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31 de janeiro de 2020

Cinema: Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você

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Título Original: To All the Boys: P.S. I Still Love You
Ano: 2020
Direção: Michael Fimognari
Duração: -
Gênero: Romance | Comédia Dramática
Elenco Principal: Lana Condor, Noah Centineo, John Corbett

Lara Jean (Lana Condor) não esperava se apaixonar por Peter Kavinsky (Noah Centineo) quando os dois fingiam namorar, mas a relação entre os dois rapidamente deixou de ser fingimento. Só que, ao se reconectar com uma paixão do passado, John (Jordan Fisher), tudo fica ainda mais complicado para a jovem. Uma história delicada e comovente que vai mostrar que se apaixonar é a parte fácil: emocionante mesmo é o que vem depois.

No meu último post eu mostrei um pouquinho do Tudum, festival da Netflix que aconteceu em São Paulo. O serviço de streaming aproveitou a oportunidade para realizar a premiere de Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, já que os atores principais, Lana Condor e Noah Centineo, estavam aqui por conta do festival. E adivinhem só quem foi uma das primeiras no Brasil a ver o filme? E é por isso que hoje eu vou contar um pouquinho do filme para os curiosos de plantão, tentando não estragar a experiência de vocês. Bora?
Noah Centineo, Lana Condor, Foquinha e
 Federico Devito na premiere de P.S. Ainda Amo Você

O filme é baseado no livro P.S.: Ainda Amo Você, segundo na trilogia Para Todos os Garotos de Jenny Han. Após o sucesso gigantesco do primeiro filme, a sequência veio para firmar o legado do casal Peter K. e Lara Jean nos nossos corações.

Lara Jean agora não finge mais ser a namorada de Peter. Eles de fato são um casal — muito fofo, diga-se de passagem — e as coisas não podiam estar melhores. Até que a protagonista recebe a resposta de uma de suas cinco cartas de amor enviadas no filme passado. John Ambrose McClaren coloca a vida de Lara Jean de pernas pro ar, e agora ela não para de pensar: será possível amar dois garotos de uma só vez?

Dan continua um fofo com as filhas. As irmãs Kitty e Margot estão presentes mais uma vez, sendo da mais nova o papel do alívio cômico, afinal, ela tem umas tiradas sensacionais. Para ajudar Lara Jean nesse novo romance ainda temos os amigos Lucas e Chris, e ainda nos é apresentada Stormy (personagem muito importante nos livros, principalmente no final da trilogia), uma senhora maravilhosa e muito única que se aproxima da protagonista em Belleview, um lar para idosos que Lara Jean agora é voluntária.

Uma nova personagem também aparece, Trina, a vizinha dos Covey, que é uma mulher sensacional, bronzeada, linda, incrível e eu vou parar por aqui antes que eu conte muita coisa. Em contrapartida a vilã da história anterior, Gen, continua infernizando todo mundo. Eita personagenzinha que eu sempre quero esganar!

Quanto ao #TeamPeter e #TeamJohn... A gente pode pensar que é muito fácil escolher entre o garoto que é seu namorado, que te deu seu primeiro beijo, te levou ao seu primeiro encontro e o garoto que você gostava no sexto ano da escola... Mas o John Ambrose tem o dom de ser perfeito também. Durante a exibição do filme no Tudum a plateia ficou mega dividida, afinal, o Peter dá umas mancadas e o John parece estar sempre lá quando a Lara Jean menos espera e mais precisa.

Os cenários não mudam muito, só o quarto da Lara Jean que fica cada dia mais bagunçado haha :P. Algumas mudanças foram feitas na adaptação, mas nada que seja irritante ou interfira na história. Comentando sem spoilers sobre isso, posso dizer que tudo o que foi feito para o filme encaixa muito bem, então não precisa se preocupar. Mesmo a mudança da origem de um dos personagens acabou ficando coesa com a história.

Para terminar só quero contar como foi ter ido ao Tudum para ver o filme. Apenas 800 pessoas (sendo 150 influencers) tiveram acesso ao filme. Na recepção existiam bancadas para você fazer cartinhas para quem você quisesse, com mil coisas fofas, corações, canetas coloridas, adesivos, glitters e papéis de carta.

Também foi feita uma réplica do quarto da Lara Jean, um cenário cheio de corações, um painel para vídeos que o pessoal da Netflix fazia e te mandava, e o melhor? Várias bancadas com profissionais de maquiagem para te arrumar e ir bem diva para a exibição de P.S. Ainda Amo Você. Se não bastasse isso tudo no final a Netflix ainda deu pôster do filme para todo mundo e um cupcake cheio de corações que estava delicioso, deu até dó de comer. Estou encantada com tudo, só tenho a agradecer pela oportunidade que o universo e meus amigos me proporcionaram.

Toda vez que tiver réplica do quarto da Lara Jean, a Jess estará lá.
Dava pra fazer quantas cartinhas você quisesse!

Cartinha e cupcake que ganhei na premiere.

Curti muito esse segundo filme, sou uma manteiga derretida gente, chorei (e ouvi muita gente na plateia chorar também) e acho que todo mundo que gostou do primeiro também vai gostar do segundo. Chega logo dia 12 de Fevereiro!

29 de janeiro de 2020

Tudum, o Festival da Netflix


A Netflix resolveu que ia ser icônica também fora das telinhas, para além da CCXP, e assim foi criado o Tudum, o festival do serviço de streaming. Dos dias 25 à 28 de janeiro, no Pavilhão da Bienal do Livro em São Paulo, o público pôde se divertir nas experiências imersivas das séries e filmes que a gente mais ama. Como se não bastasse isso, a Netflix também trouxe convidados nacionais e internacionais para o festival, incluindo a Maisa, Whindersson Nunes, Maíra Medeiros, Lana Condor e Noah Centineo! Por sorte, eu estive lá para mostrar um pouquinho do que rolou para vocês! :3

Quem quisesse fazer parte do festival podia pegar um ingresso por CPF no site oficial do Tudum, que te redirecionava para o Sympla. Como sou ansiosa, assim que virou o dia para a "compra" dos ingressos, fui bem doida escolher o dia que eu iria. Peguei para o dia 25, primeiro dia do festival, então as impressões serão exatamente do que rolou por lá logo no começo (as coisas podem ter mudado nos outros dias).

