Dias Cardoso, que realmente existiram. Então, por mais que seus protagonistas não tenham sido reais, fora inseridos na narrativa de forma muito convincente.
Por falar nos protagonistas, fiquei imensamente cativada por Ernesto e Teresa, as figuras mais importantes da trama, na minha opinião. Ernesto é um negro de pele clara que nasceu livre e praticamente vive como branco, mas demonstra não esquecer suas origens no decorrer dos acontecimentos da trama. Teresa, por sua vez, é a escrava favorita do seu senhor, Cristóvão Lins, mas isso não impede que ela seja castigada pelo simples fato de ser negra — eram os desígnios de Deus, no fim das contas.
Ai, e como não falar do meu ódio pelo Jeremias? Quem acredita que o maior vilão dessa história é o Cristóvão Lins e os outros senhores — óbvio que não deixam de ser —, é porque nunca leu um personagem tão asqueroso quanto Jeremias. Assim como Ernesto, é filho de pai branco e sua história também é marcada por situações injustas, com a diferença que isso o tornou extremamente amargo. É triste, eu sei, mas nossa... Ô home ruim, meu Deus... Faz ruindade por puro prazer, que ranço! É o tipo de personagem que a gente mal vê a hora de chegar o ponto do livro que mostrará ele se ferrando imensamente, sabem?
É muito difícil para mim aceitar que os personagens criados por Waewell são, de fato, criações. A escrita é tão cuidadosa que nos transporta, nos faz acreditar que os eventos narrados aconteceram exatamente daquela forma, que aquelas personalidades realmente agiam e pensavam daquele jeito. Isso demonstra, é claro, um estudo primoroso e uma composição muito bem feita por parte do autor, um mérito e tanto. Penso que Novo Mundo em Chamas deveria estar incluso nas grades escolares, sabem? Ainda mais levando em consideração que pouco aprendemos sobre a época dos quilombos de Palmares no ensino básico.
Eu não tenho palavras para descrever o quanto fiquei impressionada com esse livro. Como lia durante a noite, ficava um bom tempo pensando naquilo que tinha acabado de ler antes de conseguir pegar no sono... Algumas cenas, como os estupros e os castigos, eram tão marcantes que me deixavam muito desconfortável, principalmente por lembrar que essas partes em específico não eram mera ficção. Também pensava muito sobre o que poderia acontecer, no destino dos personagens... E, para mim, esse é um dos pontos que aponta que uma obra é realmente boa, quando envolve a ponto de nos deixar pensativos por dias a fio após finalizada a leitura.
Ao final da obra o autor deixa uma nota histórica em que fala um pouco sobre o processo de pesquisa, conta sobre o contexto e as paisagens da época, além de deixar bem claro para o leitor o que é ficção e o que é realidade em seu escrito e outras explicações e informações importantíssimas para o completo entendimento Novo Mundo em Chamas. Torço, de verdade, para que mais e mais pessoas leiam esse livro — que, inclusive, está disponível no Kindle Unlimited — e torço ainda mais por uma continuação só para me deixar mais calma com aquele final, rs.
3 de dezembro de 2020
Valentes: Histórias de Pessoas Refugiadas no Brasil | Duda Porto de Souza & Aryane Cararo
Já tive contato com a escrita de Duda Porto de Souza e Aryane Cararo em 2018, através do livro Extraordinárias: Mulheres Que Revolucionaram o Brasil. Dois anos depois elas aparecem, como quem não quer nada, com uma obra tão maravilhosa quanto, o Valentes: Histórias de Pessoas Refugiadas no Brasil. A partir da visão das jornalistas, conhecemos algumas pessoas que, por diversos motivos, decidiram — ou praticamente foram obrigadas — a iniciar uma nova jornada no Brasil.
Acho que nunca vou cansar de me surpreender com a escrita de Duda e Aryane. Me impressiona muito como elas conseguem trazer uma narrativa leve para temas tão importantes. Logo de cara temos um apanhado geral da história do refúgio no Brasil e no mundo, com direito a gráficos, mapas e dados para entendermos como esse mecanismo, que é regido por lei, funciona por aqui.
De acordo com o Ministério de Relações Interiores, é refugiado "todo indivíduo que sai do seu país de origem devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas imputadas, ou devido a uma situação de grave e generalizada violação de direitos humanos no seu país de origem". Assim, antes de nos apresentar as histórias de vida de várias pessoas que escolheram o Brasil como novo lar, independente do motivo, as meninas mostram os conflitos existentes em seus países de origem que os levaram a tomar essa decisão.
Por exemplo, conhecemos muito sobre a crise na Ásia, principalmente em países como o Vietnã, a Síria e a Palestina... Mas vocês já pararam para pensar o porquê de africanos, europeus e até mesmo nossos amigos latino americanos precisarem se refugiar no Brasil? São conflitos pouquíssimos comentados, mas que mudam o curso da vida de inúmeras pessoas. Através do Valentes, podemos conhecer um pouco mais sobre eles e ouvir a voz de quem precisa ser ouvido.
Assim como Extraordinárias, Valentes é cheio de detalhes, ou seja, não é uma obra para se ler rapidamente. Cada personalidade retratada por Duda e Aryane é natural de um país diferente, cada um com seus conflitos diferentes, então são muitas informações para se absorver de uma vez só. Classifico Valentes como uma enciclopédia sobre o refúgio, que, inclusive, seria ótima para ser debulhada nas nossas escolas, para ensinar nossas crianças e jovens, para combater a xenofobia.
E sim! Pode ser difícil acreditar, já que o Brasil tem uma fama enorme por suas características acolhedoras e multiculturais, mas a realidade é que existe muito preconceito por aqui. Quantas vezes ouvimos ou lemos frases como: "Eles roubam o trabalho dos brasileiros" ou "refugiados são criminosos e terroristas"? Mas quem fala isso provavelmente não faz ideia de que, em 2017, os imigrantes representavam apenas 0,31% de todos os empregados no Brasil... E que, na maioria das vezes, nosso país acolhe inúmeras pessoas que fogem do terrorismo. Ou na verdade as pessoas até saibam, mas preferem manter a falta de caráter, né?
Ah, é impossível falar da grandiosidade desse livro sem citar Rafaela Villela, autora das ilustrações maravilhosas que compõe tantas histórias e que vocês podem ter um gostinho através das fotos que ilustram essa postagem.
Sendo assim, Valentes possui inúmeros pontos positivos, o que inclui mostrar e encarar a dura realidade dessas pessoas que estão simplesmente atrás de um caminho melhor. Para criarmos um ambiente igualitário, livre de preconceitos e realmente acolhedor, precisamos quebrar esses paradigmas sobre os refugiados, e posso afirmar que essa obra tão rica é um enorme facilitador.
1 de dezembro de 2020
Top Comentarista: Dezembro 2020
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