A rampa de acesso às experiências, vista de cima.

Para chegar lá a Netflix ofereceu translado gratuito das estações Paraíso e AACD-Servidor, coisa que foi bem útil para ir e também voltar para o metrô. Ponto mais que positivo!

Todos os staffs estavam devidamente uniformizados e a grande maioria bem instruída. Chegar no pavilhão foi fácil, com muita orientação. Aí é que começaram as filas. Felizmente a staff que estava organizando era topíssima e fez um esquema muito doido lá, pois o gradeado só ficava em uma parte da fila, o resto se estendeu para o gramado. E era MUITA GENTE mesmo. Chegamos por volta das 12:45h e entramos lá pelas 14:30h. Não vi ninguém discutindo, brigas ou coisa do gênero (e isso no evento inteiro).

Logo na entrada a Netflix já fez um funk do Tudum e colocou um túnel cheio de luzes para a galera. Quando você saía de lá, dava de cara com o logo GIGANTE do festival. Do lado direito ficava o Palco Hawkins (principal) e à esquerda o estúdio de Sintonia, onde você podia gravar uma música de verdade. Um pouco mais ao lado era a rampa de acesso para os dois andares com as experiências.

 
No primeiro andar as experiências eram diversas. Você podia tirar foto no cenário de The End of The F***ing World, Barraca do Beijo, ir para um ateliê de roupas do filme Modo Avião, fazer poções ou um ritual nos stands de Sabrina e entrar no quarto do Eric de Sex Education para fazer uma transformação com as drags incríveis que estavam por lá o dia todo.

Sendo bem bruxa SIM no stand da Sabrina + uma fotinha do que estava rolando no quarto do Eric!

Nesse andar você também podia curtir o Palco Greendale comendo uma pipoquinha ou tomando raspadinha. Tudo por conta da Netflix, é claro.

Ah, mas eu não esqueci da maior atração do Tudum, que é Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você. O festival providenciou uma réplica do Corner Cafe que a Lara Jean e o Peter frequentam no filme, e o melhor? Você podia comer lá também. Não eram muitas opções, mas todas em preços razoáveis. 

Uma vista maravilhosa do Palco Greendale e a fachada do Corner Cafe, respectivamente.

Já no segundo andar existiam experiências de Stranger Things (inclusive um fliperama e a piscina de Hawkins!!), Atypical, o banheiro que o Otis faz suas consultas em Sex Education, leituras de tarot de Sabrina, uma barbearia de Sintonia (você podia sair de lá com um blindado haha) e claro, mais coisas de Para Todos os Garotos, como, por exemplo, o quartinho da Lara Jean.

Perfeitinho foi esse cenário de Sex Education!
A Intrínseca, que é parceira aqui do blog, estava lá com um stand muito charmoso, inclusive com um lugarzinho pros leitores tirarem fotos e mostrarem seu amor pela Jenny Han. A C&A estava vendendo camisetas em um preço que achei justo (se não me engano as mais caras eram 40 dinheiros) e existia uma área bem vasta com opções variadas de alimentação, inclusive vegetariana (não verifiquei se vegana também).

Nesse andar, além da pipoca, também distribuíram algodão doce com o palito que pisca. Todas as atrações tinham algo para você "ganhar", seja uma foto profissional, uma poção, um pôster... Sério, nem tenho o que dizer.

Mas o stand que eu mais queria e que não consegui ir por causa da fila giganteeeeeeeeeeeeeeeeesca era um ateliê da Netflix em que você podia ganhar uma camiseta ou ecobag com estampas de Stranger Things, Sex Education ou Sintonia.

O quarto da Lara Jean, que tava a coisa mais linda + a cozinha da casa dela no stand da Intrínseca.

Importante também dizer que a Netflix pensou em todo mundo: tinha até plaquinha do banheiro das mulheres (na dos homens tinha uma também, só esqueci da foto), o que eu achei justíssimo e extremamente importante! 

<3
Óbvio que tudo teve fila. Eu fiz parecer nas fotos que quase não tinha ninguém por lá, mas a realidade é que o meu eu blogueira esperou o momento certo em todas as fotos para não aparecem as quase 10 mil pessoas que estavam no Tudum. E é claro que eu não consegui e nem quis entrar em tudo e tá tudo bem (pensando bem, acho que seria praticamente impossível conseguir essa proeza em apenas um dia de festival). De qualquer maneira eu curti muito o festival e fiquei mega feliz.

Espero que futuramente existam ainda mais atrações e que o festival consiga se manter e até crescer bastante, pois é um jeito muito legal da gente se aproximar e poder viver um tiquinho das coisas que a gente gosta. Eu, por exemplo, gostaria muito que tivessem experiências de Black Mirror, The Good Place, Lúcifer é várias outras coisas, é claro... E vocês?

Estava tudo muito bom, muito lindo, mas a pergunta que não quer calar é...


Espero muito que vocês tenham gostado do post! Beijos e até a próxima!

27 de janeiro de 2020

O Amante de Lady Chatterley | D. H. Lawrence


O Amante de Lady Chatterley é um clássico que entra naquela categoria dos romances polêmicos. Lançado em 1928, a obra teve sua publicação impedida por falar abertamente sobre sexo e adultério. Sendo um livro que fala abertamente sobre sexo, essa resenha vai, inevitavelmente, precisar abordar o assunto. E já adianto que algumas questões bem problemáticas são discutidas, incluindo abuso sexual. Então, se você não se sente totalmente confortável, sugiro que não leia essa resenha. 💜

A história começa com o marido de Constance, Clifford, voltando da guerra com a parte inferior de seu corpo paralisada, o que o impede de ter relações sexuais e, consequentemente, de ter filhos. Eu já sabia que essa é uma história sobre adultério, bem no estilo de Madame Bovary. O início da história até me deu a impressão de que o livro se aprofundaria na questão dos efeitos da guerra na vida de um jovem casal, mas eu estava enganada. Acontece que O Amante de Lady Chatterley é essencialmente um livro sobre sexo.

O que me fez ter interesse nessa leitura foi um contato que tive com os primeiros parágrafos da história. Esse livro tem um daqueles começos memoráveis e que nos chamam a atenção imediatamente, como acontece com Anna Karienina, O Apanhador no Campo de Centeio e A Assombração da Casa da Colina, por exemplo. Infelizmente, após essa parte inicial, a história perde o ritmo, apostando em um enredo muito repetitivo, cheio de personagens que não nos cativam e páginas e mais páginas com descrições desinteressantes. Porém, o livro volta a ficar bom depois da metade. Eu vivi uma relação de amor e ódio com essa leitura. Me vi lendo obstinadamente e sem parar, ao mesmo tempo que me vi indignada em muitos momentos.

Vamos começar falando sobre os personagens insuportáveis desse livro. Não pensem que eu estou dizendo que não gostei da obra porque os personagens são detestáveis. Afinal, isso não é motivo para não gostar de um livro. O Morro dos Ventos Uivantes é meu livro favorito da vida e os personagens são completamente intragáveis. A diferença está na definição do personagem. Em O Morro dos Ventos Uivantes, a gente sabe o que os personagens sentem, a gente os entende mesmo eles sendo confusos e maldosos. Há uma identificação, há empatia, há compreensão. Nada disso acontece com O Amante de Lady Chatterley. Eu passei quase o romance inteiro sem saber o que os personagens sentiam, o que pensavam, se gostavam uns dos outros ou se apenas se toleravam. Isso fez com que eu visse todos como extremamente superficiais e rasos. Emoções rasas, conexões rasas e relacionamentos rasos.

Não é segredo para ninguém que a Lady Chatterley terá um amante na história. Afinal, está no título da obra. E diferente do que acontece em Madame Bovary, outra história de adultério, aqui o leitor não entende essa relação com o amante. Pelo menos não até a metade do livro. É amor? Apenas atração sexual? Uma fuga de sua vida tediosa? Ela gosta dele?

Como vocês podem perceber, há uma diferença clara entre a primeira e a segunda metade do livro. Pelo menos na minha experiência de leitura, eu senti que o livro melhorou muito na segunda metade, foi quando eu consegui entender os personagens e quando o livro se tornou realmente mais interessante. Então, sim, valeu insistir na leitura, mas, mesmo assim, não sei se valeu tanto.

O livro trabalha várias questões paralelas, mas o ponto central é certamente o sexo. É uma história sobre sexo, sobre se descobrir no ato sexual. A relação de Constance com seu amante é quase que totalmente sexual e o sexo é exaustivamente colocado como a máxima de estar vivo. Entre os temas paralelos, que para mim foram infinitamente mais interessantes, estão industrialização, desigualdades sociais e econômicas, o poder de uma classe sobre a outra e a oposição entre existência física e espiritual. Porém, nenhum desses temas é tão explorado como o tema da sexualidade.

Acontece que, apesar da protagonista ser uma mulher, o livro foi escrito por um homem. Então, é tudo muito do ponto de vista masculino. E de um masculino bem problemático, a propósito. Constance "permite" que seu amante faça o que bem entender. Em alguns momentos, relações sexuais que não me pareceram totalmente consensuais foram praticadas e a narrativa deu a entender que Constance gostava de ser forçada. O tempo todo, o livro reforça a ideia de que há poucos "homens de verdade" no mundo, como se ser homem de verdade significasse ser sexualmente ativo e dominante. Toda essa masculidade tóxica é extremamente exaltada no livro.

Sabemos que os livros da Penguin são um primor, com muitos conteúdos complementares e matérias de apoio. Aqui não é diferente. A edição conta com um texto do próprio autor, muitas notas e diversos outros complementos. Confesso que a introdução me desagradou porque acho que não cumpriu seu papel de introdução. A autora da introdução fica falando sobre a sua interpretação da obra e parece atacar "as feministas" que problematizam o livro e que "não entenderam" o que o autor quis dizer. Haja paciência, né?! Sinto muito, mas, vou ser essa feminista que problematiza sim. Porque pra mim não é aceitável um livro que faz referência a estupro como uma coisa normal e que usa o termo "homossexual" como sendo sinônimo de "menos homem". Pelo menos a introdução serviu para apresentar o autor, que tinha uma relação muito estranha com o sexo, o que explica muita coisa.

Tem muitos outros problemas nessa história, incluindo o pai e o amante de Constance conversando sobre as relações sexuais da filha e o pai dizendo que sente inveja do amante. Gente, sou eu que estou louca ou esse livro é extremamente bizarro? Por isso, vale reforçar que esse é um livro não indicado para todas as idades. As descrições das relações sexuais são bem explícitas e o vocabulário é bem direto.

Esse é um livro que eu acho que nunca vou conseguir digerir totalmente. Algumas cenas ficaram na minha cabeça e eu achei o livro todo muito esquisito e repulsivo. Parece que o tempo todo o autor defende que mulheres precisam de homens que as dominem, que sejam brutos e animalescos. E, aiiiiii gente, o pior é que minhas expectativas estavam bem altas, porque o começo é realmente bom. O tombo foi grande. Por favor, conversem comigo nos comentários. Preciso saber a opinião de vocês.

Título Original: Lady Chatterley's Lover  ✦ Autor: D. H. Lawrence
Tradução: Sergio Flaksman Páginas: 560 ✦ Editora: Penguin Companhia
Livro recebido em parceria com a editora
Ajude o blog comprando o livro através do nosso link! 

24 de janeiro de 2020

As Três Partes de Grace | Robin Benway


Eu li As Três Partes de Grace há um tempinho, mas não sabia exatamente como escrever essa resenha. Mesmo depois de muitos anos, tenho uma enorme dificuldade para escrever sobre meus livros favoritos ou sobre livros que me emocionaram ao extremo. Esse aqui se encaixa nas duas categorias. A história de Grace é, na verdade, a história de três irmãos, Grace, Maya e Joaquin, que são filhos da mesma mãe, mas, na verdade, nem se conheciam. 

A história se inicia em Grace, que, de certa forma, é o ponto central do livro. Não definiria como única protagonista, pois tudo é narrado pelos três irmãos de forma bem igualitária. Logo nas primeiras páginas descobrimos que Grace está grávida e pretende dar sua bebê para adoção — isso porque, além do pai da criança ter dado a mínima, os pais de Grace concordaram que a filha não teria nenhum tipo de estrutura para criar um bebê nessa altura do campeonato. Até aí tudo bem. O que surpreende, na realidade, é o fato de a própria Grace ser adotada. 

Após o parto e mantendo os planos de Pesseguinha — como a bebê é chamada pela mãe — ser acolhida por uma família melhor estruturada, Grace resolve procurar pela mãe biológica simplesmente porque queria saber se os motivos dela foram ao menos parecidos com os seus. E foi aí que seus pais adotivos revelaram sobre seus dois irmãos que, inclusive, moram praticamente do lado dela.

Gente, que livro mais bonito! Eu fiquei horas e horas pensando em como falar sobre ele para vocês, procurando alguma palavra para descrevê-lo, mas acho que não existe nada que possa expressar o tanto que esse livro é bom. Os personagens, por exemplo, são todos muito bem construídos. Grace, Maya e Joaquin têm momentos muito bonitos e especiais durante toda a história, todos condizentes com seus respectivos arcos. Gostei de todo mundo, mas foi Joaquin que realmente ganhou o meu coração. Dentre os irmãos, ele é que tem a vida mais sofrida, porque nunca foi adotado. Ele não fica se fazendo de coitado, mas é inegável que o abandono mexe muito mais com ele do que com as meninas.

É claro que a adoção é o tema central do livro, mas isso não significa que Robin Benway não tenha tocado em outros assuntos. Família — aquelas pessoas que te acolhem, te amam, te apoiam —, amizade, sexualidade e perdão são temas que também foram abordados com muita delicadeza pela autora. E por falar em coisas delicadas, acho que nunca tive contato com uma narrativa tão incrível e madura, que conseguiu contar tão bem a história desses três irmão, já que a cada página eles ficavam mais unidos!

As Três Partes de Grace é uma trama que impacta e emociona, foi claramente escrita para tal. A escrita é extremamente fluida, real e lotada de lições que são impossíveis de esquecer. O final foi muito emocionante e encheu o meu coração de alegria! Além de ter sido uma leitura muito proveitosa —  que, aliás, me fez chorar bastante —, me fez repensar os meus conceitos sobre adoção. Se você, assim como eu, é fã de histórias com protagonistas adolescentes e com alto teor dramático, esse livro é a escolha perfeita!

Título Original: Far From the Tree ✦ Autor: Robin Benway  
Tradução: Natalie Gerhart  Páginas: 322 ✦ Editora: Galera
Livro recebido em parceria com a editora 

19 de janeiro de 2020

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão | Martha Batalha



Eurídice Gusmão estava ajudando seus pais portugueses na quitanda quando foi avistada por Antenor Campelo. Recatada e incapaz de ceder ao charme do bem sucedido funcionário do Banco do Brasil, torna-se imediatamente a esposa dos sonhos do rapaz solteiro. E assim, a partir de um casamento meio arranjado, conhecemos uma das protagonistas mais inteligentes e igualmente ofuscada pela sociedade machista de patriarcal. A irmã mais nova de Guida, mais comedida e, portanto, mais fadada ao sucesso feminino da década de 1940: boa esposa, boa mãe e boa filha.

Desde jovem, Eurídice apresenta postura adequada, mas uma inteligência com a qual o marido nem os demais homens ao seu redor lidam bem. Incapaz de ser apenas mãe, Eurídice dedica-se a cozinhar como uma chefe de cozinha e costurar modelos de alta costura por quantias módicas para as vizinhas. Ambas as tentativas de socialização e autodescoberta da jovem são imediatamente podadas pelo marido Antenor, que recita insatisfação várias vezes no livro e nas "Noites de Choro e Uísque". Nestas, Antenor questionava-se porque havia casado com uma vagabunda que jamais sujaria os lençóis de sangue em seus momentos intuímos.

"A Parte de Eurídice Que Não Queria Que Eurídice fosse Eurídice" é uma espécie de alter ego que concretiza as dificuldades e coisas boas da vida que foram retiradas de Eurídice ao longo da vida. Assim, todas as vezes que me deparava com esta longa frase de iniciais maiúsculas, uma lembrança a protagonista era trazida à tona e mais uma vez, os lembretes de que viver como mulher no século XXI é apenas sobreviver, mas já fora pior.

A grande surpresa do livro não está no que nos entrega o título, na simples vida invisível de Eurídice, mas em todas as vidas femininas ali, escondidas. Ambientado na cidade do Rio de Janeiro durante o governo de Vargas, o livro instaura suas histórias de amores e agonias e inúmeras mulheres cariocas. Com a visceralidade do naturalismo de Álvares de Azevedo, Martha Batalha entrega cenas de pessoas com dentes apodrecidos, inveja doentia e estupros com a mesma naturalidade que pinta as belas cores da Vila Isabel e a vida serena das donas de casa de classe média-alta.

Enquanto as fofoqueiras da Vila Isabel tentam entender a vida de Eurídice, Guida está desaparecida, vivendo apuros no Estácio e em outros cantos cariocas assolados pela gripe espanholas e enfermidades da alma. O contraste entre o Rio de Guida e o Rio de Eurídice, mostra como nós mulheres somos os primeiros atingidos pelas fortes e infelizes ondas da felicidade que nos rodeiam.

O livro traz todas essas emoções em narrativa em terceira pessoa sob esporádica a visão das várias personagens, o que parece útil ao narrar de forma holística, mas entra em certo desalinho com o título. Como já comentei, além de me relembrar obras naturalistas, o estilo de Martha me recorda narrativas mais melancólicas de Jorge Amado, como Mar Morto. E, comparar o segundo livro da autora ao meu modernista brasileiro preferido, coloca Martha em um grau de excelência de escrita.

Apesar de sua recente adaptação para o cinema, diversos aspectos do livro foram reformulados para a versão cinematográfica. Confesso que me apaixonei mais pela versão visual da obra, mas não deixei de apreciar o texto corrido de poucos diálogos, com excelente ambientação e criação de personagens que é A Vida Invisível de Eurídice Gusmão.

Título Original: A Vida Invisível de Eurídice Gusmão ✦ Autora: Martha Batalha
Páginas: 192 ✦ Editora: Companhia das Letras
Livro recebido em parceria com a editora
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15 de janeiro de 2020

As Decepções Literárias de 2019

Ano passado eu escrevi um post deveras interessante sobre não conseguir finalizar um livro de parceria, afinal, a gente tem a liberdade de não gostar de tudo o que lê. Dar notas ruins para alguns livros também é super normal. Mais que normal, é uma condição humana. No post de hoje vou falar um pouquinho sobre livros muito ruins que li em 2019 e que consegui terminar só com força divina mesmo, porque olha...


Um Dia em Dezembro, Josie Silver
Editora Bertrand Brasil
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Livros com temática natalina podem ser tudo de bom, né? Principalmente porque tendem a ter uns clichês super gostosinhos que aquecem o coração da gente. Infelizmente não foi o que aconteceu com Um Dia em Dezembro. Eu não sei se acredito em amor à primeira vista, mas tenho certeza que é praticamente impossível você só ver um cara bonito e acreditar que ele é sua alma gêmea. Depois, não tenho paciência pra protagonista que fica chorando pelos cantos por algo que poderia ser resolvido com uma conversa, é isto.


O Milagre, Emma Donoghue
Editora Verus
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Quis ler esse livro por um único motivo: a autora também escreveu Quarto, uma história linda que mexeu muito comigo — se lembram do filme O Quarto de Jack? Pois é, é uma adaptação literária. Pois bem que eu não devia ter lido mesmo, ô livrinho ruim. Narrativa lenta, protagonista insuportável e sem um pingo de emoção, os mesmos cenários e acontecimentos sempre. Simplesmente não deu pra mim.


Nove Desconhecidos, Liane Moriarty
Editora Intrínseca
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Por favor, não briguem comigo! Sei o quanto as pessoas gostam da Liane Moriarty, mas eu quase não consegui terminar esse livro! Achei que leria uma coisa e li outra totalmente diferente: quase não tem mistério, o foco maior é na personalidade dos personagens e isso deixou a leitura muito arrastada. Resumindo, Moriarty pecou por detalhar demais os personagens e as descrições de ambientes.


A Amante, Danielle Steel 
Editora Record
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Não é segredo para nenhum leitor do Roendo Livros que eu tenho um "pequeno" problema com romances de época e romances hot, né? Além de ser sobre um tema que eu já não sou muito fã, houve a mesma problemática de Nove Desconhecidos: descrições demais. São páginas e mais páginas da autora descrevendo cada milímetro das roupas da protagonista e da vida de luxo que ela leva. Além disso, me incomoda muito que os personagens masculinos tenham dominação sobre toda e qualquer mulher que aparece na trama.


Os Gigantes da Montanha, Luigi Pirandello
Editora Nemo
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Sabe quando você lê um livro e fica questionando sua inteligência por não saber se realmente entendeu alguma coisa da obra? Pois é, foi o meu caso com Os Gigantes da Montanha. O final é aberto, pois o autor morreu antes de finalizá-la, e isso me deixou um pouco confusa, para falar a verdade.

Mesmo quando eu leio um livro ruim, tento tirar alguma coisa boa dele, não sei se vocês já perceberam isso. Além do mais, o que é ruim para mim, pode ser perfeito para outro tipo de leitor, né? O importante é sempre expormos o que nos incomodou de forma respeitosa. E aí, quais foram as piores leituras de vocês no ano passado?

11 de janeiro de 2020

As Sombras de Outubro | Søren Sveistrup


Eu amo livros de suspense, ainda mais quando há uma investigação policial por trás da coisa toda. Li alguns títulos do gênero ao longo do ano e então quando vi a sinopse de As Sombras de Outubro fiquei ansiosa a respeito dele, principalmente por ter uma detetive mulher, uma ministra, e que claramente os crimes estão relacionados ao feminicídio; Além do detalhe da história se passar na Dinamarca, um local totalmente fora dos cenários literários.

Apesar de ter adorado toda essa premissa do livro, infelizmente, a história em si não me agradou. Ocorrem crimes horrendos e claro que é isso que eu espero de um livro de suspense onde há mortes. Se você gosta desse gênero saiba que aqui irá encontrar membros amputados de mulheres que foram mortas sem um motivo aparente, assim como crianças traumatizadas pelos piores motivos que podemos imaginar. Sim, nesse aspecto o livro é pesado, mas não tão descritivo — o que é ótimo, pois com o pouco que é falado ali já fiquei enojada. Entretanto o que o autor soube inserir bem em relação aos crimes, ele pecou totalmente com os seus detetives.

Eu esperava que Thullin seria a detetive mais incrível e girl power da coisa toda, mas acaba que ela é apenas mediana, cética demais para correr atrás de pistas, até mesmo submissa em sua função. Os seus melhores momentos se dão por algo que Hess, seu parceiro, faz ou fala e ainda assim ela bate o pé em não ver o óbvio. Isso me deixou um pouco irritada, porque por mais que eu seja apenas uma espectadora dessa história, é óbvio que existem coisas que precisam ser investigadas e é cansativo ter que ler o tempo todo somente um personagem insistindo nisso e sendo taxado como chato por todos ali. 

Talvez por eu ser leitora de suspense eu tenha a impressão de que já vi de tudo, então até uns 70% do livro parece que nada novo foi escrito. Cenas de perseguição que dão para um falso suspeito, assim como o clichê do assassino que se esconde nas sombras, além de missões que provam que os policias estão cada vez mais longe do real assassino. É clara a intenção do autor em colocar pequenos plot twists, e talvez isso se deva ao fato de ele ser roteirista para uma série de TV, onde precisa dessas reviravoltas para entreter os espectadores a cada episódio, mas sua tentativa no livro foi falha, já que só passou a impressão de estar enrolando a investigação e deixando os detetives mais burros. 

Claro que nem tudo está perdido, já que o livro tem uma ótima reviravolta com a revelação do assassino. Admito que eu nunca imaginei ser a pessoa que o autor escolheu e em nenhum momento ele nos deu pistas. A resolução do caso acabou sendo muito bem elaborada e crível; Ao contrário de muitos outros livros, não foi um final onde tudo aconteceu rápido, pelo contrário, ele usou uns bons 30% do livro se dedicado às revelações finais, simultaneamente com três personagens, e isso me deixou um pouco ansiosa para saber o que iria acontecer. Tudo o que me desagradou durante o livro me deixou contente ao final da leitura.

As Sombras de Outubro é a aposta da Editora Suma para deixar o seu Natal um pouco mais sombrio e, mesmo com as minhas impressões não sendo 100% positivas, é um livro que indico para quem procura um suspense mais pesado e surpreendente no final.

Título Original: The Chestnut Man ✦ Autor: Søren Sveistrup
Páginas: 416 ✦ Tradução: Natalie Gerhardt ✦ Editora: Suma
Livro recebido em parceria com a editora
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9 de janeiro de 2020

Livros Cinco Estrelas de 2019


Uma das minhas coisas favoritas de final/início de ano são as retrospectivas literárias. É nessa época que a gente confere quantos livros leu e a qualidade das leituras. Em 2019 eu consegui ler bem mais do que em 2018 e, consequentemente, muitos ganharam as famosas cinco estrelinhas. São esses livros que irei mostrar para vocês hoje, lembrando que estão em ordem de leitura, ok?


Minha História, Michelle Obama
Editora Objetiva

Nunca em minha vida achei que teria acesso às memórias de uma mulher tão incrível quanto a Michelle Obama. Ela não é maravilhosa só por ser a primeira mulher negra a ocupar o "cargo" de primeira-dama dos Estados Unidos, mas porque ela é e sempre foi a protagonista da sua própria história. Ela é um ícone mundial, um exemplo para várias mulheres e meninas, uma pessoa maravilhosa e de coração enorme. Conhecer mais sobre Michelle Obama e todos os seus feitos em Minha História com certeza me mudou, de uma forma ou de outra.


Editora Novo Conceito

Eu me emocionei muito com essa história, mesmo tendo assistido ao filme primeiro. Fiquei me perguntando como um livro tão singelo pôde me tocar tanto, e cheguei a conclusão que em algum momento da vida nós fomos Conor (ou até poderemos ser, ainda): uma criança lidando com problemas grandes demais. Encontrar as respostas junto com o protagonista foi ainda mais emocionante. Com certeza guardarei Sete Minutos Depois da Meia-Noite com muito carinho no meu coração


Mulheres na Luta, Marta Breen & Jenny Jordahl 
Editora Seguinte
Compre aqui

Quadrinho bonito, informativo e, além de tudo, feminista? Temos sim! Aprendi demais sobre as mulheres que mudaram a história do feminismo de forma muito simples e divertida. Acho esse livro perfeito para pré-adolescentes e adolescentes. Sonho para que nossas crianças tenham acesso à esse tipo de material educativo nas escolas! A nossa luta é infinita, mas devemos ser eternamente gratas por podermos lutar.


Editora Paralela

Outro livro perfeito que conheci através da adaptação cinematográfica. Tenho um carinho enorme por A Vida Secreta das Abelhas principalmente porque ele fala sobre fé de uma forma muito bonita. Apesar de ser bem triste, carrega uma história incrível, cujo ensinamento é mais incrível ainda: não viver nas sombras do nosso passado.


Editora Vestígio

Do Que Estamos Falando Quando Falamos de Estupro é o tipo de livro que mexe com a gente, que causa revolta, que abre os nossos olhos. Me fez entender que não devemos aceitar o silêncio que ronda o estupro. Precisamos ter voz, precisamos escutar. Esse livro é só primeiro passo para entender essa tal cultura a que estamos inserido, porque nós precisamos transformá-la. 


Editora Nemo

Sinto vontade de chorar só de pensar nessa história. Rosalie Lightning é um quadrinho sobre dor, sobre como é viver — ou existir — após perder um filho. Só com essa informação vocês conseguem imaginar o quanto essa leitura foi difícil. Algumas cenas em específico me marcaram muito. Mesmo com um conteúdo extremamente triste, o quadrinho é muito bonito e sensível.


O Labirinto do Fauno, Cornelia Funke & Guillermo del Toro 
Editora Intrínseca

Simplesmente não consigo explicar a criatividade de Cornelia Funke. Mais difícil que escrever um livro, é reescrever uma história que já existia de forma magistral como essa autora fez. E sabe o que é mais impressionante? Ela não usou o roteiro como base. Simplesmente passou seus sentimentos para o papel só com as imagens do filme. Livro perfeito, sem defeitos. 


Editora Intrínseca 

Provavelmente um dos livros mais aclamados do ano. Virou uma febre e merece demais esse sucesso. A narrativa em si é simples, o mistério não é extraordinário, mas a forma como Delia Owens conduz a história é magnífica. Talvez não seja o tipo de literatura que agrade a todos, mas me agradou e muito, principalmente por causa do desfecho da protagonista. 


As Três Partes de Grace, Robin Benway
Editora Galera

Tão favorito, mas tão favorito, que até o dia em que esse post foi ao ar eu não tinha conseguido escrever uma resenha decente para ele. As Três Partes de Grace é perfeito, maravilhoso! Me fez refletir demais sobre o significado de família e sobre pessoas que precisam abandonar seus filhos. Ai gente, já tô aqui chorando!

Espero que, assim como eu, vocês tenham feito ótimas leituras em 2019. Espero que 2020 seja ainda melhor — aliás, tenho esperanças de verdade de ser bem menos ranzinza com os livros esse ano, já que a nota média para os livros lidos em 2019 ainda foi menor que 4.0. Comentem aqui as melhores leituras de vocês também!

7 de janeiro de 2020

Maratona Literária de Verão 2020 | Informações + TBR 🔮✨


Pois é, amadinhos! Como vocês bem sabem, adoro participar de uma maratona literária na esperança de conseguir ler todos os livros empacados de parceria, mas a realidade é que flopo lindamente, rs! Todo ano o Victor Almeida aka. Geek Freek inventa as coisas mais loucas do mundo com o intuito de tornar a maratona um evento mais divertido para nós. Esse ano o tema é "O Místico", que tem tudo a ver com tarô, bolas de cristal e tudo mais. 


Como sempre, existem alguns desafios para montar a TBR, que vocês podem conferir no vídeo do Victor caso queiram participar — obviamente vocês também podem participar só lendo e interagindo com a gente nas redes sociais, é claro! Mas enfim, a primeira coisa a fazer é fazer o quiz para descobrir em qual classe mística você se encaixa: Ametrine, Jaspe ou Lazuli. Pra ficar justo, fui super sincera nos teste e caí na classe Jaspe! Ah, o legal é que cada grupinho terá experiências diferentes!

Os místicos de Jaspe possuem as mais diversas habilidades escondidas. São inclinados aos interesses artísticos e costumam tomar atitudes baseadas em suas emoções.

A segunda parte é sortear as cartinhas de tarô que servirão, de fato, para montar a TBR dos sonhos. Para isso, o Victor criou uma roleta-tarô para cada classe mística — todas as roletas e o significado de todas as cartas estão na descrição do vídeo do Victor, não deixem de conferir. Cada carta está diretamente ligada a um desafio. Como tenho muitos livros de parceria que sobraram de 2019 para ler, tentei não surtar muito e dei uma "roubadinha" nessa parte: simplesmente rodei a roleta até os desafios se encaixarem nos livros que eu preciso ler e é isto. Sorteei apenas cinco cartas e se por algum acaso do destino eu conseguir ler todos antes do dia 25 de janeiro, vou escolher outros aleatoriamente mesmo!


✦ A Justiça - Um livro que trate de um assunto importante ou pesado: Maternidade
✦ O Eremita - Um livro que você pensa em dar uma segunda chance: Anne de Green Gables
✦ A Morte - Terminar uma leitura que já estava em andamento, ou você apenas começou e nunca mais deu continuidade: Stepsister
✦ A Torre - Leitura livre! Pode escolher qualquer livro: Na Hora da Virada
✦ O Louco - Um livro que você comprou recentemente ou acabou de lançar: O Amor Não é Óbvio 


É isto, pessoal! Espero que vocês participem conosco para dar um gás nas leituras logo agora no início do ano! Se resolverem entrar na brincadeira, comentem aqui a TBR de vocês! Lembrando que, se você quiser concorrer aos mimos que o Victor disponibiliza para os participantes, é necessário preencher o formulário de inscrição, tá?

5 de janeiro de 2020

A Assombração da Casa da Colina | Shirley Jackson


A Assombração da Casa da Colina é uma obra gótica de 1959 e uma das mais famosas histórias sobre casas mal-assombradas, adorada por grandes autores, como Stephen King, e que teve sua fama renovada recentemente com o lançamento da série A Maldição da Residência Hill, da Netflix. 

No entanto, para os fãs da série, fica o aviso: não leiam o livro esperando encontrar o mesmo que encontraram na adaptação. Ir com essa expectativa pode estragar a experiência de leitura. Isso porque, apesar de ter havido sim uma inspiração no livro, as histórias são diferentes. Há semelhanças entre livro e série, mas, cada um guarda suas particularidades. Uma das semelhanças que eu gostei é que as atmosferas do livro e da série são parecidas. O livro deixa claro logo no início que a casa é um organismo vivo, com todo aquele clima de tensão e horror psicológico, bem semelhante ao que vemos na série.

Eu sou uma dessas pessoas que acabou desenvolvendo interesse pelo livro depois de ver a série (que é fantástica), mas, neste livro, encontrei algo bem diferente do que vi na série. E, felizmente, não me decepcionei nem um pouco. Aqui encontramos um grupo inusitado de pessoas que se veem juntas na casa da colina para fazerem parte de um estudo desenvolvido por uma cientista que pesquisa eventos sobrenaturais.

O dr. M é quem comanda a pesquisa e, em busca de pessoas que já vivenciaram algum evento sobrenatural ou que possam ter capacidades incomuns, ele acaba reunindo Eleanor, Theodora e Luke, que na verdade está ali apenas por ser um membro da família dona da casa e, consequentemente, o herdeiro da mansão, e foi parte do acordo que ele estivesse presente para que a casa fosse cedida para a pesquisa. A proposta do dr. é que todos façam registros escritos de tudo que acontecer. E assim acompanhamos esses quatro personagens passando seus dias e noites na casa da colina.

Pode-se dizer que Eleanor é a personagem principal. É ela que conhecemos mais profundamente, sua história de vida e seus pensamentos. Eleanor é uma pessoa naturalmente introvertida e solitária, que vê o convite para participar da pesquisa como uma ocasião em que ela é desejada em algum lugar, e onde poderá fazer amigos. A extroversão de Theodora proporciona que elas façam amizade logo de início, dando a Eleanor um sensação reconfortante de pertencimento.

Eleanor é uma pessoa insegura e desconfiada que consegue despertar a empatia do leitor com rapidez. Durante a leitura, ela me perturbou e me fez sentir pena. Eu fui aprendendo a gostar dela, apesar das suas excentricidades. As mudanças na personalidade e nas percepções de Eleanor são perceptíveis conforme coisas vão acontecendo na casa. E isso dá um toque a mais a essa história.

O único personagem capaz de disputar o lugar central com Eleanor é a própria casa, que parece respirar, se mover e pensar. E o encontro dessas duas personagens, a casa e Eleanor, marca o livro do começo ao fim. É como se elas se comunicassem o tempo todo, mas do jeito delas. A ligação que Eleanor tem com a casa é diferente e muito instigante.

Uma história de terror, um estudo psicológico, uma análise das relações sociais, um processo pessoal de decadência emocional, tudo isso é encontrado no livro. Assim como acontece com a série da Netflix, aqui também o leitor encontra muito mais do que apenas uma história de terror. Eu não diria que o livro é assustador, mas, tem algumas passagens que deixam o leitor levemente perturbado. Tem uma cena em específico que me deixou arrepiada da cabeça aos pés e me fez fechar o livro e rir de nervoso.

Eu li A Assombração da Casa da Colina em um único dia. É aquele tipo de história que você não quer largar porque precisa saber o que vai acontecer. A edição está lindíssima. É capa dura e a Suma acrescentou uma jacket com a capa da série, mantendo a capa do livro, o que é sempre ótimo.

Título Original: The Haunting of Hill House ✦ Autor: Shirley Jackson
Páginas: 240 Tradução: Débora Landsberg ✦ Editora: Suma
Livro recebido em parceria com a editora

3 de janeiro de 2020

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo | Taylor Jenkins Reid


Este é com certeza o melhor livro que li em 2019. Os Sete Maridos de Evelyn Hugo traz a história de — obviamente — Evelyn Hugo, mas não só ela, também temos Monique Grant. Evelyn é uma ousada atriz de Hollywood, que fez sucesso nas décadas de 50 até mais ou menos 80. Ela, como qualquer celebridade, foi retratada na mídia como polêmica e claro, pelos seus vários casamentos. Mas acreditem em mim, ela é MUITO mais do que isso.

Eu estou bem com o fato de que às vezes fazer a coisa certa deixa as coisas ruins. E também, eu tenho compaixão comigo mesma. Eu acredito em mim.

Monique Grant é uma jornalista que atualmente trabalha na revista Vivant em uma posição que pouco a agrada e que está infeliz tanto por isso, quanto pelo divórcio eminente que surge em sua vida. Enquanto isso, Evelyn está afastada dos holofotes vivendo uma vida tranquila, mas recentemente marcada pela morte de sua filha por conta de um câncer. Ela é envolvida com caridade, e decide fazer um leilão de seus vestidos mais luxuosos. O que surpreende aqui é que ela decide que chegou a hora de dar uma entrevista, e a revista escolhida? Vivant. Mas ela só aceita se quem escrever for Monique. Então, Monique percebe que aquela é a sua oportunidade, mas ela não tem a menor noção de como esses dias com Evelyn Hugo vão mudar sua vida.

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
é extremamente bem escrito. Achei que fosse um romance ou algo do tipo, mas logo nos primeiros capítulos percebi que na-na-ni-na-não, era algo bem maior e bem mais profundo. O leitor vai descobrir Evelyn Hugo junto com Monique. Na verdade, nossa jornalista não vai simplesmente escrever uma matéria sobre a artista, Evelyn quer que ela seja responsável por sua biografia. O que mais me fisgou nessa leitura é que fisicamente Evelyn me lembrou muito ícones como Marylin Monroe e Elizabeth Taylor, até nas questões envolvendo sexualidade e polêmicas. Eu AMO quando um personagem fictício me acende para pessoas reais.

Eu nunca pensei que eu era uma força a ser reconhecida. Talvez eu deva começar a pensar em mim mesma desse jeito, talvez eu mereça…

A escrita de Taylor é absolutamente de tirar o fôlego. E a história que ela criou para Evelyn Hugo é tanto de deixar o coração quente quanto para parti-lo em 4000 mil pedacinhos. O livro é dividido em partes, cada uma indicando um dos maridos de Evelyn, mas não espere grandes romances ou amores intensos com eles. Não mesmo. E apesar de basicamente todo o livro ser sobre Evelyn, Monique não fica sobrando, todos os personagens citados tem uma parte importante dentro dessas histórias e isso é de tirar o chapéu.

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo vai trazer a Hollywood antiga e até a nova, no modo de representar artistas, os segredos que eles guardam em nome da carreira, os altos e baixos de uma celebridade e toda a parte obscura de um. Eu gostei muito disso. Eu como admiradora de muitos artistas, consigo ter uma mínima ideia de como essa indústria é e não deve nem chegar perto da realidade. O livro também trata de um assunto extremamente importante no quesito representatividade, mas isso aí eu deixo pra você ter a experiência de ler.

Ninguém é só uma vítima ou o vencedor. Todo mundo está em algum lugar no meio. As pessoas que falam por ai que são um ou outro não estão apenas mentindo pra eles mesmos, mas são ridiculamente sem originalidade.

O livro é forte, profundo, cru e sincero. Claro, vão existir exageros em prol da ficção, mas não ache que pelo menos 70% dessas situações poderiam realmente ocorrer com uma celebridade. A história tem alguns gatilhos envolvendo abandono, sexualização, machismo, aborto e suicídio. Fiquei impressionada com as caracterizações dos personagens, nenhum deles é raso ou está ali só por uma questão de encher linguiça. Finalizei a leitura chorando e eu nem sei explicar porque, raiva, compaixão, ressentimento? Uma leitura rica e que me deixou de queixo caído com as reviravoltas existentes. Estou aplaudindo Taylor Jenkins.

Título Original: The Seven Husbands of Evelyn Hugo
 Autor: Taylor Jenkins Reid ✦ Páginas: 360
 Tradução: Alexandre Boide ✦ Editora: Paralela
Livro recebido em parceria com a editora

1 de janeiro de 2020

Top Comentarista: Janeiro 2020


E cá estamos nós, iniciando mais um ciclo, fazendo vários planejamentos e desejando realizar todos os nossos sonhos! Eu, esperançosa que sou, torço para que tudo dê certo, no individual e no coletivo. Então, para começar o ano com o pé direito, nada melhor que participar do primeiríssimo top comentarista, não é mesmo? O prêmio é um vale compras no valor de trinta e cinco reais e o período de inscrições vai de 01/01/2020 à 01/02/2020, lembrando que o último dia é apenas para a regularização de comentários. 

Regras
- Comentar em todos os posts, exceto os de promoções, no período de 01/01/2020 à 31/01/2020;
- Não serão computados comentários genéricos, só aqueles que exprimem a opinião do leitor e mostram que ele realmente leu o post;
- É permitido apenas um comentário por post;
- Apenas as duas primeiras entradas do formulário são obrigatórias. Caso o participante não possua Twitter, poderá participar normalmente do concurso, desde que avise nos comentários dessa postagem;
- A entrada "tweet about de giveaway" só será válida se a pessoa estiver seguindo o Twitter informado, bem como a entrada de compartilhamento no Facebook que também só será válida se a pessoa for curtidora da página;
- Após o término do top, o Roendo Livros tem até 15 dias para divulgar o resultado;
- O ganhador tem 48h para responder o e-mail com os dados de envio, caso contrário o sorteio será refeito. O livro escolhido (na faixa de preço estabelecida) deverá ser informado no corpo do e-mail;
- Após feito o contato, o prêmio será enviado dentro de até 60 dias úteis;
- Para o livro ser enviado, é necessário que o ganhador passe o número do CPF para a Ana, já que agora os Correios solicitam uma declaração de conteúdo (saiba mais aqui) Só participe do sorteio se estiver de acordo;
- O Roendo Livros não se responsabiliza por extravio ou atraso na entrega dos Correios, bem como danos causados no livro. Assim como não se responsabiliza por entrega não efetuada por motivos de endereço incorreto, fornecido pelo próprio ganhador, e ausência de recebedor. O livro não será enviado novamente;
- O Roendo Livros se reserva o direito de dirimir questões não previstas neste regulamento.
- Este concurso é de caráter recreativo/cultural, conforme item II do artigo 3º da Lei 5.768 de 20/12/71 e dispensa autorização do Ministério da Fazenda e da Justiça, não está vinculada à compra e/ou aquisição de produtos e serviços e a participação é gratuita.

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